Pessoa Educada

O amor é uma amostra mortal da imortalidade.

Esperar pelo melhor e preparar-se para o pior: eis a regra.

Passei por ti sem que te visse
Vi-te depois de ti não ver
O lembrar traz à superfície
O que o olhar deixa perder.

"nunca deixo saber aos meus sentimentos o que lhes vou fazer sentir... brinco com minhas sensações como uma princesa cheia de tédio com os seus grandes gatos prontos e cruéis..."

A vida é cousa tão séria, os seus problemas são tão graves, que a ninguém assiste o direito de rir. Quem ri é estúpido — de momento, pelo menos. A alegria é a forma comunicativa da estupidez.

(Aforismos e afins)

Evil is everywhere on earth, and one of its forms is happiness.

O mal está por toda a Terra e uma das suas formas é a felicidade.

(Aforismos e afins)

Não sou nada,
Não posso ter nada,
Não quero ter nada,
À parte isso,
Tenho todos os sonhos do mundo.

Este é o dia. Esta é a hora, este o momento, isto é quem somos, e é tudo. Perene flui a interminável hora que nos confessa nulos. No mesmo hausto em que vivemos, morreremos. Colhe o dia, porque és ele.
(Ricardo Reis, heterônimo de Fernando Pessoa in “Odes”)

A literatura, como toda a arte, é uma confissão de que a vida não basta.

A vida é a hesitação entre uma exclamação e uma interrogação. Na dúvida, há um ponto final.

Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?

Sinto, por vezes, um temor espantado das minhas inspirações, dos meus pensamentos, compreendendo quão pouco de mim é meu.


(aforismos e afins)

Para quê olhar para os crepúsculos se tenho em mim milhares de
crepúsculos diversos - alguns dos quais que o não são - e se, além de
os olhar dentro de mim, eu próprio os sou, por dentro?

Que sejas meu universo, que sejas tudo o que sinto e o que penso, que de manha seja o primeiro pensamento e a luz em minha janela...

Se de mim não me lembro, como me lembrarei de ti?

(...) Porque enfim
Sempre haverá sol
Ou sombra na cidade
Mas em mim...
Não sei o que há

“Ah! dá nojo ver o mundo
Pensar tão pouco profundo”.

(escrito em 15.11.1908), In Poesia 1902-1917)

Estou ignorando tanta coisa,fingindo não ver,não sentir...
Pra ver se eu consigo me convencer mesmo que não existe.

Rapaz, você tem que entender que aquela garota não
é fácil não! Ela é marrenta e irritada demais,
mas que com jeitinho as pessoas conseguem que
ela se derreta como uma manteiga. Ela é durona,
mas isso é tudo uma fachada para não se magoar
outra vez. Alguns caras que passaram pela vida
dessa menina quebraram o seu coração, desde
então, ela se protege sendo assim e não dando
espaço para ninguém visitar seu coração
novamente, então se quiser fazer uma visita ao
coração dela, você vai ter que a conquistar, mas
lembre-se, sempre com jeitinho.

Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.

(do poema "Mar Português")