Pesca
Olhar para si mesmo é fácil. Duvido, agora, se colocares no lugar de outro para resolver os problemas dele como se fossem os teus. Caso consigas, e aplique isso à lei, parabéns: estamos mais próximos de uma sociedade mais justa e igualitária.
Acho que o problema era que brigávamos às partes e juntavamos os erros. Não sendo, portanto, culpa dele e nem minha. Entretanto compartilhavamos desse amargo sentimento: o sentir-se culpado.
Pessoas com diferentes tonalidades de pele são diferentes, na cor... A única coisa que nos diferencia, como pessoas, são as escolhas que fazemos na vida.
SILÊNCIO PESQUEIRO
Um eco de grito te deixa em apuros
Reverbera de ti imatura via
Na palavra verde o silêncio é maduro
Impede a explosão sensatez calmaria
Ruído te prende, quietude liberta
Sufocar no teu peito essa euforia
Experiência deixando uma porta aberta
Aquela que vem apontando o caminho
Por mais que te agridam há sempre um Sol
Sem querer ter razão desvie o espinho
Um peixe pescado sem isca no anzol.
PAREJA
Lancei as cevas pra vida
Prum espinhel solidário
Na esperança que fisga
Um esforço paritário
Na comunhão pretendida
Se tem um justo ideário.
O sol nasce de trás do horizonte e entre nuvens
Densas banha as águas revoltas da imensidão do mar.
O pescador adentra no mar e lança longe a linha de pesca
E pacientemente fica a espera de mais uma fisgada.
Entre o silêncio e a espera sempre haverá uma nova
Possibilidade e sonhos que poderão ser realizados.
O homem e o mar se conectam de alguma forma
E entre eles serão revelados segredos inimagináveis.
O rumor é forte e a maresia deixa o ar impregnado.
O voo rasante e o grito das gaivotas quebra o silêncio.
O céu encoberto deixa a manhã de janeiro pálida e a
Brisa canta suavemente deixando o momento impar.
Sei lá, não sei explicar mas há dias que a única coisa que ajudava era caminhar pela borda do mar com uma cana de pesca.
-Michael Hayssus
Seu João, um chapéu laranja e sua bicicleta
Hoje conheci Seu João, perseverante pescador!
Munido de sua bicicleta, anzol e carretel improvisado,
Anda de um lado a outro da praia esperando seu fisgado!
Não consigo ver o seu rosto muito bem,
Aprendi o seu nome por ter sido gritado por outro alguém.
Também não enxergo o seu sorriso, apenas sua paciência.
E a cada peixe que ele pega, eu solto um riso. E ele? Mantém a decência.
Chapéu laranja, sol a pino... Carrega consigo uma esperança, que espero vê-lo sorrindo.
Não parece se importar muito com a paisagem ou já não mais a admira,
Os olhos sempre fitos no mar, não pode errar a mira!
E assim o dia passa, puxa anzol, lança anzol e vez ou outra guarda a caça.
Queria pescar com Seu João e talvez escutar a sua alma...
Mas o que ganhei hoje, foi para admirar a sua calma.
E lá vai ele com sua bicicleta novamente:
Uma caixa de isopor, um chapéu laranja e a sua pesca que me deixou contente.