Pessoas de Verdade

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Pessoas, muito mais que coisas, devem ser restauradas, revividas, resgatadas e redimidas: jamais jogue alguém fora.

Todas as pessoas tomam os limites de seu próprio campo de visão, pelos limites do mundo.

Arthur Schopenhauer
SCHOPENHAEUR, A., Conselhos e Máximas

Algumas pessoas pensam que estão sempre certas,
outras são quietas e nervosas, outras parecem tão bem,
por dentro elas devem se sentir tristes e erradas.

Outras se isolam para esquecer, enquanto outras se aproximam para sofrer,
outras falam para machucar, algumas se calam para não magoar,
embora sejam tão diferentes, todas têm algo em comum,
não têm certeza de quem realmente são ou do que querem ser.

Desconhecido

Nota: A primeira parte é um trecho da música "You Only Live Once" dos "The Strokes". A segunda parte é de autoria desconhecida. O texto é muitas vezes atribuído a Charles Chaplin.

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Que mundo! Poderia ser maravilhoso se não fossem as pessoas.

As pessoas

Olhai à tua volta.
Quantas pessoas especiais você tem deixado passar e partir?
Aquela pessoa passando na calçada poderia ser o grande amor da sua vida; aquela outra poderia te dar uma esplêndida amizade; tem aquelas que poderiam te auxiliar em tua caminhada, assim como aquelas a quem você pudesse estender a mão.
Todos passando, sem um olhar, sem um sorriso, sem um aperto de mão.
Claro, há aquelas que poderiam te fazer mal, mas há mais pessoas boas do que más neste mundo. Você é uma delas. O mundo não precisa ser tão frio e muita felicidade pode ter passado muitas vezes ao teu lado, e você nem viu.

Pessoas com vidas interessantes não têm fricote. Elas trocam de cidade. Sentem-se em casa em qualquer lugar. Investem em projetos sem garantia. Interessam-se por gente que é o oposto delas. Pedem demissão sem ter outro emprego em vista. Aceitam um convite para fazer o que nunca fizeram. Estão dispostas a mudar de cor preferida, de prato predileto. Começam do zero inúmeras vezes. Não se assustam com a passagem do tempo. Sobem no palco, tosam o cabelo, fazem loucuras por amor e compram passagens só de ida...

As pessoas valem o que vale a afeição da gente, e é daí que mestre Povo tirou aquele adágio que quem o feio ama bonito lhe parece.

Machado de Assis
Dom Casmurro (1899).

Eu amo pessoas "San Francisco"

Uma das coisas que fascinam na cidade de San Francisco é ela estar localizada sobre a falha de San Andreas, que provoca pequenos abalos sísmicos de vez em quando e grandes terremotos de tempos em tempos. Você está muito faceiro caminhando pela cidade, e de uma hora para outra pode perder o chão, ver tudo sair do lugar, ficar tontinho, tontinho. É pouco provável que vá acontecer justo quando você estiver lá, mas existe a possibilidade, e isso amedronta, mas, ao mesmo tempo excita, vai dizer que não? Assim também são as pessoas interessantes: têm falhas. Pessoas perfeitas são como Viena, uma cidade linda, limpa, onde tudo funciona e você quase morre de tédio. Pessoas, como cidades, não precisam ser excessivamente bonitas. É fundamental que tenham sinais de expressão no rosto, um nariz com personalidade, um vinco na testa que as caracterize. Pessoas, como cidades, precisam ser limpas, mas, não ao ponto de não possuírem máculas. É preciso suar na hora do cansaço, é preciso ter um cheiro próprio, uma camiseta velha para dormir, um jeans quase transparente de tanto que foi usado, um batom que escapou dos lábios depois de um beijo, um rímel que borrou um pouquinho quando você chorou. Pessoas, como cidades, têm que funcionar, mas não podem ser previsíveis. De vez em quando, sem abusar muito da licença, devem ser insensatas, ligeiramente passionais, demonstrar um certo desatino, ir contra alguns prognósticos, cometer erros de julgamento e pedir desculpas depois, pedir desculpas sempre, para poder ter crédito e errar outra vez. Pessoas, como cidades, devem dar vontade de visitar, devem satisfazer nossa necessidade de viver momentos sublimes, devem ser calorosas, ser generosas e abrir suas portas, devem nos fazer querer voltar, porém, não devem nos deixar 100% seguros, nunca. Uma pequena dose de apreensão e cuidado devem provocar. Nunca se deve deixar os outros esquecerem que pessoas, assim como cidades, têm rachaduras internas, portanto podem surpreender.
Falhas. Agradeça as suas, que é o que humaniza você, e nos fascina.

