Pés
Ser poeta é sentir o mundo girar, tocar o céu sem tirar os pés do chão, observar os detalhes que passam despercebidos a um angulo comum de visão. Ser poeta é não se preocupar tanto em entender a complexidade lá fora, e se dedicar na resolução da bagunça que ocorre por dentro. O amor é uma fábrica de poetas, pois nada se escuta, nada se entende, mas no fundo, uma pessoa sabe muito bem o que sente. Poesia não é rima. Não é uma estrofe bonita, é transformar um sentimento terrível em um texto admirável.
Me ajoelho aos seus pés e espero por sua benevolência, imploro a ti meu senhor, brinde-me com seu gosto.
O nosso desconforto surge de todo o nosso esforço para colocar chão sob os nossos pés, para realizar o nosso sonho de estar constantemente bem.
Publicitário
Havia um cego sentado na calçada em Paris, com um boné a seus pés e um pedaço de madeira que, escrito com giz branco, dizia:
"Por favor,ajude-me,sou cego"
Um publicitário, parou e viu umas poucas moedas no boné. Sem pedir licença, pegou o cartaz e o giz, e escreveu outro anúncio e foi embora.
Mais tarde o publicitário voltou a passar em frente ao cego. Agora, o seu boné estava cheio de moedas. O cego reconheceu as pisadas e lhe perguntou se havia sido ele quem reescreveu seu cartaz, querendo saber o que havia escrito ali.
O publicitário disse:
- Nada que não esteja de acordo com o seu anúncio, mas com outras palavras".
Sorriu e continuou seu caminho. O cego nunca soube, mas seu novo cartaz dizia:
"Hoje é Primavera em Paris e eu não posso vê-la"
Tropeço em meus próprios pés, odeio aniversários, fico corada por qualquer coisa e prefiro ler livros a festas e badalações.
Abro o coração.
Coloco-me aos seus pés.
Noite escura agora é manhã.
E falo com rara calma:
Sou o que sou, sem ti sou fraco,
mas sempre tive Você aqui perto de mim.
Em uma série constante, incessante, alucinante, eis que nas pontas dos pés, num movimento suave, na expressão da minha face, vivendo a melodia, sendo tristeza ou alegria, uma vida para o ballet, e a perfeição motiva minha fé.
As pessoas graves e sombrias tornam-se mais leves precisamente através daquilo que torna outras pessoas graves, através do ódio e do amor, e chegam assim por um momento à própria superfície
Se alguém te olhar da cabeça aos pés
e sorri, não ligue, pois o maior
elogio de um gênio é um sorriso
de um idiota.
– Ei, o que está acontecendo com você? E se alguém nos vir?
– Estou fazendo isso para as pessoas verem que você é toda minha.
Dia desses tive um sonho sobre nosso futuro. Eu acordava e saia na ponta dos pés até o banheiro tentando não te acordar, e você resmungaria rindo de mim que até quieta fazia o barulho de um míssil. Você respeitaria todos os dias em silêncio o meu humor negro ao acordar cedo, e eu faria torradas com muito requeijão, suas preferidas. Eu ajeitaria sua roupa minutos antes de você sair, e sempre arrumaria seu cabelo - apesar de já estar arrumado - apenas para te manter por perto mais tempo. Jantaríamos fora toda sexta à noite, toda a semana em algum lugar diferente. Experimentaríamos desde comida tailandesa, até o x-bacon do trailer que tem na praça. Você me abraçaria apertado dizendo que sou péssima para escolher restaurantes, e eu te chamaria de implicante. Brigaríamos ao menos três vezes na semana, pelas coisas mais bobas - ciúmes, amigos e porque nunca tenho o que vestir, mesmo com um guarda-roupa cheio. Te deixaria desesperado com meus textos cheios de indiretas, mas você nunca perguntaria abertamente se foi para você, por puro orgulho e medo de ser verdade. Faríamos as pazes todo fim de tarde, seja com um beijo, seja com uma mensagem que mandarei dizendo que estou com saudade, porque cada minuto longe de você demora uma década. Assistiríamos ao jogo todo domingo e quarta à noite, e você riria das minhas crises histéricas xingando o juíz, daria um beijo na minha testa e diria “calma, é só um jogo, você vai sobreviver”, mesmo sabendo que de nada adiantaria e que meu humor de toda a semana estariam naqueles noventa minutos. Iríamos em churrasco de amigos, e implicaríamos um com o outro em cada piada sem graça que fizerem, e mesmo assim, todos perceberão que eu sou metade de você, e você metade de mim. Iríamos ao cinema ver a adaptação daquele livro que você detesta, mas eu adoro, e dormiria abraçado comigo durante o filme, enquanto eu choro desesperada porque o mocinho foi para a guerra. Quando você tivesse nervoso, eu te abraçaria e ficaríamos deitados no sofá fingindo que prestamos atenção na televisão, até você se acalmar. Iríamos para a serra em todas as férias, e ficaríamos sentados em frente à uma lareira tomando alguma bebida quente e sussurrando o quanto nos amamos e nos queremos e nos seremos. Todas as noites dormiríamos abraçados, diríamos o quantos nos amamos, e adormeceríamos sabendo que um era a metade perdida do corpo do outro que jamais se separariam novamente. Ao acordar, não enxerguei um sonho, mas sim uma promessa.
O que eu preciso aprender antes de mover os pés?
Preciso dobrar os joelhos, pois está no céu o mapa dos melhores caminhos da terra.