Pés
"estes pés vão caminha ate um lugar chamado destino, mais pra chegar nesse destino preciso passar por espinhos, vai doer muito, posso ate cair mais eu vou mim recupera mais quando eu mim levantar, vou tá mais forte do que quando eu começei, vou sempre erguer minha cabeça, vou pensa que estou passando por cima de uma grama sempre pensa positivo que assim chegarei no meu destino"
Em que curva do caminho descalcei meus pés feridos?
Desvisto-me da imagem distorcida, forçada, esculpida...
Impulsiva e irracional,
No fundo do espelho me confundo e me entendo:
Sou eu aquela que caminha descalça.
Viva o amanhã, amanhã.
Onde estão seus pés neste momento? Aqui, bem aqui... não é? Exatamente no presente. Você consegue dar passos no futuro? Ou voltar atrás e evitar alguns passos dados? Não, não consegue... então dê um passo, ou nenhum... deixe seus pés seguirem em frente na hora em que tiverem de seguir, de seguir e de seguir o seu eterno presente.
No mundo físico, você consegue ouvir sons do futuro? Sussurros do passado? Não, não consegue... então fique atento ao aqui e agora, que é a única coisa que você tem.
Você consegue fazer as coisas que estão determinadas a serem feitas ali na frente... ou eliminar aquelas que você não deveria ter feito de jeito nenhum - sim, aquelas que você se arrepende profundamente de ter feito? Não, claro que não... você projeta, joga pra frente com a sua mente, mas não consegue materializar nenhuma delas no seu aqui e agora, mesmo com todo o esforço do mundo.
O presente é como deve ser, as coisas são com devem ser. Tudo o que acontece reflete o querer de algo, ou de Alguém muito maior do que você pode imaginar (pra mim, é de Alguém mesmo; pode ser que pra você seja de algo... o Universo, por exemplo). Este seu momento é o que é porque é assim que deveria ser... não lute contra o esquema das coisas (ou de Deus como acredito eu).
Tudo é, na maioria das vezes, imprevisível. O seu futuro é imprevisível, sempre... até suas emoções, na maioria das vezes, são imprevisíveis... ou não!!??
Viva com os pés no chão, no aqui e agora... mas pode sonhar... sonhar nunca fez mal a ninguém.
Às vezes eu me esqueço que a
terra e a raíz têm familiaridade
com a força da natureza e que
embaixo de qualquer concreto
existe uma infinidade de terra vermelha
poderosíssima
da cor do sangue que
corre em minhas veias
sob a pele
Às vezes eu me esqueço da importância
da história viva dos pés
da trajetória dos passos até o
destino almejado
afinal um caminho só é caminho
se alguém passar por ele
senão será sempre
só mais um pedaço de chão
Sinto-me um passaro sem pés,
condenado ao voo sem poder aterar
Como um anjo preso no céu,
a terra é o meu lugar
As vezes meu pensamento
Viaja pra bem distante
Ancorou meu sentimento
Na raiz de um instante
Quando a raiz é forte
Regresso com segurança
Mas quando a raiz é fraca
Me perco numa lembrança
Mais sempre irei voltar
Por vezes muito pesado
Como a onda do mar
Molhando meus pés cançados
"Onde estão?
As sangas e as cachoeiras
Que meus pés descalços buscavam
Para o fogo abrandar
Acalma a minha alma, só do trajeto lembrar.
Das coisas que sentia
Na natureza a passear".
Os teus pés foram feitos para caminhar num caminho sobrenatural e teus olhos a olhar as maravilhas que estão sobre o céu.
É descalço que conecto minha alma, meu corpo recebe a enegia e sensações.
Meus pés me elevam e levam para o pulsar da conexão.
A indumentária envelopava os pés com absoluta rigidez de sedução, traduzindo o mais alto grau de poder
Às vezes só o que a gente precisa e por os pés pra cima e fingir que tá tudo indo bem.
Uma hora começa a dar tudo certo de verdade!
Valorizem mais os seus pés, porque provavelmente eles serão as últimas coisas que você verá, antes de ser enterrado...
Antes certo que não se quisera passo, mas o silêncio...
Gente suja...
De pés feios...
Falando alto...
Embriagados com putas velhas...
Roupas surradas...
Cheirando a fumaça...
A noite decreta o cancro...
Qualquer música degredada em pranto...
Gargalhadas torpes...
Viciados da rotina...
Quem diria...
Um pensamento que não se esconde...
Nem mesmo disfarçados pelas bebidas pagas...
Das pedras que colho...
Só gente cambaleando...
Sujos...
Feios...
Excrementos de seres humanos...
Um só destroço...
Corpos fedidos e suados...
Rugas fundas...
Dentes tortos e amarelados...
Esquecendo para sempre as loucuras do vinho atrevido...
Falam cuspindo...
No Português errado...
Buscando distração...
Quem sou eu de fato...
Entre os porcos...
Um diamante jogado...
Meu Deus...
Meu Deus...
Tratar a todos com respeito...
No túmulo não há diferença...
Mas será que de fato..
O céu pertença a essa gente tal como rato?
Recolho-me em sonho e mágoa...
Óh tristeza descendo em meu olhar...
Sonho moribundo...
Gente feia...
Não há como se misturar...
Diz-se que a solidão torna a vida um deserto...
Mas antes só que mal acompanhado...
Posso ter respeito...
Mas amor é negado...
Sei que embora essa luz nem para todos tenha o mesmo brilho...
Tudo o que existe em nós de grande e puro...
Nem sempre esconde o lamento...
Dobrada é minha ventura...
Em poder escolher com quem convivo e me deito...
Sandro Paschoal Nogueira