Poema 18 anos

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Poema egocêntrico

sou o que sou
somente o que sou
e não o que acham
não me descrevo
afinal, você já tem uma opinião formada a meu respeito
às vezes fico numa dúvida existencial
de caráter introspectivo
e me pergunto: quem sou?
mas a resposta já é certa: não sei o que sou,sou simplesmente EU!!!
minha propaganda é minha presença
só te garanto que
igual a mim não existe
é fácil fazer julgamentos quando não se conhece uma pessoa
mas garanto que não sou somente um "rostinho bonito"
sou diferente dos "outros", por ser justamente quem eu sou
sem se importar com as opiniões alheias
à procura de um amor verdadeiro
e vivendo para o bem, respeitando ao próximo para ser respeitado
e lutando para que meus sonhos sejam concretizados
se quiser conferir... basta pensar um pouco a meu respeito
e venha me conhecer melhor

Faz de tua vida mesquinha um poema.
E viverás no coração dos jovens e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.

Cora Coralina
DENÓFRIO, Darcy França. Melhores Poemas. São Paulo: Global Editora, 2008.

Nota: Trecho do poema Aninha e suas Pedras.

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Rainha da beleza de apenas 18 anos
Não se aceitava muito bem
Ele sempre estava perto para ajudá-la
Ela sempre pertenceu a outro

Eu viajei muitos quilômetros
E vim parar na sua porta
Eu tive você tantas vezes
Mas, por algum motivo, eu quero mais

Não me importo de ficar todo dia
Na sua esquina debaixo de chuva
Procure a garota do sorriso partido
E pergunte se ela quer ficar um pouco
E ela será amada
Ela será amada

Toque na minha janela bata na minha porta
Eu quero fazer você se sentir linda
Sei que eu tendo a ser inseguro
Mas isso não importa mais

Nem tudo são arco-íris e borboletas
São as concessões que nos impulsionam
Meu coração está cheio e minha porta está sempre aberta
Venha sempre que quiser

Não me importo de ficar todo dia
Na sua esquina debaixo de chuva
Procure a garota do sorriso partido
E pergunte se ela quer ficar um pouco
E ela será amada
E ela será amada
E ela será amada
E ela será amada

Eu sei onde você se esconde
Sozinha no seu carro
Eu sei todas as coisas que fazem você ser quem você é
Sei que adeus não significa nada
Ela volta e me implora para segurá-la toda vez que cair.

Toque na minha janela bata na minha porta
Eu quero fazer você se sentir linda

Não me importo de ficar todo dia
Na sua esquina debaixo de chuva
Procure a garota do sorriso partido
E pergunte se ela quer ficar um pouco
E ela será amada
E ela será amada
E ela será amada
E ela será amada

Por favor, não se force tanto a dizer adeus
Por favor, não se force tanto a dizer adeus

Não me importo de ficar todo o dia
Na sua esquina debaixo de chuva

Se esforce para dizer adeus.

Sam: Qual é, cara? É assim que termina? Você cai fora?
Dean: É. Eu acho.
Sam: Como você pode fazer isso?
Dean: Como eu posso? Você passou a sua vida fugindo.
Sam: E eu estava errado todas as vezes. Só... Por favor. Agora não.

Contei meus anos e descobri
Que terei menos tempo para viver do que já tive até agora
Tenho muito mais passado do que futuro
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de jabuticabas
As primeiras, ele chupou displicentemente
Mas, percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades
Inquieto-me com os invejosos tentando destruir quem eles admiram
Cobiçando seus lugares, talento e sorte
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas
As pessoas não debatem conteúdo, apenas rótulos
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos
Quero a essência... Minha alma tem pressa
Sem muitas jabuticabas na bacia
Quero viver ao lado de gente humana, muito humana
Que não foge de sua mortalidade
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.

Ricardo Gondim
Creio, mas Tenho Dúvidas. Editora Ultimato

Nota: Adaptação do texto "Tempo que foge!", cuja autoria tem vindo a ser erroneamente atribuída a Rubem Alves e Mario Andrade.

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Para mim, o importante em poesia é a qualidade da eternidade que um poema poderá deixar em quem o lê sem a ideia de tempo.

O poema não é feito dessas letras que eu espeto como pregos, mas do branco que fica no papel.

Há grandeza mais verdadeira numa boa ação do que num bom poema ou numa grande vitória.

O amor deve considerar-se como um grande poema, cujo primeiro canto é o casamento.

A poesia é uma criação da cultura, mas esta deve permanecer invisível no poema.

Poema em linha reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
(Heterônimo de Fernando Pessoa)

Álvaro de Campos

Nota: Poema presente no livro "Poesias de Álvaro de Campos", de Fernando Pessoa (heterônimo Álvaro de Campos). Link

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ESTRELA DA PROMESSA- Poema Sufi

Vem,
Te direi em segredo
Aonde leva esta dança.
Vê como as partículas do ar
E os grãos de areia do deserto
Giram desnorteados.
Cada átomo
Feliz ou miserável,
Gira apaixonado
Em torno do sol.

