Pés
Contudo, peço-me desculpas (isso mesmo. Me peço) por ter criado mais uma vez expectativas em uma pessoa, que mesmo com todas as apostas, não pôde suprí-las.
Olhos sorrindo e pés flutuantes.
Descompasso no coração.
Amor, sonho, querer e beber até se embriagar.
Amar e deixar-se levar.
Pela ternura, pela magia.
E pelas mais loucas e deliciosas fantasias.
Ficar com quem se quer, dia e noite.
Nas nuvens de algodão dançar.
No céu, docemente viajar.
Abraçados num sonho de felicidade.
Adoçando, todos os caminhos.
Amar é assim! Alma, corpo e coração,
deixando-se aprisionar de ternuras,
numa prisão de carinhos.
Sonhei e tive fé, tive fé que voce seria minha mulher,
na fé, na boa, me disculpe se fui aquela pessoa, pessoa que fez te maguar
pessoa que te fez chorar, em não acreditar, que um dia lagrimas
fosse se acabar, em tristezas, maguas e rancor, me disculpe pelo dor
mais posso ser seu amor ?
Eu me divido muito, não consigo me completar, sempre estou fracionado. E são essas partes que as pessoas conhecem, se contorcem para tentar me manter.
MATULÃO
Vivo das lembranças...
De levantar do chão meus pés andarilhos.
Nessas investidas, quase muito eu vi.
A florada no seu tempo
Escutei com displicência o argumento dos homens
Duvidosos das chuvas, de língua seca.
Remôo essas lembranças
Eu apanhando do chão
Meu matulão cansado da estrada
E eu um homem desertificado,
Orado, rezado, benzido pelas sombras boas.
Cacho de alecrim, pra espantar mutuca,
E deixar um cheirinho
Que a gente logo abusa.
E de noitinha ouvir a sinfonia mais desencontrada
A saparia escondida do maestro ensaboado.
Araras no topo jogando migalhas,
Que os bichos rasteiros
Comiam lembranças do chão.
Adoeço só de ver as estradas encobertas,
E um céu descoberto, nem uma nuvem que se pise.
Quanto mais me disto desses lugares meus.
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naeno*comreservas
MATULÃO
Vivo das lembranças
De levantar do chão meus pés andarilhos.
Nessas investidas, quase muito eu vi...
A florada no seu tempo certo,
E vi errado o argumento dos homens
Duvidosos das chuvas, de língua seca.
Morro das lembranças
Eu apanhando do chão
Meu matulão cansado da estrada
E eu um homem desertificado,
Orado, rezado, benzido pelas sombras boas.
Cacho de alecrim, pra espantar mutuca,
E deixar um cheirinho
Que a gente logo abusa.
E de noitinha ouvir a sinfonia mais desencontrada
Da saparia escondida nas locas.
Arengas na estrada de cobra e lagarta,
Araras no topo jogando migalhas,
Que até eu, com a fome no estômago, alimentada,
Pegava e comia, essas lembranças do chão.
Adoeço só de ver essas estradas raspadas,
E um céu descoberto, nem uma nuvem que se pise
Quanto mais me disto desses lugares meus.
Mantenho firme meus pés ao chão, esperando um dia te encontrar e ter você junto a mim. É o que mais anseio, o que mais preciso.
Hoje eu quero ser azul
Hoje chove.
O dia me acordou fazendo frio, gelando os pés, mostrando seu cinza mais uma vez. Logo hoje que eu tanto queria um céu da cor dos olhos de Chico. Mesmo assim, despertei com pressa, mais acordada do que jamais consegui num dia tão gostoso. Acordei com vontade do mundo, confete em todo lugar, euforia em toda e qualquer coisa que faça. Hoje não tem espaço pra melancolia, tristeza, cansaço, arrependimentos ou seja lá o que for que me deixe pra baixo.
Hoje será turbilhão e calmaria, gritaria e silêncio, bossa nova e rock'n' roll, todas as contradições num dia só. Será eu.
Quero passar correndo voando sem pausa alguma com muita muita muita alegria mais do que aquela que hoje brotou aqui dentro tão de repente quero que dure muito e que passe lindo rodando com todas as cores que eu quiser no céu quero que esse dia seja meu de todas as maneiras que puder ser sem interrogações ou pontos finais.
Meu dia será azul e passará do jeito que eu quiser: hoje eu decidi a cor que eu quero ser - e não é cinza.
Frio. Dedos gelados, pés endurecidos, abraço solitário. Frio. Barulho de chuva, cheiro de cidade molhada , sentimento de vazio. Frio. Árvores debatendo-se junto ao vento, carros e água correndo, em movimento , aspecto monónoto , sombrio. Frio. Céu nublado, brisa e tempo gelado, solidão, pensamentos, devaneios, mais de mil. São tantos significados dentro da palavra frio.
O frio traz os casacos que por tempos ficam guardados. Traz os cobertores, as meias nos pés. Traz o chocolate quente, o café para amenizar. Traz a carência, a imaginação flui. Ele me traz tanta coisa. Só esquece de me trazer você. Que desligado esse frio! Esquece do principal. Do que o tornaria perfeito. Do que me faria feliz.
Doce e Azedo!
Meus pés estão frios e os cacos que você deixou não os faz sangrar. O que me faz falta e o que me deixa incompleto não é você. É os pedaços de mim que lhe dei.
Não há veneno que me cure. O pus, com o tempo, formará minha pele: suculenta, salgada, macia...
O suave doce do mel deste corpo se tornou acentuado azedo aos seus lábios. Este nojo, talvez seja, os pedaços que de ti herdei... Mesmo assim ti amo.
Quando Sinto Frio Eu Penso Em Você, e Como Se Num Passe de Magica o Fator Você Me Esquenta dos Pés a Cabeça.
Existe uma estrada sob os meus pés. Ela termina toda vez que chego em casa, tarde da noite. O que vejo após a derradeira parada, é o fim desse chão. Se eu prosseguir em minha caminhada, ignorando quaisquer placas de sinalização e advertências verbais de amigos, sou engolido por esse infinito precipício.
E eu não paro.
A queda, até o momento, não parece ruim, embora eu não negue que me incomoda não saber quando me chocarei com o chão. O ar, utilizei todo ele na tentativa de gritar. Ninguém ouve. Não daqui, onde estou. Eu poderia ficar sentado à borda desse penhasco, observando todos os que, caminhando ao meu lado, decidiram encerrar ali suas jornadas. Desobedeço… sempre. E, uma vez sem ar, resta a mim conferir se me calarei com o impacto ou por apneia. Ansiedade?
E eu não paro.
E quem tentou me seguir ficou pelo caminho, por medo de um ou outro precipício. “O que é que tem ali?”. Antes de me fazer essa pergunta, já me encontro lá.
Sei que não vai ficar,então me diz por que devo me ajoelhar aos teus pés.Não sou como seus réus que a ti venera...Se quiser ganhar o meu amor,então me avisa! Quem sabe te adianto na fila de espera !