Poema 18 anos
Rabisco nas nuvens
pensamentos absortos
pequenos relâmpagos faíscam
e abraçam o imponderável.
Toda palavra é precipício e salvação
chuviscos dentro da alma
invadindo o porão de lembranças.
Soneto do amor sem fim
Surgiu em meu caminho como uma brisa
Enchendo de luz meu frágil coração
Foi se chegando como quem não avisa
Como um límpido céu azul de verão .
Teu olhar sereno minha alma atravessou
Como uma estrela etérea e iluminada
Teu sorriso de sol e lua me encantou
E agora tuas palavras são minha estrada.
Te amar é transcender os limites da razão
É como voar leve contra o vento
Apreciar então a mais esplêndida visão .
Te guardarei sempre em meu pensamento
Revestido de cor , poesia e emoção
És vida , luar , meu eterno sentimento .
DÉCIMO SEXTO HEXÁSTICO
minha boca tão assim calada
meu corpo tão assim distante
meu abraço jamais revelado
justificam minha desordem
imanência de qualquer nada
neste abstrato mundo líquido
Cores maravilhosas
Em nuvens formosas,
O céu brinca de me hipnotizar
Enquanto estou a olhar
Esse maravilhoso lugar,
Ninguém precisa estar
No vigésimo andar
Para poder observar,
Basta prestar atenção
E verá então
Maravilhas que parecem ilusão.
Lindas esferas de plasma no céu
E eu aqui dentro de casa "preso" como réu
Para responder ao juiz chamado céu
Pelo crime de não ir observá-lo,
Oque me diz agora meus fones dourados?
Vocês vão ficar ai parados e deixar eu ser condenado?
Toque minha playlist agora!
Para acabar com a tristeza de não ter olhado
Maravilhas celestes que me deixa tão encantado
DÉCIMO SÉTIMO HEXÁSTICO
baila com a modernidade
sem consciência quaisquer
como um anjo desgarrado
sem qualquer virtude ou ética
de toda sorte miserável
todo sujeito pós-moderno
TUDO OU NASA
a distância equivale ao peso no teorema astrofísico dum corpo em relação ao outro
no espaço em que saudade é fenômeno
legitimado pela NASA
vist' a olho cru
sob a tese da reatividade geral
cuja velocidade - em Áries -
é anti gravitacional
anti racional
mais poema
do que
ponto
É a mim que você procura?
Me deixa passear
Por toda essa loucura que é você...
É a mim que você procura
Quando está sozinha?
Porque seu olhar me procura
Um rosto amigo para falar
Uma história nova para contar...
Um oceano para navegar
E um olhar perfeito
feito alma pura para se amar...
Procure o amor um novo amar
E um novo mar para se navegar
Procure o amor uma musa nova
Para se inspirar,
E quem sabe dançar...
Cicero Laurindo o seu poeta...
DÉCIMO OITAVO HEXÁSTICO
homens de vidro… transparentes
andarilhos faltos… ocultos…
invisíveis todos... carentes…
estilhaçados na caverna
escravos de única pauta
que lhes oprimem e governam
pequeno lembrete pra vida:
ser feliz por dentro,
guardar só o bem,
saber separar os que sim, os que não e os que nunca,
aceitar o que é,
aprender com os piores,
e manter o coração limpo pro que der e vier.
