Pés de Criança
Se eu pudesse
Se eu pudesse estaria sentindo a brisa do mar, o canto dos pássaros, os pés na areia
Se eu pudesse pisaria na grama todo dia, ouvindo os cachorros brincando enquanto o sol bate no meu rosto, impedindo que eu abra os olhos completamente
Se eu pudesse não teria dúvidas, medos, bagunças na mente
Seria só certeza, coragem e organização exemplar
Se eu pudesse, não estaria agora com esse aperto no peito, lágrimas no rosto e dúvidas sobre onde é o meu lar
Esse lugar que me traria calmaria, aconchego, cheiro de amor da minha vida e sabor de desejo
Ah, se eu pudesse…
Não estaria nem escrevendo, mas apenas vivendo a mais profunda paz de onde eu osaberia o que é o amor verdadeiro.
"Teus sinais entrelaçam-se em um jogo intrigante, da cabeça aos pés, mas é na profundidade que eu te conheço. Teu olhar, um enigma que não revela exatamente quem és, mesmo assim, eu te conheço.
Tudo o que Deus criou, concebendo pensamentos em torno de ti, deu origem ao espaço, esculpiu os dinossauros, sem considerar mais nada, forjou minha existência e te presenteou. Mesmo nos dias que me fazem morrer de saudade, jogado à solidão, a resposta à pergunta de se eu desejaria outra vida é um firme "Não, não!"
Teus sinais continuam a me confundir, da cabeça aos pés, mas é na complexidade do meu ser que eu te conheço. Teu olhar, ainda sem desvendar totalmente quem és, persiste a ser um mistério que me atrai irresistivelmente.
Eu quero mesmo é viver para aguardar, esperar pacientemente para, finalmente, te conhecer.
Que o chão desabe sobre meus pés
E que não sobre nada ao meu redor
Que o céu nublado desabe em uma torrencial tempestade
E arrefeça a já não existente planície
Que a neblina cubra todo o meu entorno
Para que eu não veja mais o abismo abaixo de mim
Nem o céu escurecido
E unicamente sinta os pingos de chuva sobre meu corpo
Levitando no vazio do nada.
Já se foram tantos dias e noites, estrelas sem fim
Os pés estão doloridos e a alma enevoada
Ninguém pode imaginar os caminhos que trilhei
Ou o quanto caminhei, para chegar até aqui
Por vezes lembrei de olhar para o céu e respirar sua beleza
Outras vezes simplesmente segui em frente, esquecendo o porquê
Hoje ainda me vejo continuando a jornada
Os passos são mais lentos, porém um pouco mais firmes
O semblante embrutecido é cortado por lampejos de confiança e alegria
Pois, ao olhar para trás, diviso os obstáculos vencidos que ficaram a margem
No entanto, a tristeza continua minha companheira de viagem
Silenciosa, indefectível, solícita
Sempre lembrando o que me espera pela frente.
Memória poética
de uma infância
com os dois pés
descalços no barro,
Desejo inocente
por doçura socorrida
por uma Mariola,
Talvez alguém
não tenha provado,
Quem provou
provalmente não
tenha reclamado,
Mariola do passado,
de hoje e de sempre
eu honro o seu legado.
O tempo não tem pés, mas anda.
O silêncio não tem boca, mas fala.
Tal como é a fé, não se vê, mas acredita-se.
Sou comprometida, tenho o amor mais lindo aos meus pés. Não... não contemple-me. O amor não é um arbítrio, ele nasce no coração mas se perpetua na alma do eleito. E uma vez na alma para sempre ficará.
Flávia Abib
”HOJE, minha mente, meu corpo, minhas ideias são outras! Eu mudei, eu melhorei como ser Humano e pessoa!
E nesse contexto, o PASSADO é uma roupa que não me serve mais. Muito do que eu era e vivi precisou ser adaptado para um novo tempo! Abri novos caminhos, conservei minha ESSÊNCIA, pois minha Essência foi e é o que sempre me define!”
ÁPICES
As horas se vão uma a uma
É Terra que meus pés já não pisam
Tic-tac surdo que me suga
Pisa
Que me rouba
Cada qual carrega o que deixei de fazer
Esse verdugo que é o Tempo me açoita
Por páginas não lidas de um livro
Pelo prato frio que já não pode ser comido
O que deveria ser vivido
O que lancei no amanhã
Um Sim que deixei no Talvez
Tudo aquilo que adiei
Corri atrás do Tempo!
Mas Ele já havia virado à esquina.
O tamanho de Deus para uma pessoa depende da distância em que a pessoa se encontra de Deus. Se a pessoa está distante, ela tem uma visão muito pequena de Deus. Se está próxima, ela percebe o quanto Deus é grandioso.
Caminhando na escuridão
Perdido no meu fardo
Pés cansados
Coração partido
Eu me vejo no abismo
A vida é uma batalha constante
Uma eterna provação
Sofrimento e dor são companheiros nessa jornada
A cada passo que eu dou
Sinto o peso em meus ombros
Memórias dolorosas
Cicatrizes que não se vão
As lágrimas caem como chuva em meu rosto
Viver é apenas um suspiro num mundo cruel e desolado
Eu me pergunto se existe luz no fim desse túnel escuro
Se a felicidade é apenas um conto de fadas inalcançável
Os dias passam como um vazio silencioso dentro de mim
O sofrimento é uma constante
A dor é minha única amiga
Os olhos.
Seus olhos que me fitam sem ousadia alguma.
Me seguem para onde quer que eu vá, sem pestanejar.
Assim como a Lua, um lampejo em meio à escuridão, me guiam para um lar.
Confortável estarei sentindo-me olhar, não viverei sem poder encarar.
Tal como alegria que carregam, a tristeza habita lá, passados indesejáveis que não queres lembrar.
Estarei disposto a curar cada ferida que há.
Nesses olhos inocentes quero te encontrar, e seu verdadeiro eu acalmar.
Tenho um desejo vívido a realizar, acordar diante deles e saudar.
Espero que este não demore, pois tenho medo que enjoe do meu olhar.
"... Que meus pés vá na direção que minha cabeça escolher. Que minha cabeça faça boas escolhas..."
Devaneios
Caminhando pela praia, sinto a suavidade da areia sob meus pés. O vento brinca com meus cabelos enquanto nossos olhares se encontram. Observo cada gesto teu com profunda emoção, capturando tua expressão no retrato que guardo comigo. De mãos dadas, trocamos ternuras, e a umidade dos lábios denota palavras não ditas, que se perdem no silêncio da brisa marinha. Apenas os murmúrios do mar testemunham nossa presença. O dia se torna uma extensão de nossa própria pele... Ah, doce vida!