Faltam-te pés para viajar?
Viaja dentro de ti mesmo,
E reflete, como a mina de rubis,
Os raios de sol para fora de ti.
A viagem conduzirá a teu ser,
transmutará teu pó em ouro puro.

Um Poema de Amor

Todas as mulheres
todos os beijos as
diferentes formas que amam e
falam e carecem.

suas orelhas todas elas têm
orelhas e
gargantas e vestidos
e sapatos e
automóveis e ex-
maridos.

na maioria das vezes
as mulheres são muito
quentes elas me lembram
torrada com a manteiga
derretida
nela.

está estampado no
olhar: elas foram
tomadas elas foram
enganadas. eu nunca sei o que
fazer por
elas.

sou
um bom cozinheiro um bom
ouvinte
mas nunca aprendi a
dançar — eu estava ocupado
com coisas maiores.

mas eu apreciei suas variadas
camas
fumando cigarros
olhando para o
teto. não fui nocivo nem
desleal. apenas
um aprendiz.

eu sei que todas têm
pés e descalças elas andam pelo piso enquanto
eu olho suas modestas bundas no
escuro. sei que gostam de mim, algumas até
me amam
mas eu amo muito
poucas.

algumas me dão laranjas e vitaminas;
outras falam mansamente da
infância e pais e
paisagens; algumas são quase
loucas mas nenhuma delas deixa de fazer
sentido; algumas amam
bem, outras nem
tanto; as melhores no sexo nem sempre são as
melhores em outras
coisas; cada uma tem seus limites como eu tenho
limites e nós aprendemos
cada qual
rapidamente.

todas as mulheres todas as
mulheres todos os
quartos
os tapetes as
fotos as
cortinas, é
algo como uma igreja
raramente se ouve
uma risada.

essas orelhas esses
braços esses
cotovelos esses olhos
olhando, o afeto
e a carência eu tenho
agüentado eu tenho
agüentado.

Charles Bukowski
BUKOWSKI, C., War All the Time – Poems 1981-1984

Seja você quem for, agora eu coloco minha mão em cima de você, que você seja meu poema;
Eu sussurro com meus lábios perto de seu ouvido,
Eu tenho amado muitas mulheres e homens, mas eu amo ninguém melhor do que você.

Sei, é o que eu poderia esperar
Ver você tão perto e mesmo assim longe
A se esquivar.
Se aproxima, belisca, sussurra coisas malucas
E quando eu olho, volta a se esquivar.
És um tiro no escuro, nunca sei o que esperar.
Suas duas faces o condena...
Uma me ama, a outra insiste em me odiar.

Mais Clara, Mais Crua

De noite, na rua, em frente ao parque
A minha solidão é sua
Decerto sei que você vaga em qualquer parte
Sob essa vaga lua

De noite, na rua, em frente ao parque
A minha solidão é sua
Decerto sei que você vaga em qualquer parte
Sob essa vaga lua

A noite esconde as cicatrizes
Esconde as carícias e os maltratos
A noite esconde as cicatrizes
Esconde as carícias e os maltratos

De noite alguém decerto lhe ampara
Por onde hoje você anda
Mas sem olhar sua ciranda louca
Daquele jeito que lhe desmascara

De noite alguém decerto lhe ampara
Por onde hoje você anda
Mas sem olhar sua ciranda louca
Daquele jeito que lhe desmascara

A noite esconde as cicatrizes
Esconde as carícias e os maltratos
A noite esconde as cicatrizes
Esconde as carícias e os maltratos

Agora, bêbada, você estremece
Como se ainda não soubesse
Em frente à porta desse bar
Em que embarca sob essa vaga lua

E a luz da lua apura a nitidez da marca
Mais nua, mais clara, mais crua

“Até aquele momento eu não tinha idéia do quanto podia doer perder algo que nunca se teve realmente.”

Soneto de aniversário

Passem-se dias, horas, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.

Faça-se a carne mais envelhecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.

Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.

E eu te direi: amiga minha, esquece...
Que grande é este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece.

Vinicius de Moraes
Antologia poética

Parabéns para você, nesta data querida, muitos anos de vida.
Está ficando velhinha, né, miga?
Você é chatinha, mas te adoro!
Amiga conselheira. Eu queria dar um discurso, mas discurso é muito pouco para dizer o quanto você é especial. Sempre brigamos por coisa boba, rimos nos momentos bons e choramos nos momentos ruins. Eu não sei o que escrever, pois você é muito especial.

Se você quer um ano de prosperidade, cultive trigo.
Se você quer dez anos de prosperidade, cultive árvores.
Se você quer cem anos de prosperidade, cultive pessoas.