Podem ser donzelas, guerreiras, prostitutas ou bruxas, mas com certeza de “sexo frágil” elas não têm nada!
Conheça algumas das personagens femininas mais icônicas da literatura mundial, que se destacaram por suas personalidades fortes e únicas!
1. Julieta Capuleto (Romeu e Julieta, de William Shakespeare)
Julieta é a protagonista de uma das histórias de amor mais lindas e tristes da literatura mundial!
Filha única da família Capuleto, Julieta é uma adolescente que vive numa sociedade totalmente patriarcal e machista. Ao contestar a vontade de seu pai e recusar o casamento com o homem que não ama, Julieta demonstra uma extrema coragem ao desafiar a ordem predominante naquele tempo.
Como se isso não bastasse, Julieta ainda luta por um “amor impossível”, ao se apaixonar pelo filho dos Montecchios, os inimigos mortais de sua família!
Mas, como sabemos, graças ao amor, sacrifício e coragem de Romeu e Julieta, a paz e a união finalmente pôde reinar entre as famílias rivais.
2. Anna Karenina (Anna Karenina, Leon Tolstói)
Uma personagem forte e complexa, que pode despertar a raiva ou a admiração entre os leitores!
Considerado um dos melhores romances já escritos na história, Tolstói nos apresenta Anna Karerina, uma aristocrata russa que vive um caso extra-conjugal e enfrenta o enorme peso das inseguranças e solidão de uma sociedade rodeada por hipocrisias.
A personagem de Karenina aparenta ter tudo o que é necessário para uma mulher ser feliz na época: beleza, riqueza, popularidade, um marido e um filho. Mas para a jovem Karenina, a sensação de vazio só desapareceria quando conhecesse o Conde Vronsky, seu amante…
Amor. O motivo pelo qual eu detesto tanto essa palavra é porque ela significa tanto para mim, muito mais do que você possa imaginar.
E, para manter esse amor, Karenina foi capaz de abdicar de toda a sua vida. Será que valeu a pena?
3. Clarissa Dalloway (Mrs. Dalloway, Virginia Woolf)
Dalloway é uma das personagens mais conhecidas de Virginia Woolf, assim como uma das mais intensas.
Dona de uma personalidade forte, Clarissa Dalloway é constantemente confrontada com as incertezas das escolhas que tomou ao longo da sua vida.
Mas, a característica mais marcante desta personagem é a complexidade de seus sentimentos, que são aos poucos decifrados enquanto conhecemos as várias histórias e vidas que cruzaram o seu caminho.
4. Lolita (Lolita, Vladimir Nabokov)
Lolita é o apelido de Dolores Haze, uma jovem de 12 anos de idade que desperta o desejo sexual de seu padrasto, um professor de literatura chamado Humbert, um homem obcecado por “ninfetas”.
O assédio sexual e a violência são assuntos recorrentes na vida de Lolita desde muito nova... Já deu para perceber que o tema da obra de Nabokov é no mínimo polêmico, certo? Assim como a personagem de Lolita.
5. Blimunda (Memorial do Convento, José Saramago)
Também conhecida como “Sete-Luas”, Blimunda de Jesus é uma personagem muito especial… Literalmente!
Dotada com o poder de “ver e recolher as vontades” das pessoas, Blimunda é o suporte e proteção de Baltasar “Sete-Sóis”, seu companheiro inseparável.
Blimunda é descrita como uma “mulher adiantada para a sua época”, vivendo uma relação de constante amparo com Baltasar, baseada no puro e verdadeiro amor.
Blimunda é a representação da vitória da mulher na terra, da vitória do amor e de todos aqueles que conseguem enxergar para além do que os olhos são capazes de ver!
Quando me dás a mão, quando te encostas a mim, quando me apertas, não preciso ver-te por dentro.
Blimunda, Memorial do Convento
6. Capitu (Dom Casmurro, Machado de Assis)
Capitu (Maria Capitolina Santiago) é uma mulher avassaladora, complexa, bela, e que transborda personalidade e beleza!
Os seus “olhos de cigana oblíqua e dissimulada” (também referidos como “olhos de ressaca”) fizeram com que se consagrasse e deixasse uma eterna marca na história da literatura brasileira.
- É pecado sonhar?
- Não, Capitu. Nunca foi.
- Então por que essa divindade nos dá golpes tão fortes de realidade e parte nossos sonhos?
Dom Casmurro, Machado de Assis
7. Elizabeth Bennett (Orgulho e Preconceito, Jane Austen)
Elizabeth Bennet é inteligente, forte e definitivamente sabe o que quer!
Uma das personagens mais icônicas de Jane Austen, Lizzie vive numa sociedade totalmente patriarcal, onde as mulheres não recebem um tratamento igualitário ou têm muito direito de escolha…
Há uma teimosia em mim que nunca fica aterrorizada diante da vontade dos outros. A minha coragem sempre aumenta, sempre que alguém tenta me intimidar.
Mas, a personalidade e coragem de Lizzie Bennet fez com que se destacasse das demais mulheres de sua família, tornando-se um exemplo para muitas outras na vida real ao longo dos anos!
