Peso
Seu drama não era o drama do peso, mas da leveza. O que se abatera sobre ela não era um fardo, mas a insustentável leveza do ser.
Aprendi que a humildade mora em corações alados que não carregam o peso do orgulho. Que respeito é par constante da admiração. E que só a generosidade é capaz de descongelar sentimentos frios.
Ela dança como se fosse leve, pluma, nada. Ela sente como se fosse força, peso, tudo. Externa palavras como se desse uma pirueta. Demonstra o que sente como se fosse samba. E todos os gingados requebram com as emoções. Dança querendo mostrar a vida que não existe negação, quando a aceitação é positiva. Ela gira, gira, gira e se delicia com a melodia de sentimentos novos. Não se envergonha com os passos errados e continua no ritmo familiar que já tanto conhece. Fecha os olhos, mas não fecha o corpo. Abre a mente, mas não fecha a alma. Ela consegue ser sexy nas canções menos apropriadas. Ela é linda, principalmente, quando dança. E quando não existe música, ela faz aquele som na boca, como quem canta uma canção de ninar. Abraça o corpo, fica na ponta do pé e sai rodopiando, rodopiando, rodopiando, como se nada fosse parar...
... nem ela.
~*Rebeca*~
-
Dinheiro é resultado, riqueza é resultado, saúde é resultado, doença é resultado, o seu peso é resultado. Vivemos num mundo de causa e efeito.
Pensamento de um depressivo:
Hoje acordei, sem vontade de levantar.
Sentia um peso no corpo que não sabia da onde vinha.
Meus olhos se abriam mas meu corpo não se movia.
Não conseguia entender, meu deus que agonia!
Achei que era um mal estar.
Que logo iria passar.
Assim todos me diziam.
Você logo vai melhorar!
Mas não foi assim que aconteceu.
Aquela tristeza só crescia.
O vazio era grande.
A minha mente não dominava aquele gigante.
Foram dias sem sentido.
Meses sem razão.
Anos de sofrimento.
Descobri o que eu tinha, depressão.
Mas me perguntava, por que.
Aquilo não tinha razão de ser.
Muitos me diziam só depende de você.
Alguns não acreditavam, que aquilo pudesse acontecer.
Cada vez mais sozinho.
Tentava me esforçar para achar um caminho.
Dizia para mim mesmo que tinha que ser forte.
Aquilo era demais, não conseguia me sentir em paz.
Uma coisa digo a vocês é uma dor sem fim.
Quando encontrarem alguém assim.
Diga-lhe o quanto é importante.
Talvez só tenha aquele instante.
A todo momento na mente de um depressivo.
Passa imagens de um viagem, sem volta.
Busca desesperadamente, acabar com aquela dor.
E neste desespero e cansaço de sofrer.
Tudo que um depressivo quer, é morrer.
Se você puder ajudar.
Faça isso devagar.
Mas sem cessar.
O depressivo precisa, de alguém que o diga e mostre,
Que existe outras saídas.
By: Sônia britto
Eu sempre me achei pesada demais, profunda demais. Carregava o peso da vontade de ser apenas alguém leve. Um dia eu desisti da leveza... E comecei a flutuar!
Eu peguei o capacete vermelho, medindo o peso em minhas mãos. “Eu vou parecer estúpida”.
“Não, você vai parecer esperta. Esperta o suficiente pra não se machucar.” Ele jogou a coisa preta, o que quer que fosse, por cima do braço e pegou o meu rosto nas mãos. “Existem coisas entre minhas mãos agora sem as quais eu não posso viver. Você podia cuidar delas”.
Não é q a cruz da vida esteja pesado de carregar, é o peso do próprio ego q coloca empecilhos e esgota a energia.
Sei que, as vezes, estamos pesados pelo peso da vida!... mas, mesmo assim, conseguimos alçar voo com as nossas almas para sorrir e
sermos felizes!
Quilômetros importam na matemática. Idade só importa pra dirigir. E peso, é coisa de nutricionista. No amor, só importam os sentimentos.
Políticos nefastos
Que estrupam
O estado.
Deixam o peso
Do país ser carregado,
Por pobres coitados.
Enquanto esbanjam
Falta de caráter e honestidade,
Hoje são suas canetas
Que servem de chicote,
Para o povo
Que sobrevive
Como gado.
O otimista tem a leveza na alma a pureza na mente e a benevolência no coração, o pessimista o peso, a poluição, e a negatividade.
Carta a um amor impossível
Recebi tua carta, - e ainda sob o peso
da emoção que me trouxe, eu te escrevo, surpreso,
reavivando na minha lembrança esquecida
certos traços sem cor de uma história perdida:
- falo dos poucos dias que passamos juntos.
Tão longe agora estas, quantos belos assuntos
a que eu não quis, nem soube mesmo dar valor,
relembras com um estranho e desvelado amor.
