Pés de Criança
"estes pés vão caminha ate um lugar chamado destino, mais pra chegar nesse destino preciso passar por espinhos, vai doer muito, posso ate cair mais eu vou mim recupera mais quando eu mim levantar, vou tá mais forte do que quando eu começei, vou sempre erguer minha cabeça, vou pensa que estou passando por cima de uma grama sempre pensa positivo que assim chegarei no meu destino"
A nossa infância
Dizem que sou infeliz
Se alguém olha para o meu corpo abre a boca e diz:
Roupa rasgada
Os pés descalços
Terra na cara
Feridas e cicatrizes por todo o lado
Ele é realmente um necessitado!
O que não sabem, é como eu vivo
E de onde vem o sorriso nos meus lábios
Dizem que sou infeliz
Que estou desnutrido
Porque na minha mesa faltam cereais, leite, amido
Então venham comigo
Esse é o meu matabicho:
Pão e chá
Feitos de folhas medicinais
Com os melhores sabores que há
Lanche em casa?
Não tenho!
Isso depende do meu empenho
Manga, Safú, Jaca …
Já nem sequer almoço ao chegar em casa
O que ninguém esquece
É daqueles banquetes em que eu simplesmente era:
“O cozinheiro chefe”
AOS PÉS DA CRUZ (soneto)
A Vós submisso vou, braços crucificados
Nesse calvário sacrossanto da paixão
Receba-me, na Tua elevada compaixão
E, por nos livrar do mal, estais cravados
A Vós, Pai, que pelos pecados fustigados
Piedade! ... poupe os ceticismos incertos
No Teu perdão, Teus zelos estais abertos
Perdoai nossas falhas, e rumos errados
A Vós, pés encravados, por nos amar
A Vós, chagas abertas, para nos ungir
A Vós, na dor, e Teu sangue a libertar
Por não nós deixar, nem de nós desistir
Por ser o filho escolhido, o meu olhar
Aos pés da cruz, aqui estou pra remir...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29/07/2020, 11’02” – Triangulo Mineiro
paráfrase Gregório de Matos Guerra
Beyoncé, Queen Bey, faça meus pés deslizarem amanhã e faça meus passos terem graça. Em nome do clipe de Single Ladies e do filme “Lemonade” eu rezo.
Eu acredito que minha hora vai chegar
Com humildade, mantendo os pés no chão
Pois minha fé é a última que morre e a cada dia vivido
Eu agradeço na oração
Qualquer lugar que seus pés tocarem se torna uma passarela. E vc? Tão bela, há pouco te observava em meio a uma platéia. Não possuo ingresso pra contemplar embora gostaria muito, poder comprar? Quaisquer distância, tempo, direito, de assim cm essas multidões de rostos a te cercar, poder finalmente mostrar, estou aqui, por ti, sempre, a te esperar?
extenuar...
Estrada longa
estende-se longa
essa estrada que me sonda.
hiberna a anaconda
meus olhos foram além,
meus pés ainda não a têm.
Claudete P Soares
QUANDO TE SONHO
Quando me aposso da noite do sonho,
Os pés do mar correm em ondas,
E querem se aformosear em teus passos.
Tornam-se seixos encravados em tua espera.
Na terra os braços do vento te acariciam.
Matizam-se de cores para ornar teu ventre.
Tua boca me incita,
Ao não desver o querer imaginado.
Não desperto. Cubro-me de ousadia.
Continuo te inventando,
Antes que desenleie o dia da saudade,
Entre uma e outra possível eternidade.
Um dia ela olhou para trás, e viu que precisava tirar as sandálias e molhar seus pés, deixar que a lama a sujasse outra vez. Não importava como sairia dali, se teria como tirar a lama dos pés. Ela só queria poder sentir o frescor da simplicidade da infância outra vez.
Deita-te em meu leito
Permita-me beijar teus pés
E acariciar delicadamente teu corpo
O perfume das flôres de pequi confunde-se com o do teu cabelo
Caliandra, a Ciganinha, enriquece o contorno dos teus seios
Os velhos Ipês e Flamboyants são as testemunhas desse momento
O "diz que diz" do vento em suas folhas e o refrigério da correnteza das minhas águas
Parecem saudar tua presença
Deita teu corpo em meu abraço
Descansa em meu regaço
E me faça feliz...
Eu ando descalço..
Pra saber onde piso...
Pra me manter vivo.
Eu ando descalço
De ilusões e sofrimentos
Piso bem, piso limpo
Sem devaneios , sem sustos
Sigo meus instintos ..
Memória (microconto)
Tinha seis anos quando a conheci. Sorri, descobri, corri, comi, ouvi histórias ao redor do fogo. Sua voz me aquecia o coração. Vê velhinha! Eu cresci! Mas meus pés continuam sujos de chão.
Não há caminho
Enfrente os teus próprios medos, obstáculos, desertos ou pedras: que o caminho se fará debaixo dos teus pés.
A Bíblia narra histórias que parecem surreais e inacreditáveis, como atravessar um deserto em quarenta anos; sobreviver numa fornalha ardente; abrir rios e mares; caminhar sobre as águas ou transformar a água em vinho.
A mensagem viva que se extrai da letra que é morta, diz que não importa a dificuldade: se tivermos um desejo ou uma necessidade, temos que enfrentar os nossos próprios desertos, fornalhas, pedras, rios, mares profundos ou apenas o medo e os obstáculos.
Maria tinha um desejo de entrar no sepulcro (não era uma necessidade), mas ela sabia que tinha uma pedra na porta.
Moisés sabia que tinha um mar pela frente (atravessá-lo era uma necessidade).
Eles poderiam ter desistido, sem tentar, porque não tinham como remover a pedra ou atravessar o mar, mas optaram por seguir em frente.
É isso! Ainda que não haja um caminho, ele se faz debaixo dos nossos pés.
Não dê play neste ano somente com o pé direito e sim com os dois pés, confiante e seguro dos passos a trilhar, dos caminhos a percorrer, das voltas a fazer;
Não será fácil, mas não será impossível, precisarás de perseverança e força de vontade, para fazer o que precisa ser feito, mesmo sem ter o mínimo de vontade. É preciso começar, dar os primeiros passos e continuar, o resto? Não se preocupe, de os passos e os dias te darão os sinais das melhores rotas para chegar...
Dia de chuva...
Estrada molhada...
Vento frio...
Sigo as curvas do rio.
Descalço meus pés
Sigo com fé
As pedras do caminho...
Não me ferirão os espinhos.
O vento me desequilibra
Meu corpo nem liga
A chuva um açoite
Termina o dia... começa a noite.
Não há estrelas no céu
O que me cobre é só um negro véu
Não posso parar
Continuo... lágrimas pelo meu rosto a rolar.
Chuva sagrada
A lavar mais uma alma desgraçada
Tremo de medo... ou é de frio?
Não importa...
A vida é torta...
Continuo até do fim encontrar a porta.
E fim... deste frio em mim...
Ou será o começo de um frio escuro eterno que jamais terá fim?
Não importam os ásperos caminhos,
nem as beiradas de abismos sem a luz,
nossos pés descalços seguem seus passinhos,
pisando pedras, sem senti-las, a poesia nos conduz...
Pés descalços,
Calçados,
Com chinelo, coturno, tênis, tamanco,
Sapato de salto alto, sandália, e bota de falso couro,
E o que mais se tem nestes metros quadrados,
É pé rapado meu senhor dos desafortunados,
Sujos, soltos, cansados, presos e amarrados,
Me socorre de tanta pisadura dura,
Que nossa alma quase desgraçada,
Está descalça e sem doçura,