Pessoa Educada
Desceu sobre nós a mais profunda e a mais mortal das secas dos séculos — a do conhecimento íntimo da vacuidade de todos os esforços e da vaidade de todos os propósitos. Barão de Teive
(do livro em PDF: Aforismo e afins)
O historiador é um homem que põe os factos nos seus devidos lugares. Não é como foi; é assim mesmo.
Todos nós temos momentos futuristas, como quando, por exemplo, tropeçamos numa pedra.
(extraído do livro em PDF: Aforismo e Afins)
“ Pensar em Deus é desobedecer a Deus,
Porque Deus quis que o não conhecêssemos,
Por isso se nos não mostrou...
Sejamos simples e calmos”...
(trecho extraído do livro em PDF: Poemas de Alberto Caiero)
O milagre é a preguiça de Deus, ou, antes, a preguiça que Lhe atribuímos, inventando o milagre. Bernardo Soares
(extraído do livro em PDF: Aforismo e Afins)
Tendo visto com que lucidez e coerência lógica certos loucos justificam, a si próprios e aos outros, as suas ideias delirantes, perdi para sempre a segura certeza da lucidez da minha lucidez. Bernardo Soares
(extraído do livro em PDF: Aforismo e Afins)
“Pobres das flores dos canteiros dos jardins regulares.
Parecem ter medo da polícia...
Mas tão boas que florescem do mesmo modo”...
(trecho extraído do livro em PDF: Poemas de Alberto Caeiro)
O homem está acima do cidadão. Não há Estado que valha Shakespeare.
(extraído do livro em PDF: Aforismo e Afins)
Somos estrelas...
Seja pelo contemplar da infinitude das estrelas, a mesma cosmologia que levou Carl Sagan por limiares incompreensíveis ou pelo desvelar das milhares sinapses que ocorrem quando nossos olhos podem perceber acerca do "sobre", tudo representa o confabular! Um conjurar que diz respeito a tudo que compõe nosso universo. A beleza da vida, quiçá sua própria essencialidade, reside na roda viva de seus paralelos tão viscerais, por um lado é tão frágil e por outro tão estrondosa ao ponto de nos permitir barganhar por ela até os últimos momentos - um risco no céu.
Somos como recipientes de algo imensurável! O fôlego divino para alguns, a repercussão de um tratado fisio anatômico para outros tantos e etc.Muito mais que devaneios sobre o que de fato somos ou de onde viemos, o mister daquilo que nos traduz reside (penso e desconfio) na tangencialidade de nossa existência. Nesse improvável enigma, tal qual a Esfinge que criamos para devorar as nós mesmos, tal qual buracos negros íntimos.
Ao fim disso tudo! Por mais distantes que sejam as galáxias ou o googol de seu tamanho a lógica é que tudo é perituro. Tal qual as estrelas! E assim no descortinar daquilo que denominamos vida, as sinapses perdem potência e os olhos já não podem "sangrar o mundo". Tudo segue um ciclo de infinitos, logo também somos estrelas
A menina na pedra
De tanto na pedra ficar, virou escultura... A prova do eterno desejar. A concretização de esperança futura.
As vezes penso ser uma casa de 3 estruturas.
Uma parte é Eu mesmo e as demais clara figura...
A segunda é sótão, lugar de desejos, sonhos e candura.
A terceira é porão...
Lugar de delírios, pecado e loucura .
"A maioria pensa com a sensibilidade, eu sinto com o pensamento. Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar.
Por isso...
Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens."
Assim, sem nada feito e o por fazer
Assim, sem nada feito e o por fazer
Mal pensado, ou sonhado sem pensar,
Vejo os meus dias nulos decorrer,
E o cansaço de nada me aumentar.
Perdura, sim, como uma mocidade
Que a si mesma se sobrevive, a esperança,
Mas a mesma esperança o tédio invade,
E a mesma falsa mocidade cansa.
Tênue passar das horas sem proveito,
Leve correr dos dias sem ação,
Como a quem com saúde jaz no leito
Ou quem sempre se atrasa sem razão.
Vadio sem andar, meu ser inerte
Contempla-me, que esqueço de querer,
E a tarde exterior seu tédio verte
Sobre quem nada fez e nada quere.
Inútil vida, posta a um canto e ida
Sem que alguém nela fosse, nau sem mar,
Obra solentemente por ser lida,
Ah, deixem-se sonhar sem esperar!
não quero viver em seus pensamentos la so receberei a visita de sua memoria,deixe me no seu coração onde cada batida chama por mim...........
Estás só...
Estás só. Ninguém o sabe. Cala e finge.
Mas finge sem fingimento.
Nada esperes que em ti já não exista.
Cada um consigo é triste.
Tens sol, se há sol, ramos se ramos buscas.
Sorte se a sorte é dada.
Partir!
Nunca voltarei
Nunca voltarei porque nunca se volta
O lugar que se volta é sempre outro,
A gare a que se volta é outra.
Já não está a mesma gente, nem a mesma luz, nem a mesma filosofia.
Toda a poesia - e a canção é uma poesia ajudada - reflete o que a alma não tem. Por isso a canção dos povos tristes é alegre. [adaptado]
Nota: Adaptação de citação de Fernando Pessoa