Poeira
Amigos não são colecionáveis. Não se pode abandoná-los em sua prateleira, e só de vez em quando passar um pano para tirar a poeira.
ILUSÕES DO COTIDIANO
"O que os olhos consentem em alarde
Nossa mente insisti em fazer
Sempre e sempre a calar-se
O que sem razão insisti em dizer.
Que dos embrulhos que a vida nos trás
A surpresa está no entender:
Sou desmerecido do presente
Ou do passado pertence o meu ser?
O que os olhos insistem em mostrar
Nosso consciente se contorce sozinho
O que parece é
O que não é, é só um pouquinho.
POEIRAS DE MIM
"Oh, poeiras de mim
Se desvais do meu corpo
E me deixas assim.
Oh, brilho de mim
Se apagas de meu corpo
Me desmorono daqui.
Oh, grãos solitários, Caim
Sozinho vagas a pé
Meros fragmentos de mim.
Vais, resto, perdi!
Partes numa penugem só
Sobram ruínas apenas, resumidas a pó.
Fico, agora poeira sou
Pertenço ás paredes e ao chão
Me desfaço num só voo.
Vou-me, enfim, oh
De lembranças serei eterno
Mas de saudades morro só.
No espelho dos teus olhos, Maria…
- bem-te-vis -
estradas de terra,
planícies de espinhos,
poeira suspensa,
... e só.
No voar dos teus cabelos, Maria...
-suiriris-
cancelas sem trancas,
peões com boiadas,
arames farpados,
...e só.
No vermelho dos teus lábios, Maria....
-colibris-
trovões de verão,
rajadas de vento,
uivando em meu peito,
...sem dó.
Respire fundo e sinta a vida que há em você. Organize as gavetas do seu interior e jogue fora toda poeira acumulada. Desprenda-se do que não te serve mais! Estanque as feridas, regue de luz suas atitudes e vá; hoje, o dia conta com sua presença cheia de vontade de ser feliz. Portanto, casa limpa, sentimentos novos, beleza por viver.
REBOLAR, SAMBAR
Não fique parada
Levante dessa cadeira
Venha dançar
É samba no pé
Levante a poeira
Sambe daqui
Numa geração
Cheia de emoção
Vamos ver
Quem rebola melhor
Esse samba vai pegar
Veja como é bom sambar
Não fique parada
Venha prá cá sambar
Rebolar
VIVER A VIDA COM INTENSIDADE
AUTORA: Profª Lourdes Duarte
O presente é como deveria ser
Ou será que o destino traçou as linhas
Somos todos viajantes de uma jornada cósmica
Poeira de estrelas, girando e dançando nesse universo
Ou simplesmente criaturas de Deus Supremo.
A terra segue o seu curso dos dias e das noites
E a nossa existência é transitória e passageira
Mas é esta a vida que deve ser vivida
Construindo passo a passo a nossa história.
Não duvide do valor da vida
Viva com intensidade e veja a vida florescer
Mas duvide de tudo que compromete a felicidade
Duvide da falta de amor, do egoísmo, do desprazer...
Renda-se a vida e viva o presente
O futuro só a Deus pertence
Viva sua vida sem medo de arriscar
Arrisque-se, lute e seja feliz
Seja alegre e prolongue a vida
Viva o hoje sem pensar no ontem
Sempre com os olhos no amanhã
E no horizonte que surge.
Se vai dar certo ou não, o importante é tentar.
Seja feliz enquanto há tempo
Pois o amanhã é uma incógnita e quem sabe!
Não tenhas que recolher pedras no caminho
E deixou desperdiçar o que há de mais importante,
O dia de hoje, a vida!
Eu vivo para absorver todo o conhecimento que se anunciar no caminho. Vivo para conhecer sentimentos jamais experimentados. Vivo para experimentar a conexão que nos faz um só em meio a imensidão do Universo. Vivo para inspirar canções, comédias, dramas, contos de fadas. Vivo para ser mais do que poeira ao vento.
DUAS ALMAS
Alma, que junto a minha caminhas
pelos espaços do céu.
Segredos entre nós, não há, nos entendemos
muito bem, pelo pó das estrelas vamos,
em qualquer espaço entre os astros descansamos.
Não diria sermos almas gêmeas, porém ,
existe entre nós um entendimento perfeito.
