Poema 18 anos

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⁠Guardiães da esperança
Eternas crianças
Que brincam e lêem
Conseguimos entender
E num papel escrever
O que os outros nem vêem

Somos Poetas

Ame a noite
Ame o dia
Ame tudo o que aqui existe
E continue, insiste
Ame o que mais valia
Ame e não exite

⁠Uma coisa é pegar frases prontas, versáteis e rimá-las, falando sobre o que não entende numa sinfonia.
Outra coisa é transformar sentimentos enraizados, pensamentos bagunçados, numa bela poesia...
Na primeira nos encantamos pela brincadeira com as palavras, ficamos na beira com as ondas nos nossos pés a tocar.
Já na segunda mergulhamos a fundo, adentramos no oculto e podemos sentir o que o escritor sentia e queria nos passar...

⁠Filisofia barata

organizar as ideias
em ordem alfabética
e arrumar na estante
para quando precisar

essa a prioridade
do homem que sonha
do indivíduo que escreve
que faz poesia

imaginar o que sente
o eletricista
adivinhar o que pensa
o carteiro
divagar sobre morte e vida

arriscar a sorte na loteria
pagar a conta de luz
(mesmo sem energia)
dez por cento para jesus

oferta canalha
promessa vazia

⁠Quando é preciso
Uma ponte se constrói,
Seja do agora ao paraíso
Ou do vilão ao herói.

CABELO CURTO

Os cabelos curtos,
São poesias curtas,
Que dizem textos enormes,
De uma feminilidade sem igual,
De um poder feminino,
Da mulher,
Que diz: Liberdade, Força, Guerreirismo.

⁠Manjedoura, em Belém
É Natal, Jesus nasceu
Três reis magos visitam
Menino, Filho de Deus
Virgem Maria, José
Vinham lá de Nazaré
Viva o Rei dos judeus!

⁠Bem Mais Fácil é Dizer a Um Vivo Que o Ama
Do Que Gritar o Mesmo à Quem Já Teve Seu Fim
É Tu Que Fazes o Teu Próprio Drama
Pois o Não, Sempre Foi Mais Fácil Que o Sim

Pensante

⁠Eu como poeta não sou nada.
Não sou trovador, nem menestrel.
Nem xilografista na literatura de cordel.
Não sou cordelista e nem faço embolada.

Não sou repentista, nem tenho língua afiada;
não sou doutor, nem bacharel;
não sou embaixador, nem coronel;
não sou hipnólogo e nem sei contar piada.

Sou apenas mais um na multidão.
Sou o cidadão comum, irrelevante.
Nem Sócrates nem Platão

nem Marx nem Dante.
Do alto de minha humana condição,
apenas um ser pensante.

Errado sempre foi beijar sua boca

sem falar o quanto te amava

sentir teu abraço e mesmo assim fugir

fugir de um sentimento

que estava presente em mim

muitas noites, muitos dias e vários anos

correndo de mim para não te procurar

hoje você partiu

e nunca tive a chance de te falar

vou amargurar a saudade

como pena vou viver essa prisão

te amei e nunca falei

perdi toda minha vida

por indecisão

sem saber se você me amava

eu destruir meu coração

e mesmo sem ter motivos

eu não insisti

e esse é meu triste fim.

⁠Ao poeta, três são os seus martírios:
Primeiro, perder aquilo que pensou antes que pudesse escrever.
Segundo, viver aquilo que com palavras não se pode descrever.
Terceiro, reler aquilo que deixou escrito e ver que o tempo tratou de reescrever.

⁠BOM DIA!

A vida renova-se, todos os dias
É preciso agradecer ao Criador,
Independentemente da vivência...
O acordar, devemos ao Senhor,
Uma graça que é igual pra todos!

⁠A paixão é que nem esse cigarro
É brasa quente que arde, mas aquece
E é bom até o derradeiro apagar da brasa.

⁠tu
dona dos sentimentos nus
detentora de meu lado cru
partiu meus tabus
e da canção que compus
é aquela aquém me opus
virou a chave do meu baú
maçaneta do meu corpo
nu

⁠ naquilo que pode ser
sentido
não há quem sequer encontre
sentido
tu já me tens
sustido
em teu pélago
tens escondido
e se este calvário
tornar meu próprio castigo
é culpa do coração
que fechou o postigo
e de refém lhe tens
mantido

poente no cerrado

encarnado
sob o mesmo valsar
o dia vai sendo arrancado
por seres alados que se põe a pintar
os sons das cores ali ilustrado
pros sensores apagarem, e vir o luar
num só tom, escrevo, todo arrepiado
neste silêncio que faz poetar
o poente no cerrado...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26/03/2016, 18'25" – Cerrado goiano

O cerrado pede socorro

O cerrado é árido é dissonante numa certa harmonia
Te engole os olhos com a boca ávida de melancolia

O cerrado é plano por todo lado, torto e desencontrado
Neste desajeito pedregoso, espinhado, o êxtase é espetado

Cerrado ao longe provoca ilusão, maravilha o sol e escorre o calor
Tuas árvores e teu desencanto trás encanto e é sedutor

Cerrado de vasqueira água, fica deitado no lençol aquífero
Nestes poros transbordam renascimento e galhos frutíferos

Cerrado espesso, pele grossa e contradição
O homem e sua cruel mão, pinta na terra a tela da devastação

Destes campos velhorro
O cerrado pede socorro!

Cerrado não é cidade
É patrimônio da humanidade.

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08/042016 – Cerrado goiano

Desfolhos

Do outono no cerrado e seus desfolhos
Minha saudade caia ao chão fragoso
Do meus ásperos e mirrado tristes olhos
Em tal lira de verso aflito e rancoroso

Nos ventos secos e enrugados chiavam
Os gritos da noite numa solitária canção
Onde lembranças aos astros clamavam
Esmolando do silêncio alguma atenção

Só um olhar neste brado de compaixão
Um olhar, um eco, uma mão...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
30/04/2016, 18'00" – cerrado goiano

Eu, a poesia e o cerrado

Com os cascalhos do cerrado
e as saudades em entrelinhas
eu alicercei o meu versado
em sulcadas poesias minhas

e no horizonte além
deixei os meus sonhos
junto ao entardecer, porém,
não foram olhares tristonhos

nem sei bem se eram fados
ou lamentos do árido viver
só sei que eram suspiros calados

mas nas trovas tinha o querer
tinha poemas alados
tinha eu, tinha zelo, tinha o crer...

(também, tinha
o poeta mineiro do cerrado
em versos apaixonados.)

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
maio, 2016 – Cerrado goiano

Ego -

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