Pessoas Boas Dormem bem
o amor é um sonho que dorme na solidão, e que acorda apenas para descobrir que ele não existe, e apenas quem o sonha pode o ver
Quem dorme ao lado, talvez não veja a chama, Que em meu coração arde, só por ela, sem jamais se acalmar.
Quem dorme ao lado, talvez não saiba o que é amar, Como eu a amo, com a força de um furacão violento.
O comandante mais louco que possa haver ensina o cão a aprender a morder e dorme tranquilo, a maior riqueza que possa haver em seu latido é deixado de lado, que se chama liberdade/natureza.
Diz que não consegue dormir, meu bem, é porque eu sou como café expresso.
É Domingo à noite. E o que nos resta? Dormir! Pois esse é o único meio para pularmos esse fatídico momento.
Sonhos não é sobre dormir, é sobre estar vivo. Quem não sonha, mesmo sem ter sido sepultado, já morreu.
Solo Seguro
(José Adriano de Medeiros)
Evitei dormir o voo todo
Queria ver coisas inteiras mesmo que de muito longe,
que de muito alto.
Lasso de tantas coisas destruídas,
um abraço há muitas mãos em solo seguro,
era tudo o que eu mais queria.
Eu queria sair do meu corpo
Para cuidar dele
Dar colo
Carinho
Atenção
Colocar-me para dormir
Enquanto passo as mãos nos meus cabelos
Acaricio o meu rosto
Sem sentir pena de mim
E sim porque eu mereço
Ser tocada
Acariciada
Querida
Que sinta faltam de mim
Da minha presença física
Das conversas comigo
Me acalmar nas piores tempestades
E por fim
Deitar-me
Contando sete palmos abaixo
Me cobrindo devagar
E ao longe escutarei e sentirei
Cada camada dessas cobertas
E lá no breu descansarei
E lá, não sentirei nada
Nem dor, amores falsos
Estarei segura
E mesmo quem no meu descanso pisar
Eu não sentirei
Não verei as flores atrasadas
As lágrimas ou sentimentos de remorsos
Se, se e se
Porque acho difícil alguém lembrar de mim
Mesmo presente
Sou esquecida
E a gente tenta arrancar da gente o sofrimento...
Tenta arrancar as noites mal dormidas... Os sonhos frustrados , as despedidas... O pensamento louco , as incertezas ...
O pouco de esperança que ainda nos resta...
E a gente tenta arrancar do peito a dor daquele adeus... O último beijo que por teimosia ainda insiste em ser lembrado... O cheiro do perfume impregnado..no travesseiro, nas cobertas... No casaco...
A gente insiste em tentar arrancar da gente... Algo, mas como arrancar o que ainda é preso, faz parte, um pedaço ... Como arrancar o que nunca quis ir embora... Como dar adeus se a gente torce pra voltar a ser como era ... O amor da gente ... o pedaço da gente...
Apostas # postas
(Dormente... ente, ente, ente!)
O peito desponta,
Aponta,
Ponta.
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Lance de erros.
Lance de certos...
Acertos.
Erros que ficam,
Persistem,
Não ficam mais comigo.
Partir a lança,
Quebrar os elos,
Abrir a porta,
A mão fechada.
Passar...
* Passado
* Presente
________________________ Futuro
Dez/ 2017
Socorro!... Help!...
Por favor
Desliguem a minha luz
Quero dormir
Os meus dedos estão alucinados
Frenéticos
Prisioneiros desse teclado
E por isso
Preciso do vosso auxílio
Para me deitar
E continuar, sonhando!...
Boa noite. Paz no coração
Ninguém nunca vai entender a melancolia que sinto toda noite, antes de dormir. Ás vezes, me pego imaginando por que ser assim. E por que minha vida sempre parece triste pra mim?
TRISTEZA MARAVILHOSA
.
.
Rio de Janeiro,
sob teu corpo de concreto
teu santo padroeiro
dorme, como um feto.
.
Ainda não nasceu, teu santo,
ainda é cedo para o milagre;
e a lágrima doce do teu pranto
não é vinho, é só vinagre.
.
Baía de Guanabara,
como mente o teu postal.
Vejo fome em pau-de-arara
sob a camada social.
.
Queria entender teu segredo,
tua miséria, tua mentira;
mas o que vejo é o degredo
que escapa da tua mira.
.
Seres humanos migratórios
compelidos à mudança
cujos mortos compulsórios
são produtos da esperança.
.
Rio, Deus te abençoe,
e do alto do Corcovado
em pedra o Cristo nos perdoe
por teu índio dizimado.
.
Cidade Maravilhosa,
herança dos guaranis...
na tua culpa misteriosa
guarda a lembrança dos brasis.
.
Rio, cidade poesia,
olha teu negro na construção;
não lhe conceda alforria:
tu és a própria escravidão.
.
Rio, alguém que tardia
espreita em teu carnaval;
sobre a tua fantasia
jaz a beleza de um postal.
.
Rio de Janeiro,
teu caminho não é reto;
ao sul do teu cruzeiro,
um voto vira um veto.
.
Ainda não nasceu teu quebranto,
ainda é cedo para o céu;
e a cachaça do pai de santo,
não é néctar, é só mel.
.
.
[BARROS, José D'Assunção. Publicado na revista Insurgência, 2023]
O Horto Botânico
O poeta de olhar dormente
O orgasmagórico desce do espaço
Enquanto, poeta,
Vai pela rua
Obcecado
Observando a vida
Que
Ainda pulsa
Com luz
lidam as formigas;
com trevas dormem
folgam as folhagens
nesse ínterim
não demora
se renovam
a natureza rejuvenesce
e a roseira desgraçada
por elas
renasce e floresce
aromatizada
desconsidera a agressão
― não foi nada.
a até a agressora
fica mais perfumada.