O senhor… mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra, montão.

Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

Eu bebo para fazer as outras pessoas interessantes.

George Jean Nathan
The autobiography of an attitude

Nota: Tradução de trecho do livro "The autobiography of an attitude" de George Jean Nathan. Por vezes atribuído de forma errônea a Groucho Marx.

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Pessoas são como sentimentos

Você não é o que você pensa. Você não é o que você diz, nem muito menos o que você faz. Deste modo, não faz a menor diferença se você é uma pessoa bonita ou feia, rica ou pobre, ultra inteligente ou se só possui o tico e o teco funcionando. Nada disso definirá quem você é. Porque pessoas são como sentimentos.
Alguns casais e pessoas muito carinhosas parecem ter uma boa compreensão disto. Não é porque esqueceu o nome da esposa que o marido à chama de “anjinho” ou de “meu bem”. É porque essas palavras são o que ela o faz sentir em seu coração. É isto que define as pessoas para a gente. E é assim que devemos pautar nossas escolhas sempre: unicamente por aquilo que as pessoas nos fazem sentir, porque é isto que verdadeiramente importa.
Você não vai querer relacionar-se com alguém que te faz sentir mal, por mais bem sucedida, bela ou inteligente que ela seja; nem certas pessoas quererão relacionar-se com você se agires de igual maneira.
Portanto, procure escolher bem quais sentimentos você vai passar e quais sentimentos você quer receber, porque isto define quem você é e, em especial, o que as pessoas serão para você.

Princípio crítico para ver o invisível: Ignorar o que as pessoas dizem.
Mantenha as pessoas de fora. Afaste-as, tape os ouvidos. E, se precisar, vá embora.
Ignore aqueles que dizem que é tarde demais para começar de novo.

Desconsidere aqueles que dizem que você nunca vai ser coisa alguma.

Faça-se de surdo em relação aqueles que dizem que você não é esperto o suficiente, rápido o suficiente, alto o suficiente ou grande o suficiente – ignore-os.

Há momentos em que a fé se inicia colocando algodão nos ouvidos.

Mas gosto, gosto das pessoas. Não sei me comunicar com elas, mas gosto de vê-las, de estar a seu lado, saber suas tristezas, suas esperas, suas vidas. Às vezes também me dá uma bruta raiva delas, de sua tristeza, sua mesquinhez. Depois penso que não tenho o direito de julgar ninguém, que cada um pode — e deve — ser o que é, ninguém tem nada com isso. Em seguida, minha outra parte sussurra em meus ouvidos que aí, justamente aí, está o grande mal das pessoas: o fato de serem como são e ninguém poder fazer nada. Só elas poderiam fazer alguma coisa por si próprias, mas não fazem porque não se vêem, não sabem como são. Ou, se sabem, fecham os olhos e continuam fingindo, a vida inteira fingindo que não sabem.

Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... Autoestima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é... Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de... Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é... Respeito.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.
Hoje descobri a... Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é... Saber viver!

Kim e Alison McMillen

Nota: Trecho adaptado do livro "Quando me amei de verdade", de Kim e Alison McMillen.

A maior covardia de um homem é despertar o amor de uma mulher sem ter a intenção de amá-la.

Augusto Branco

Nota: Trecho do poema "Todo o Amor". A autoria do pensamento tem vindo a ser erroneamente atribuída a Bob Marley.

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A vida é para quem topa qualquer parada. Não para quem para em qualquer topada.

Bob Marley

Nota: O pensamento aparece atribuído a Bob Marley, pelo menos, desde 2001. Este pensamento encontra-se também na música "Fortaleza" de Max B.o. (2010) e na música "Vamo Ver" de Inquérito (2008).

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Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Rocco. 1998.

Perder tempo em aprender coisas que não interessam priva-nos de descobrir coisas interessantes.

E, se você me achar esquisita, respeite também.
Até eu fui obrigada a me respeitar.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Ao Linotipista.

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As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade
"Amar se aprende amando". Rio de Janeiro: Record. 1985.