Pessimismo
Exílio da amargura
Há um peso nas pessoas que arrastam o próprio céu para o chão,
um cinza constante que cobre qualquer raio de sol,
não importa o quanto ele brilhe,
não importa a beleza do dia.
São aquelas almas que amarram as mãos da alegria,
que bloqueiam a porta do riso e a trancam por dentro,
sempre com olhos vazios e palavras pesadas,
que destilam o azedo sobre tudo que tocam.
Como é cansativo estar perto de quem nunca vê a flor
e se perde nas pedras, nas sombras, nos galhos secos,
quem respira o mundo com desdém e despeito,
e transforma cada instante em um lamento.
Há uma exaustão em suportar o eterno suspiro de quem se sente vazio,
de quem planta desgraças e colhe ingratidão,
de quem rejeita a leveza como se fosse uma afronta
e abraça a escuridão como velha amiga.
Eu me afasto, pois há um limite para o peso que se pode carregar
quando a alma quer leveza e se recusa a afundar.
Prefiro voar longe dos que se recusam a ver o céu
e me exilar na paz de uma mente aberta,
onde a vida se reflete sem filtros amargos,
e o belo encontra, enfim, espaço para existir.
No sonho nasce a obra que há-de ser,
Por génios concebida, além do ver,
Visão sublime, além do nosso ser,
Imaginada antes do amanhecer.
Mas vem o lutador, sem hesitar,
Com força, a persistir, a trabalhar,
Nos braços leva o sonho a edificar,
Vence os desafios, faz o ideal brilhar.
E eis que o fruto, então, se faz luzir,
Os felizes desfrutam, vão sorrir,
Na obra pronta, vão-se deliciar,
No prazer de quem viu o sonho abrir.
Mas sempre há-de vir a crítica vil,
Dos velhos do Restelo, senil,
Que nada cria, só sabe obstruir,
Em sua sombra, o novo a reprimir.
Assim se faz a história, em ciclo eterno,
Do génio ao lutador, prazer fraterno,
Passando pelo crivo deste inferno,
Dos inúteis crónicos, sem inverno.
O poder da declaração parece não ter efeito comigo, talvez do que eu precise seja de um pouco de sorte, para encontrar alguém que tenha coragem.
Coragem o suficiente para tentar ser feliz, e tentar me fazer feliz, afinal não é isso que é a vida ? Uma interminável busca pela felicidade.
'Por que nenhuma estrela brilha para mim?', reclamou o homem acostumado a lamentar e olhar só para baixo.
O sol continua nascendo. Os dias continuam passando. O mundo continua girando. O tempo apenas continua avançando. Semanas, meses e até anos se passam, enquanto você tenta entender tudo. Tenta descobrir onde você pertence. Tenta ver um futuro melhor. Mas a verdade é que o caminho em frente só ficou mais sombrio. É mais difícil de ver. Você pode se sentir tão perdido, tão sozinho, tão desesperado por alguma coisa, qualquer coisa que possa lhe mostrar o caminho...
Algumas pessoas estão tão acostumadas a ser pessimistas e ser vitimistas e ficam tão derrubadas e angustiadas com certas situações que não dão a chance a si próprios de entender e aceitar que coisas boas podem submergir de coisas ruins
A verdade machuca e a imensa maioria das pessoas considera a realidade pesada demais para suportar. Diante desse fato, é muito mais fácil culpar o delator da verdade como pessimista do que encarar o fato como verdadeiro.
Como castigo, o catastrofista verá o fim do mundo, mas não terá ninguém a quem dizer que estava certo.
Nosso Deus nos dá o direito do que iremos Semear, mas jamais Permite que a colheita seja diferente do que Plantarmos.
"Há poucas coisas que limitam mais o voo das pessoas que a distância a que chega seu olhar."
("Eu matei JK". Editora Pandectas)
Aos Fervorosos Dissimulados
Você não se cansa?
Tão mesquinho
Tão ridículo
Abominável!
Você!
Você que finge “ser bom”
Que se esconde em nuvens
E permite morrerem as crianças por problemas que nem entendem
Você!
Você que é hipócrita
Que dita tuas leis tolas
E prega sua terrível intolerância sobre o tão sublime
Você!
Você que se diz divino
Que finge ser o “bom samaritano”
E estraga o campo de flores com sua oratória
Você!
Você que nunca se provou
Que mata em seu nome
E também manda matar
Você!
Você putrefato!
Bastardo das ciências!
Cadáver do mundo!
Você!
Você cujo cheiro me causa ânsia
Me faz vomitar
E da nojo
Você!
Você não percebe que é o câncer
O tumor neste velho mundo
E a muito doente
Você!
Você que ainda insiste embriaga-lo
Com seu álcool mofado e velho
A fim de matá-lo, pensando fazer
o “bem”
Você!
Deixe-me agora
E deixe também meu mundo!
Ao menos uma vez faça o que fala, dizime-se pelo bem deste mundo.