Tua carta é tão doce, e tão cheia de cores
que, dir-se-ia a escrever com o mel que há nas flores,
sobre o azul de um papel tão azul, que o papel
faz a gente pensar num pedaço de céu!
Impregnado nas folhas chegou até mim,
um perfume sutil e agreste de jasmim
e um pouco do ar sadio e puro de montanha!
Estranha a tua carta, inesperada e estranha!
Deixas nas minhas mãos a tua alma confiante,
ante a revelação desse amor deslumbrante
e abres teu coração, num gesto de ansiedade,
sob a opressão cruel de uma imensa saudade.
Dizes que só por mim tu vives, - que a tristeza
é a companheira fiel que tens por toda parte,
e me falas assim com tamanha franqueza
que eu nem sei que dizer receando magoar-te!
Não compreendo esse amor que revelas por mim
nem mereço a ternura e o enlevo sem fim
de um só trecho sequer de tudo o que escreveste,
- por exemplo, - de um trecho belo e bom, como este:
"Teu olhar é o meu sol! Vivo da sua luz!
- e mesmo que esse amor seja como uma cruz
eu o levarei comigo em meu itinerário!
E o bendirei na dor ascendendo ao Calvário!
Sem ele não existo; e sem ti, meu destino
será vazio, assim como o bronze de um sino
que ficou mutilado e emudeceu seus sons
na orquestra matinal dos outros carrilhões!
Quero ser tua sombra até, - e quando tudo
te abandonar na vida, e o frio, e quedo, e mudo,
encerrarem teu corpo em paz sob um lajedo,
eu ficarei contigo ao teu lado, sem medo,
e sozinha e sem medo eu descerei contigo
oh! Meu único amor! Oh! Meu querido amigo!
- para que os nossos corpos juntos, abraçados,
fiquem na mesma terra em terra transformados!"
Escreves tudo assim, - e eu nem sei que te diga
nesta amarga resposta, oh! Minha pobre amiga!
Tarde, tarde demais... Bem me arrependo agora
do amor que te inspirei, daquele amor de outrora
que eu julgava um brinquedo a mais em minha vida
e a quem davas tua alma inteira e irrefletida...
Releio a tua carta, e confesso que sinto
o ter-te que falar sobre esse amor extinto,
um prelúdio de amor que ficou sem enredo
e que só tu tocaste em surdina, em segredo...
Dizes que o que eu mandar, farás... e que és tão minha
que mesmo que não te ame e que fiques sozinha
bastará para ti a lembrança feliz
dos dias de ilusão em que nunca te quis!
E escreves, continuando essa carta que eu leio
com uma vontade louca de parar no meio:
"Minha vontade é a tua! E meu destino enredo
no teu!... És o meu Deus! Teu desejo é o meu credo!
Creio na tua força e no teu pensamento,
e nem um só segundo e nem um só momento
deixarei de seguir-te aonde quer que tu fores,
seja a estrada coberta de espinhos ou flores,
te aureole a fronte a glória e te sirva a riqueza
ou vivas no abandono e sofras na pobreza!
Serei outra Eleonora Duse, e te amarei
com um amor infinito, sem razão nem lei.
Tu serás o meu Poeta imortal, - meu Senhor,
a quem entregarei minha alma e o meu amor!
Creio na tua força e no teu pensamento!
- faço dela um arrimo, e tenho nele o alento
da única razão que dirige meus atos;
- é a lógica fatal das cousas e dos fatos!
Orgulho-me de ser a matéria plasmável
onde o teu gênio inquieto, e nervoso, e insaciável,
há de esculpir uma obra à tua semelhança!
Junto a ti sou feliz e me sinto criança
curiosa de te ouvir, fascinada e atraída
pela tua palavra alegre e colorida!
E se falas da vida ou se o mundo desvendas
os assuntos ressoam na alma como lendas
e tudo é novo e é belo, e tudo prende e atrai,
de um simples botão que se abre a um pingo d'água que caí.
Há em tudo uma alma nova! Há em tudo um novo encanto!
Tantas vezes te ouvi! E sempre o mesmo espanto
quando tu me dizias, que era tarde, era a hora
em que eu ia dormir em que te ias embora...
Muitas vezes, deitada, - eu rezava baixinho
uma prece que fiz só para o meu carinho:
com meus beijos de amor matarei tua sede,
com os meus cabelos tecerei a rede
onde adormecerás feliz, imaginado
que é a noite que te envolve e te embala cantando;
formarei com os meus braços o ninho amoroso
onde terás na volta o almejado repouso;
minhas mãos te darão o mais terno carinho
e julgarás que é o vento a soprar de mansinho
sussurrando canções e desfeito em desvelos
a desmanchar de leve os teus claros cabelos!
No meu seio, - que a uma onda talvez se pareça,
recostarei feliz, enfim, tua cabeça,
e nada, nenhum ruído há de te perturbar!
- meu próprio coração mais baixo há de pulsar...
