Plágio
VOZ FANTASMAGÓRICA
Minha voz gritou tão alto.
Mas eras feito de pedra
não podias me ouvir.
Eu tinha uma linda canção
feito orvalho a cair nas folhas.
E dizia: Ama-me! Ama-me!
Quem sabe um dia eu já nem cante,
mas ouças a canção sussurrada
a murmurar em seus ouvidos:
__Ama-me! Ama-me!
Ou, ainda quando ouvires o ruído
d’orvalho a cair nas folhas,
poderá lembrar da minha voz
que um dia gritou tão forte,
desesperadamente:
__Ama-me! Ama-me!
Docemente, fantasmagoricamente,
nas noites frias, em seus ouvidos de pedra.
CANÇÕES AOS VENTOS
Canto! Canto para o teu amor...
Ele já se foi, mas permanece em mim.
Deixei-me no ventre, alvo ventre do tempo
que se transformou em rosto e corpo de mulher.
Mas nada é eterno...
Ouve! Lá fora cantam liricamente.
Faz-me lembrar teus beijos, Faz-me lembrar ternura!
É tarde... E as tardes trazem lembranças!
Ainda que ninguém nos ventos vejam canções,
te sinto voltando nas melodias das leves brisas
que lá fora cantam liricamente.
UM POEMA COMO MEDALHA
Era um menino pobre, pequenino.
Não sei se teve pipa de papel azul,
Nem barquinho na enxurrada.
Não sei se viu papai-noel na chaminé,
Ou se alguém lhe contou estórias encantadas.
Era um menino...
Que cresceu e cresceu...
Contou-me estórias e se vestiu de papai-noel
por tanto tempo na minha memória.
As estórias que ele me contou, eu não sei quem lhe ensinou.
Esse menino tão pequenino!
Cresceu e cresceu...
Hoje, herói de tantas batalhas!
Porém, sem medalhas.
Subir... descer...
ficar no meio
(achar o equilíbrio),
mas também perder o equilíbrio.
Eis a roda viva... A vida.
UM DIA...
Amarás as coisas que amei...
as coisas mais simples e que não gostava.
Quererás encontrar dentre os guardados, meus rabiscos
de poesias que dizia não entender.
Procurarás no quarto de despejo o vestido roto
e pendurarás no cabide ao lado de sua camisa...
mas será só um vestido.
Dentre meus discos... não acharás a minha música (nunca foi a nossa).
Eu sei que por entre as trilhas que passei
seus pés tentarão adivinhar onde marquei minhas pegadas,
mas os ventos se assopraram e as apagaram.
quando vires uma mulher de olhar triste a vagar
olharás tão forte para ela e tentará me reconhecer nesses olhos.
Não. não! Eu não estarei naquele olhar sofrido.
Tentarás adivinhar e amar as coisas que eu amei.
Mas será noite , e a noite terá apagado toda minha imagem
e os caminhos por onde passei.
Amarás as coisas que eu amei, mas amarás em vão
porque por certo estarei dormindo e nada mais amarei eu.
MEDIOCRIDADE
O ser humano DEFENDE A VERDADE
QUANDO LHE É CONVENIENTE,
assim também a mentira.
Cada uma ao seu estado romântico.
Arco-íris
E quando as gotículas do orvalho caem nas folhas,
ao por do sol, pintam-nas de arco-iris.
O arco-íris é o reflexo de tudo.
Todas as cores estão nele,
mas reluz de acordo com as cores
do olhar que as traduz.
DIÁLOGO
Eu falo com vc que fala comigo... Falo com quem nem fala comigo ou me vê. Vou indo... Vendo vcs... A todos um pouquinho! Por um ponto, ou um emogi.
Amo-os, amo sozinha, mas amo e nem é preciso que me ames, e nem que queira meu amor. Amo-os infinitamente por vcs o meu próprio amor. Iguais as borboletas que não se conhecem mas voam em bando e se cumprimento em cada vôo, uma a uma.
Assim é esse meu amor
Esse amor que é meu
E me alimenta de versos, anelos e ternura
Esse... que um dia saí a procura-lo,
A chama-lo de alma minha...
Há eternidades já habitava-me em sonhos a sua voz macia
E um sorriso terno...
Suas mãos pequenas de pérolas!
Assim seria esse meu amor!
Os negros olhos a mirar os meus!
Esse amor! Seria todo meu paraíso!
E ele me amaria por tudo e também por nada.
Talvez até pelos meus olhos arroxeados...
Olhos feito flor de violetas:
Rara flor no seu jardim!
Assim é esse meu amor.
Eu o amaria por tudo e também por nada.
LÁBIOS BENDITOS
Em teus olhos anoitecidos
De tantas auroras!
Em meu corpo amanhecido
De tanto te amar...
Esse corpo em delírio
Onde soprou-me os beijos
Benditos, os lábios teus .
Rompeu a aurora divina
Que tua mão, à noite fez-me adormecer.
E assim menina, sem me conter
Peguei todas as rosas do jardim
E soprei para ti
O que para mim eram teus beijos:
Meu mais secreto desejo.
De tanta paixão te devolvi.
De tudo quanto restou
do seu corpo no meu
da noite em que mais me amou.
sinto louca saudade dos olhos breus.
e das mãos calientes, nada inocente
a passear pelos lábios quentes!
Tu, oh tu, maravilhoso deus!
Com nossos pesares
Com nosso pensares
E principalmente com nossos risos
Havemos de encontrar o caminho
ao nosso paraíso
Interior.
Meus olhos enxergam na escuridão
Tudo nela é horrível
Minha alma sofre as consequências
E isso é inadmissível.
DIAS ENUVIADOS
Se eu pudesse nos dias enuviados
Acender o sol para você viver.
Eu colocaria uma cor a mais, vibrante...
Não no sol mas na sua alma
E nos seu lábios um pouco do meu batom de cereja.
Deixa-me ser a criança que rabisca sua vida, colorida!
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