Poeira
Às vezes me sinto como um trem com dezenas de vagões vazio, caminhando sempre em linha reta sem destino algum, ou como uma folha em branco que não dá para escrever, ou como um copo vazio sem fundo.
Mas se eu for parar pra pensar, sou apenas uma massa formada por átomos neste universo criado sem propósito, sem destino. Apenas por acaso.
Fico procurando a razão da minha existência nos sentimentos. Mas quando vc apela para os sentimentos, vc tem que dar algo em troca... Como por exemplo, o amor... Pra você amar, tem que estar sujeito a sofrer. E sofrer faz parte de outro sentimento... A tristeza.
Não, talvez eu não queira isso pra mim... Acho melhor não ser dependente disso parar viver. Acho que o único jeito mesmo é me conformar. Afinal, a vida é assim... Você nasce, cresce, se reproduz e no fim morre e, com um tempo, ninguém mais saberá que vc viveu aqui na Terra, e toda a sua realidade junto com todas as coisas que existiam somente na sua mente, morrerá junto com você.
Qual o propósito da vida? Não sei... Talvez não tenha propósito algum, ou talvez a gente crie a nossa própria razão para viver. Não sei vocês, mas eu ainda não achei a razão da minha.
Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)
E talvez de meu repouso...
Ele fixara em Deus aquele olhar de esmeralda diluída, uma leve poeira de ouro no fundo. E não obedeceria porque gato não obedece. Às vezes, quando a ordem coincide com sua vontade, ele atende mas sem a instintiva humildade do cachorro, o gato não é humilde, traz viva a memória da sua liberdade sem coleira. Despreza o poder porque despreza a servidão. Nem servo de Deus. Nem servo do Diabo.
Todos os dias, quando acordo, vou correndo tirar a poeira da palavra amor...
Nós somos feitos de poeira de estrelas.
Somos todos viajantes de uma jornada cósmica - poeira de estrelas, girando e dançando nos torvelinhos e redemoinhos do infinito. A vida é eterna. Mas suas expressões são efêmeras, momentâneas, transitórias.
A conquista da liberdade é algo que faz tanta poeira que, por medo da bagunça, preferimos, normalmente, optar pela arrumação.
Ô minha filha, as suas dores não são as maiores do mundo e nem vão ser. Sacode a poeira. Toma um banho de rio. Abre essas asas. Grita alto, chora baixo. Pula alto e cai de cara. Desenha toda a beleza do mundo. Compra uma caixa de lápis de cor e sai aí colorindo a vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.
Mas a sua alegria apagava-se dia-a-dia, e cobria-se de poeira, como a asa de uma borboleta que um alfinete atravessou.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Afinal, se coisas boas se vão é para que coisas melhores possam vir. Esqueça o passado, desapego é o segredo!
Há gente que se torna tão especial em nossas vidas,
que nem a distância, nem a poeira do tempo é capaz de afastá-la de dentro da gente.
É gente que entra sem pedir licença,
cativa nosso afeto e faz morada permanente em nosso coração.
Gente que se faz presente sempre,
pelo simples fato de saber que é amado sem restrições.
Que sabe que o amor vai muito além de qualquer barreira ou preconceito.
Que sabe aceitar os defeitos e falhas sem criticar,
porque compreende que perfeição não existe, exceto a de amar incondicionalmente sem perguntas.
Apenas amar!
É esse tipo de gente que faz meus dias valerem à pena!
Que me rouba sorrisos e divide gargalhadas e, mesmo quando longe, se faz presente.
É gente que senta ao lado do meu coração em cada por de sol que aprecio,
que vem no cheiro da maresia que inspiro
ou de carona no assobio do vento.
Gente que dá saudades.
Gente que sabe amar como gente!
Com o tempo, a poeira das nossas experiências, do nosso conhecimento, da vida que vivemos, do passado, vai se acumulando. Essa poeira se torna o ego. O ego é apenas uma crosta sem vida em volta de você, ela tem de ser quebrada e abandonada a todo momento, para que essa crosta não se torne uma prisão.
Importante, em verdade, é o homem que está na arena, com a face coberta de poeira, suor e sangue; que luta com bravura, erra e, seguidamente, tenta atingir o alvo. É aquele que, no sucesso, melhor conhece o triunfo final dos grandes feitos e que, se fracassa, pelo menos falha com ousadia, de modo que o seu lugar jamais será entre as almas tímidas, que não conhecem nem a vitória, nem a derrota.
Tal como poeira fina atirada contra o vento, o mal vai para cima do tolo que ofende um homem inofensivo, puro e inocente.
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