Quando o sol castigar as frondes e as raízes
com o meu corpo farei a sombra que precises,
e se o inverno chegar, ou se sentir frio,
em mim hás de achar todo o calor do estio!
Não te rias, - bem sei que te digo tolices,
mas ah! Se compreendesses tudo, ou se sentisses
a alegria que sinto ao te falar assim,
talvez que não te risses, meu amor, de mim...
Isto tudo, - é obra apenas da fatalidade,
- quando o amor é uma doença e é uma febre a saudade."
Tua carta é uma frase inteira de ternura,
como uma renda fina, cuja tessitura
trai a mão delicada e a alma de quem a fez
Ela é bem a expressão da mulher, que uma vez...
(mas não, não recordemos estas cousas mais,
- para o teu bem, deixemos o passado em paz
se o não posso trazer num augúrio feliz
para a prolongação de um sonho que desfiz...)
Tua carta é o reflexo da tua beleza,
e há no seu ofertório a singela pureza
desse amor que te empolga e te invade e domina!
(Uma alma de mulher num corpo de menina!)
Reli-a muito, a sós... - Mais adiante tu dizes,
com esse místico dom das criaturas felizes:
"Amo, para a alegria suprema e indizível
de humilhar-me aos teus pés tanto quanto possível,
e viverei feliz, como a poeira da estrada
se erguer-me ao teu passar, numa nuvem dourada
cheia de sol e luz, - nessa glória fugaz
de acompanhar-te os passos aonde quer que vás!
Não importa que eu role depois no caminho,
não importa que eu fique abandonada e só,
- quem nasceu para espinho há de ser sempre espinho!...
- quem nasceu para pó, há de sempre ser pó!"
Faz-me mal tua carta, muito mal... Receio
pelo amor infeliz que abrigaste em teu seio,
e uma angústia mortal me oprime e me castiga,
deixa que te confesse, oh! Minha pobre amiga!
Não pensei... Não pensei que te afeiçoasses tanto,
nem desejava ver a tristeza do pranto
ensombrecer teus olhos... Quando tu partiste,
não compreendia bem por que ficaste triste
nem quis acreditar no que estavas sentindo...
Hoje, - hoje eu descubro que o teu sonho lindo
era mais do que um sonho, - era mesmo, em verdade
uma grande esperança de felicidade!
Me perdoarás, no entanto... ah! Não fosses tão boa!
E eu insisto de joelhos a teus pés: - perdoa!
Se eu soubesse, ou se ao menos eu adivinhasse
o que não pude ver além de tua face
e o que não soube ler velado em teu olhar,
não teria deixado esse amor te empolgar...
Perdoa o involuntário mal que te causei!
A carta que escreveste, e há bem pouco guardei,
um grande mal também causou-me sem querer:
- é bem rude e bem triste a gente perceber
que encontrou seu ideal, - o seu ideal mais belo,
- e o destruir, tal como eu, que agora o desmantelo!
É doloroso a gente em mil anos sonhá-lo
e inesperadamente ter que abandoná-lo!
Se algum amor eu quis, esse era igual ao teu
que tudo me ofertou e nada recebeu;
ingênuo e puro amor, simples, sem artifícios,
capaz como bem dizes "de mil sacrifícios,
e de mil concessões, chorando muito embora,
só para ver feliz o ente que quer e adora!"
E pensar que isso tudo que tu me ofereces:
— teu raro e imenso amor, teus beijos, tuas preces,
a tua alma de criança ainda em primeiro anseio;
e o teu corpo, onde a forma ondulante do seio
não atingiu sequer seu máximo esplendor;
tua boca, ainda pura aos contatos do amor;
- e dizer que isso tudo, isso tudo afinal
que era o meu velho sonho e o meu maior ideal,
abandono, desprezo, renuncio e largo
com um gesto vil como este, indiferente e amargo!
Enfim, já estás vingada... Porque ainda és criança
há de este falso amor te ficar na lembrança
como uma experiência... (a primeira vencida
das muitas que talvez ainda encontres na vida... )
E um dia então... - quem sabe se não será breve?
- descobrirás na vida aquele amor que deve
transformar teu destino e realizar teu sonho...
Antevendo esse dia de festa, risonho,
comporei, como um véu de noiva, para as bodas,
a mais bela poesia, a mais bela de todas...
(... Recebendo-a, dirás, esquecida e contente:
- "quem teria enviado este estranho presente?")
Sé feliz, minha amiga... eu me despeço aqui...
Lamento o meu destino, porque te perdi
e maldigo esta carta pelo que ela diz...
Não chores, - porque eu sei que ainda serás feliz...
E que as lágrimas de hoje, - enxuguem-se ao calor
de um verdadeiro, eterno e imorredouro amor!
P. S. - Sê feliz. Amanhã tudo isto será lenda...
E pede a Deus, por mim, - que eu nunca me arrependa...
(do livro" Eterno Motivo" - 1943)
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