Pessoas Nao Entram em nossa Vida a Toa

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A nossa época é a época da crítica, à qual tudo tem que submeter-se. A religião, pela sua santidade, e a legislação, pela sua majestade, querem igualmente subtrair-se a ela. Mas então suscitam contra elas justificadas suspeitas e não podem aspirar ao sincero respeito, que a razão só concede a quem pode sustentar o seu livre e público exame.

Cada idade tem os seus humores, os seus gostos e os seus prazeres,
E, como a nossa pele, embranquece os nossos desejos.

Falamos na nossa própria língua e escrevemos numa língua estrangeira.

Jean-Paul Sartre
SARTRE, J., As Palavras. 2.ed. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2005

Salvo se formos cretinos, morremos sempre na incerteza do nosso próprio valor e do da nossa obra.

A adversidade é nossa mãe; a prosperidade é apenas uma madrasta.

Que a nossa semana seja leve e serena, cheia de bons sentimentos e pensamentos.

A nossa natureza consiste em movimento; o repouso completo é a morte.

As nossas paixões são os principais instrumentos da nossa conservação.

Se estamos no alto, Deus é tudo. Se estamos em baixo, Deus é uma compensação para a nossa miséria.

A nossa alma rende-se muito mais pelos olhos, do que pelos ouvidos.

A nossa pátria, para fazer-se amar, deve ser amável.

O que nos torna insuportável na vaidade dos outros é que ela colide com a nossa.

O que está atrás de nós e o que jaz à nossa frente têm muito pouca importância, comparado com o que há dentro de nós.

O sono é como uma outra casa que poderíamos ter, e onde, deixando a nossa, iríamos dormir.

Carência e limitação só conseguem existir quando damos espaço a elas em nossa mente.

A nossa dignidade consiste no pensamento. Procuremos pois pensar bem. Nisto reside o princípio da moral.

Temos tanta pressa de fazer algo, escrever, amontoar bens e deixar ouvir a nossa voz no silêncio enganador da eternidade que esquecemos a única coisa em relação à qual as outras não são mais do que meras partes: viver.

A teoria ajuda-nos a suportar a nossa ignorância dos fatos.

Amar é ver-se como um outro ser nos vê, é estar apaixonado pela nossa imagem deformada e sublimada.

Nossa liberdade fundamental é o direito e o poder de decidir como qualquer pessoa ou qualquer coisa fora de nós nos afetará.