Penso eu, que o molde foi usado duas vezes,
porque por mais que se procure, não se encontra
um defeito.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
É engraçado os caminhos que a vida toma, as vezes longas estradas, curtos caminhos, becos, vielas, pontes, em alguns deles há apenas poeira, ventos, em outros, entulhos, as vezes caminhos livres, outros interditados, mas eles estão lá e a gente tem que passar por eles! Em cada um há um aprendizado que fica para vida inteira, não podemos contar nosso passos, mas nossos pés sabem os caminhos que eles pisaram...
A caminhada continua entre tantos lugares e caminhos,
os passos ficam gravados no destino...
A morte é muito traiçoeira
Nos leva pessoas que amamos sem ao menos podermos dar o último abraço
e tudo vira pó, poeira
de baixo da terra ou dentro de um frasco.
Como o corpo não aguenta dias sem água
A terra implora por alguma gota
O vento seco espalha o monte de terra no chão
E vira poeira...
Poeira...
Poeira seca...
Dias sem chuva...
Dias de sede...
Dias de seca...
Aquela roça antes, tão sonhada
Agora deserta e silenciosa
O gado morrendo nos fundos da fazenda, antes formosa
A grama que era verde, hoje é terra vermelha e fina
A esperança nos olhos do menino e da menina
Olhando pro céu
Esperando a chuva cair
Esperando a poeira baixar
Como se eles nunca tivessem nascido
Crianças fantasmas na seca...
Miragem no horizonte seco
O solo não fertiliza mais nada do que se planta
É como se a seca arrancasse do fundo da terra tudo o que é vivo
E como se tudo o que sobrasse fosse pó
Vida faceira
Em várias rasteiras
Torna-se ligeira
Reverte em feiticeira
No nariz, coceira
Eternamente brincadeira
De palavras verdadeiras
Cósmica poeira
Alvisse loira
Respira na fogueira
Rodando na bobeira.
Se fizesse sentido, não seria asneira!
#DEGREDO
E o relógio dará as horas devagar...
Alheio à pressa da vida...
Enquanto ergo o cálice transbordante...
Da inveja dos olhares fulminantes...
Velhos e eternos pesares...
Que a terra já não sente...
Eu, de olhos ausentes...
As asas loucas abrindo...
Passeio entre muitos...
Indiferente...
Ah...
Quem mandou que fizesses...
Minha alma da tua escrava...
Por que não me ouvistes...
Enquanto te amavas?
Por que fugiste de mim...
E me magoavas com espinhos?
Por que não me ouvistes...
As minhas preces?
O degredo acabou...
E dele saí tão cedo...
Já não mais te quero...
E não é nenhum segredo...
Nada mais te pergunto...
Nada mais de ti quero...
O sonho acabou...
Brinca na poeira, brinca...
Já não és meu mundo...
Sandro Paschoal Nogueira
Afinal
que tipo de mal
pode te tocar
a partir do momento que
des-máscara-da-mente
você se recordar
que é poeira estelar?
Valéria Centenaro ©
Perna de pau
Sou filho da terra
pera de pau
A noite vem tempestade
Perna de pau
Me escondo na toca
Do vendaval
E guardo a pipa
Do vendaval
Corro no terreno
Perna de pau
Conto meu segredo
Perna de pau
Cavalo de troia
Perna de pau
Azul é o veneno
Perna de pau
Saio correndo
Do vendaval
Poeira no terreiro
Do vendaval
VELHO VIOLÃO
Autor: Farley Dos Santos.
Numa cabana abandonada
Com um grande porão escuro
Lá está ele
O velho violão esquecido
Jogado a anos em meio a poeiras
Imóvel, ele fica em silêncio
Suas poucas cordas que lhe restam
Já não trás mais melodia
O sucesso que fazia
Virou memórias inesquecíveis.
Os dias passam lentamente
E ele fica alí, parado
Pois nada pode fazer
Já é tarde demais
Desafinado e enferrujado
Ele lembra dos aplausos da platéia
Cansado e sem mais esperança
O velho violão descansa.
Todos já temos em nós o nosso potencial. Eu reverencio muito os seres humanos. Acho que eles são a coisa mais linda, só que com uma camada de fuligem, de poeira, uma camada de egoísmo. O que quero é pegar a luz que está lá dentro, esquecida, e trazer para fora. Eu confio na luz divina.
A vida é um rastro de ilusões que criamos nos nossos mais íntimos pensamentos, uma bolha limitada de versões de nós mesmos para lhe dar com um círculo finito de pessoas. Somos a minoria sem notoriedade e com a escassez de recursos racionais... é o que faz com que nos achemos tão significativos.
Somos poeira, somos passageiros, hoje somos, no amanhã éramos.
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