A gostosa, a rica e a linda
Nenhuma delas chega aos seus pés
A gostosa, a rica e a linda
Não são metade da mulher que você é
A gostosa, a rica e a linda
Não têm seu sorriso verdadeiro
A gostosa, a rica e a linda
Não chegam perto da delícia do seu cheiro
A gostosa, a rica e a linda
Bobinhas, tentam atingir os padrões da sociedade
A gostosa, a rica e a linda
Não sabem que você não está nem aí, por isso, é mulher de verdade
A gostosa, a rica e a linda
Ainda tentam me perseguir
Têm que entender que você é quem escolhi para mim
A gostosa, a rica e a linda
Me ligam toda hora
Vejam, estou com minha linda, minha maravilhosa
A gostosa, a rica e a linda
Não sabem que você tem estes 3 adjetivos
A gostosa, a rica e a linda
Sabem que te fazer feliz é meu maior objetivo
A gostosa, a rica e a linda
Chegaram tarde a minha vida
A gostosa, a rica e a linda
Têm que saber que você é única e tem cadeira cativa
A gostosa, a rica e a linda
Sabem que por você iria até a lua
A gostosa, a rica e a linda
Sabem que não tem outras em meu coração
E a culpa é sua
DÉCIMO NONO HEXÁSTICO
transcende teu aqui e agora
conhecer faz-se necessário
muda de pele como a cobra
germina como nova espiga
nela todo milho é santo
onde todo verbo é vida
T
Temos todo tempo
Todavia temo tudo
Talvez tudo traz tédio
Tenho tanta teimosia
Tento ter tranquilidade
Teria temido trair
Trêmulo travo todo
Tenso tépido Tairan.
para maio:
quero alegria, leveza na alma,
boas escolhas, confiar na vida,
quero fé, quero amor e coragem.
quero viver de coração aberto.
quero luz e muitos sonhos.
VIGÉSIMO HEXÁSTICO
todo desejo que me existe
cobre de possibilidades
toda vontade de potência
da natureza numinosa
que cria e recria criador
que me revela na ossatura
LABAREDAS
De João Batista do Lago
Minha poética ‒ chama eterna que arde! ‒
Movimento são de vívidas labaredas
Inquietas procuram todas as consciências
Seja nos casebres ou salões das nobrezas
É flecha mortífera que fere a destreza
Miserável luz de toda dominação
Capaz da subjugação sobre qualquer néscio
Incapaz de perceber sua escravidão
É bala de ouro matando a servidão
Do fiel encantado pelo vil discurso
Hóstia de fel ofertada como pão
Alimento de toda opressão miserável
Que mascara de toda vida o amargor
Encarcerando o ser na história de dor
Encontro
Caminhamos por caminhos distantes
Cada um na sua trilha
Buscando no horizonte, um passeio estreito
Onde lado a lado e de mãos dadas
Seguiremos pela planície desconhecida
Onde pássaros flutuam no espaço eterno
E nós a desvendar um caminho de luz
Para em fim fincar os pés na paixão
Pensei
Eu até pensei em fazer-te uma poesia
depois pensando melhor, desisti.
O que faria uma poesia diante de um poema maior.
Já és uma poesia que fala, ri, chora e ama.
Uma linda poesia que rápido decorei, necessário
era decorar-te, medo eu tinha, em não ter a tua simpatia.
Meu coração esse cedo começou a te memorar,
antes mesmo que eu te conhecesse.
Namorei teu rosto por um tempo, teus olhos a cada dia
me falavam mais.
Senti então que o amor surgiria, a qualquer
momento até se eternizar.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
DIAFANEIDADE
De João Batista do Lago
Essa vontade de potência rege a vida
Transmigrando almas para novas essências
Transgredindo toda a inútil moral servida
Nos banquetes de vetustas inconsciências
Essa moral enfatuada por certo é morte
Da sublime nobreza que sempre te reluz
Deseja enganar-te… quer ser litisconsorte
Oferecer-te a alcova que a tudo reduz
Foge de tão loucas e insensatas promessas
Jamais te deixará alcançar toda virtude
Roubará por certo o vigor da juventude
Corolário supremo de toda verdade
Que te premia a carne-vida desde o princípio
Alma pura retornarás se te cuidares
VIGÉSIMO PRIMEIRO HEXÁSTICO
soma do desconhecimento
alma política diabólica
anjo de guru pederasta
verme que se arrasta em palácios
“até quando, vulgo Catilina,
abusarás da consciência?”