Plantar
Os espinhos da decepção que me feriram nasceram no pé da expectativa que eu própria plantei, adubei e reguei.
Sorrir para si próprio assim que acorda é um jeito lindo de amanhecer com o dia, de abraçar o instante e homenagear a vida. Aquele que logo de manhã abre um sorriso largo para dar bom dia a si mesmo, na verdade está semeando alegrias em seu caminho porque já aprendeu que tudo que se planta, colhe!
As sementes do amanhã estão sendo semeadas hoje e mesmo que o futuro seja incerto é perfeitamente possível visualizar a colheita. Quem escolhe as sementes com sabedoria e planta com responsabilidade não será pego de surpresa, sabe que tem a segurança da colheita garantida. Se hoje você está plantando brisa, não há possibilidade alguma de colher tempestade amanhã.
A lei da semeadura não falha: a gente colhe o que planta.Toda semente de sorriso que plantamos na alma, cedo ou tarde ela floresce na boca.
Nem sempre uma má colheita é culpa da semente que você plantou, às vezes, a culpa é do solo que você escolheu pra semear.
Dizem que a gente colhe o que planta, então plante esperança no solo fértil da fé e no tempo certo colha bênçãos.
Assim como um agricultor a pessoa que pretende amar, de antemão, tem que saber que como qualquer outra planta o amor só cresce e dá frutos se for diariamente cuidado.
Você vai colher o que plantou, mesmo que não tenha plantado nada, pois a vida é como a terra: se você não plantar nada, nascerão ervas daninhas.
Tenho plantado árvores
Tenho plantado árvores
sem saber o nome das mudas.
Algumas nascem tortas,
outras largam o caule no meio da tarde,
como quem desiste do dia
antes que a manhã termine.
Não escrevo placas,
não celebro datas.
Apenas volto, às vezes,
com um copo d’água e um silêncio,
como se ambos fossem sementes.
Plantar me parece um jeito
de conversar com o que virá depois de mim:
alimentar com frutos e sombra,
como quem deixa recados
em folhas verdes,
numa língua que ainda será inventada.
Às vezes, passo semanas sem voltar.
E, quando volto, há silêncio também nas raízes.
Outras vezes, encontro uma folha nova
que não me esperou para nascer.
As crio em pequenos vasos,
pensando protegê-las do mundo.
Mas elas anseiam pelo chão —
há raízes que não suportam cerâmica,
há vontades que só entendem o barro.
Tenho aprendido que a terra escuta melhor
quando não a interrompemos.
E que há gestos que não florescem
para nós.
Tenho plantado árvores
como quem aceita não entender tudo,
mas ainda assim insiste.
Como quem planta uma pergunta
e colhe, com sorte,
a sombra de uma resposta.
“Quanto mais se gasta dinheiro, mais se ganha, quanto mais se ama, mais é amado, quanto mais se planta, mais se colhe.”