Poeira
Todos já temos em nós o nosso potencial. Eu reverencio muito os seres humanos. Acho que eles são a coisa mais linda, só que com uma camada de fuligem, de poeira, uma camada de egoísmo. O que quero é pegar a luz que está lá dentro, esquecida, e trazer para fora. Eu confio na luz divina.
No dia de #Santa #Bárbara uma homenagem a ...
#OYÁ
Eloyá obá xirê obá salerojá, Eloyá!
Arrancado a ferro e fogo...
Na poeira fui ao chão...
Em meu peito o grito de quem vive...
Eparrei... OYÁ...
Me dê sua mão...
Liberdade perdida...
Na alma muitas feridas...
Implorei e fui ouvido...
E o vento soprou...
Um búfalo cruzou os prados...
Soprou forte um vento diferente..
Um corisco riscou o céu...
Fechei os olhos para ver...
A grande guerreira OYÁ...
Veio tirar meu sofrer...
É preciso coragem para lutar...
OYÁ é vento que espalha...
OYÁ é vento que junta...
Cuida de mim em meus descaminhos...
OYÁ chegou...
Sandro Paschoal Nogueira
facebook.com/conservatoria.poemas
É muito necessário você ter um exercício diário de lembranças positivas.
Tipo, aquele momento em que você precisa lembrar da sua FORÇA e FÉ.
Você a possui, no entanto, a poeira e as circunstâncias afetam sua visão interna.
Entendeu?
A loja de brinquedos velhos em Paris não é limpa há séculos. Bonecas encardidas de roupinhas remendadas, comboios com seus vagões amassados. Dolentes e suaves assombrações. Companhia de crianças que há muito desapareceram. Por que paro e olho a vitrine?
Noite à fora...
Sobre uma navalha...
Ó divina esperança...
Sonho de criança...
O tempo a criar silêncio...
Tornando o sonho poeira dos tempos...
Poço imenso e fundo...
Que engoliu meus desejos...
A ver no mundo seco a seca realidade...
Dos ébrios jogados à sarjeta...
Das matronas em penunbras das ruas da esquerda...
Dos pederastas em gargalhadas...
Disfarçando as lágrimas não jogadas...
Das mocinhas vendendo favores...
Em troca de licores...
Daqueles que só encontram alegrias...
Quando deixam suas garrafas vazias...
A vã loucura a moda é prima-irmã...
Mas quando vem o senso erguer-lhe os densos véus...
Desse desgosto...
Livrai-me Deus...
Salvo o meu desejar...
Teço beleza em tudo...
No hálito podre de um sugismundo...
No idoso porchetta...
Em quem que com qualquer um se deita...
Nessa langorosa magia...
Sob a lua que irradia...
As torpes paixões...
Sigo para meu descanso...
Aguardando, quiçá ...
Outro dia...
Valei- Deus...
Ou quaisquer outros guias...
Fim de noite...
Madrugada fria...
Eu próprio me interrogo:
– Onde estou? Onde estou?
E procuro nas sombras enganosas...
Sob essas horas mortas...
As mesmas coisas repetidas...
Inúteis os sonhos e as amarras
que nos prendem ao cais...
Mas quem sou eu que não escuto meus próprios ais?
Sandro Paschoal Nogueira
"Tem mulher que já nasce velha.
Desde o berço tem um olhar cansado
De fastio, entojo, má vontade, preguiça de viver.
Olha sério a tudo, não sorri, prefere chorar
Quando madura anda com as roupas largadas
Cobrindo as banhas do corpo também largado
Os indefectíveis panos de limpeza no ombro
E um olhar que vaga pela casa procurando poeira
Algo para arrumar, limpar e praguejar.
Ah, sim, tem mulher que já nasce velha odiando
onde mora, o que faz e o que é
enquanto a mente sonha uma princesa esguia
a deslizar sua graça pelos salões do mundo
A princesa que poderia ter sido - poderia, mas...
Teve sonhos, mas não apeteceu ir atrás.
Teve desejos, mas não apeteceu saciá-los.
Teve impulsos, mas não apeteceu segui-los.
Hoje morre tão velha quanto nasceu:
Existiu mas não viveu, esteve aqui, mas não marcou
Para os outros talvez uma lembrança irônica, tipo desprezo, sabe?
De uma mulher meio qualquer coisa, semblante fechado
Com rugas e banhas e umas roupas largadas
E os panos no ombro,
Procurando pela casa um pó para tirar."
(Lori Damm, 24/01/2023)
Dor é uma coisa meio estranha, quando chega faz tanto barulho que parece que vai nos enlouquecer, depois vai se acomodando dentro da gente, vai ficando quietinha, silenciosa, até que um dia vira só poeira sobre a lápide da memória.
Sinto saudade daquele tempo em que o ar era puro, a brisa era leve e transparente, o cheiro doce do verde preenchia o ambiente, e as noites quentes eram perfumadas pela dama-da-noite. Agora, tudo o que vejo é um dia tingido de cinza, coberto de poeira. Não sinto mais a brisa, apenas um odor estranho no ar. Me pergunto: será que o mundo se transformou em um grande latão de lixo? Temo que o pior ainda está por vir.
Está provado: o universo é extremamente hostil à vida. Ainda assim, mesmo sem as condições ideais, o homem se fez apenas com fragmentos das substâncias do espaço. Talvez seja essa a razão de nossa conexão com os céus; lá, vislumbramos nossa própria essência, como poeira de estrelas.
A humanidade é o milagre! Somos a própria teima.
- Relacionados
- Sacudir a Poeira
- Poemas de Chico Xavier