8. Iracema (Iracema, José de Alencar)
Iracema é a protagonista do romance homônimo de José de Alencar. Esta obra é tida como uma das mais importantes da literatura nacional, e parte da trilogia indianista do autor, assim como O Guarani e Ubirajara.
A índia, da tribo dos tabajaras, é filha de um pajé e envolve-se em um romance tipicamente clássico, onde entrega tudo em prol do sentimento que nutre pelo seu amado.
Esta personagem é considerada uma metáfora referente a criação do estado do Ceará, em 1799, após a sua desagregação de Pernambuco. Para quem não sabe, José de Alencar é cearense e quis representar, com este romance, a origem de sua terra natal.
9. Alice (Alice no País das Maravilhas, Lewis Carroll)
Uma das personagens mais icônicas da literatura infanto-juvenil mundial. Alice é uma jovem menina destemida, corajosa, criativa e muito imaginativa, servindo de exemplo para crianças e adultos de várias gerações.
Na história, Alice cai em um buraco ao perseguir um coelho e se vê num mundo totalmente nonsense, onde os sonhos mais surreais se tornam realidade.
Existem inúmeras interpretações sobre a obra de Alice no País das Maravilhas que, de acordo com estudiosos, está recheada de sátiras e paródias a situações contemporâneas de Carroll.
10. Emília (Sítio do Pica-pau Amarelo, Monteiro Lobato)
A falante boneca de pano marcou a infância de muita gente, servindo como um importante ícone para várias gerações.
A personagem de Monteiro Lobato foge totalmente ao esteriótipo das bonecas convencionais (frágeis e delicadas). Emília é a personificação da força, astúcia e do pensamento crítico.
Feita pela Tia Anastácia para a menina Narizinho, a boneca ganhou vida quando tomou as pílulas falantes do Dr. Caramujo. Desde então passou a embarcar é inúmeras aventuras com os netos da Dona Benta no Sítio do Pica-Pau Amarelo.
Isso de começar não é fácil. Muito mais simples é acabar. Pinga-se um ponto final e pronto; ou então escreve-se um latinzinho: FINIS. Mas começar é terrível!
Emília
11. Catherine Earnshaw (O Morro dos Ventos Uivantes, Emily Brontë)
Com uma personalidade muito complexa, Cathy Earnshaw é caracterizada por sua instabilidade emocional, ora marcada por episódios de extrema felicidade e por momentos de intensas crises de tristeza.
Emily Brontë construiu um perfeito exemplo do que é uma personagem paradoxal, pois ao mesmo tempo que Cathy conseguia ser sensível e amável, o leitor também se deparava com uma pessoa explosiva, mimada e cheia de delírios irracionais.
Por reunir toda esta complexidade, Catherine Earnshaw ficou marcada como uma das personagens femininas mais importantes da literatura mundial.
O teu sangue-frio não consegue ficar febril; corre-te nas veias água gelada, mas nas minhas está o sangue a ferver, e ver tanta frieza à minha frente deixa-me desvairada.
Catherine Earnshaw
12. Gabriela da Silva (Gabriela, cravo e canela, Jorge Amado)
Esta é outra das personagens mais populares da literatura brasileira. Gabriela é a personificação das mudanças que abalaram a sociedade tradicionalmente patriarcal e arcaica da época.
A personagem representava o oposto daquilo que era esperado socialmente de uma mulher no período em que o romance foi escrito, pois tinha uma personalidade muito forte, ousada e com senso de justiça.
Gabriela também é descrita como uma moça humilde, de jeitos simples e ingênuo, mas dona de uma beleza e sensualidade incomparável.
13. Dorothy Gale (O Mágico de Oz, L. Frank Baum)
Esta é a protagonista dos Livros de Oz, uma clássica e icônica série criada por L. Frank Baum em 1900.
Assim como várias das personagens nesta lista, Dorothy é dona de uma personalidade forte, senso de justiça, aventureira e muito criativa. Sem dúvida, esta é outra importante referência para muitas meninas e meninos que cresceram mergulhados no mundo dos livros.
14. Úrsula Iguarán (Cem Anos de Solidão, Gabriel García Márquez)
Úrsula é a representação da força da mulher latinoamericana. A protagonista da magnum opus de Gabriel García Márquez é a matriarca de Macondo, mesmo esta sendo aparentemente vista como uma sociedade patriarcal.
A Sra. Iguarán é descrita na obra como uma mulher ativa, severa e com "nervos inquebráveis". Úrsula é uma personagem onipresente e praticamente onipotente, conforme vamos conhecendo mais sobre a personalidade da mulher ao longo da história.
15. Macabéa (A Hora da Estrela, Clarice Lispector)
Com a intenção de representar a alma do povo brasileiro em suas obras, Clarice Lispector cria Macabéa como o símbolo da esperança do nordestino que busca melhores oportunidades de vida no Sudeste do país.
A personagem é uma jovem alagoana de 19 anos que parte para o Rio de Janeiro após a morte de sua tia. No entanto, Macabéa descobre que a vida na capital carioca não foi feita para ela.
A ingenuidade e a complexidade psicológica e filosófica da jovem são algumas das características mais interessantes de A Hora da Estrela.
Quem já não se perguntou: sou um monstro ou isto é ser uma pessoa?
A Hora da Estrela, Clarice Lispector