Pessoas Dissimuladas
Um coração dissimulador, desconfiado, murmurador e negativo é, de fato, uma má companhia para o altruísmo pessoal.
ÚTERO SECUNDÁRIO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Teço minhas versões dissimuladas,
porque temo saltar no teu escuro,
e me deixo comer pelas beiradas
da promessa longínqua do futuro...
Este sonho me guarda sobre o muro;
faz calar minha carne chamuscada;
um empréstimo a juro sobre juro,
que no fundo me faço para nada...
De repente me devo nem sei quanto
e não posso pagar, cheguei a tanto,
pois o sonho contínuo virou vício...
Só preciso escapar da minha mão;
meu olhar vê a nódoa no colchão
e me faz entender o desperdício...
Senhor! Dê-me força e resignação para eu conduzir minha vida em paz, quando eu tiver que conviver com pessoas de mau caráter, falsas, mentirosas e dissimuladas. Tenha misericórdia de mim!
Face A Face Com A Falsidade
Enquanto a falsidade lhe sorri com a boca salivada de veneno,
Em teus desapiedados olhos sedentos de maldade, te acolhe sem pestanejar.
Pois, nem sempre toda bondade que um rosto estampa, é de fato o que este carrega.
O ser humano sempre tem uma ótima desculpa para não fazer a coisa certa, mas nunca perde uma oportunidade de fazer o que é errado!
O homem infiel
"Os cavalheiros mais eloquentes no amor, por vezes, são mestres na arte da dissimulação, usando o romantismo como um véu para ocultar suas transgressões."
Quem sabe
Quem sabe um dia, possamos nos amar
livremente.
Podermos livres, expressar o nosso amor,
sem ser dissimuladamente.
Quem sabe eu possa ter sua mão, a me fazer
carícias.
E eu bem-humorado a te beijar .
Quem sabe a época ainda traga essa felicidade.
Eu agradeceria,
A fortuna de privar todos os dias de poder
reclinar a fronte em teu corpo, como se eu
fosse o teu eterno apaixonado.
Roldão Aires
Membro da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Às vezes ouço coisas horripilantes e outras vejo, porém, não sou capaz de disseminar fofocas e/ou ódio por aí... Não perco tempo fazendo inferninhos com a vida alheia... Quero acreditar que, sem o peso da minha atenção, as injúrias ouvidas perderão o peso na boca do caluniador. Tudo, tudo por paz! O silêncio é um discurso que grita e cada um tem a sua forma de entendimento.
Para alguns, a vida é como uma peça de teatro: no palco, é beijo na boca; nos bastidores são ofensas e chutes nas canelas.
Nada me surpreende tanto quanto a incrível capacidade que as vitimas das circunstâncias tem de distorcer a realidade, quando e como bem lhes convêm.
Mais vale pra Deus um estilo de vida santo e sincero de do que mil canções de corações fingidos e dissimulados.
O dia passa
na tela da vida
chegadas e partidas...
O sol se põe,
num ponte ardente
oculta-se
e deixa a noite chegar... completamente indiferente.
A noite passa
dissimulada... não deixa ver nada,
oculta-se... dilui-se na escuridão.
E deixa aparecer outro dia.
Novo cenário das dobras do tempo
desdobra-se lentamente
compõe o tempo de mais chegadas...
de mais partidas...
tudo igual, igual a tudo... novamente.
Há aquela velha e boa fábula que conta a história do menino que sempre alarmava um falso ataque do lobo às brancas indefesas ovelhas. O Pastor, prestativo e atento, sempre acreditava nos falsos avisos do garoto. Quase sempre, um dia o Pastor se cansou. Justamente no dia em que o ataque era verdadeiro. O menino desesperado gritava pela ajuda do Pastor enquanto as ovelhas eram mortas.
Outra versão da fábula, mas com o mesmo efeito moralizante, é a do beija-flor que sempre dava enganosos alertas de incêndio na floresta. A inconsequente ave divertia-se ao ver toda a fauna mobilizar-se a fim apagar o que nunca existiu. Até que um certo dia... todos sabemos o que aconteceu.
Transpondo a fábula à realidade, apesar de não ser o garoto ou o beija-flor, por muito tempo emiti falsos sinais. Distribuí indícios e promessas de algo grandioso. Expressei, amiúde, (com uma dissimulação de fazer inveja a Capitu) sentimentos de bem-querer. Manifestei e fiz transparecer um amor sem começo nem fim.
Tal como o beija-flor ou o garoto, talvez tenha agido com o intuito de suprimir a pungente pequenez a que estava fadado. Fomos, eu e meus personagens, por muito tempo o centro das atenções. Nos divertíamos às custas da credulidade alheia. Crédulos que, por inocência ou ignorância, sempre guardavam na memória lembranças daquilo que, de fato, nunca existiu. Exceto em sonhos.
Hoje, por ironia do destino, minha história vai terminando como a de meus caros companheiros, o garoto e o beija-flor. Somos iguais em descrédito e desgraça. Hodiernamente, por mais sinceras e eloquentes sejam nossas palavras, ninguém mais dá ouvidos a elas. Eu não matei nenhuma ovelha. Quero, assim como o Pastor, cuidar do meu rebanho de um só exemplar. O que, no entanto e infelizmente, é impossível. Transformei-me no Lobo da história.
Eu tampouco quero apagar essa chama que sempre fantasiei ter, mas que só agora a conheço verdadeiramente. [Almejos sem meios. (Sonhos vãos). Não voltam.] O beija-flor que sempre fui, apesar de ter experimentado tantas rosas, apaixonou-se por uma flor intocável. Delicada demais para um lobo; grande demais para um pequeno e dissimulado beija-flor.
E o final dessa história... eu quero mudá-lo.
Nem todas as flores têm a mesma sorte: umas nascem para enfeitar a vida; outras, a morte.
Uma pessoa sonsa, não deixa de ser soberba, porque tem a triste mania de achar que não é identificável.
Ouvi tantas mentiras disfarçadas de verdades e tantas verdades que soaram como mentiras, que hoje me pergunto se é possível distinguir com clareza a verdade da mentira.
Quem dissimula está sempre com a discórdia. Manipula o coitadismo em meio a covardia. Busca pela injúria, calúnia e difamação como respira a falta de honra. A máscara da desonra veste a falha de caráter e vive na penumbra do vitimismo infame. O dissimulado (a) não honra as palavras que profere, tenta viver a vida dos outros e se vangloria com a mentira ao se fazer de coitado (a). É o famoso (a) lobo em pele de cordeiro, para não dizer bactéria do submundo. Rastejante!