Permanecer
“Saudade é apego a um passado que esqueceu que passou e que teima em permanecer presente em nosso cotidiano; é viver o presente como se fosse o passado, e ter medo de buscar um futuro desconhecido e incerto.”
Como podemos permanecer em um mundo com tanto ódio ? Onde todas as noites mentimos acordados e sonhamos com um maneira de escapar ? Disfarce suas mentiras. Esta é a última canção de ninar, feche os seus olhos e ouça-me chorar novamente. Desesperadamente perdido, esse não é meu nome, eu não irei jogar o seu jogo, eu irei ser forte, eu não vou deixar passar, eu irei esperar pela única coisa que eu conheço. Esta é a última canção de ninar, feche os olhos e assista-me tentar, esta é a última canção de ninar, então feche seus olhos, apenas feche seus olhos...
"Viver no passado é não estar no presente e não permanecer no futuro. é conviver com a dor ..
dor que nos corta
dor que-nos isola
dor que nos consola"
A tristeza insiste em permanecer em um corpo com pensamentos negativos, insiste em namorar uma alma sem progresso, persiste em seguir um presente sem futuro, e ao fim a felicidade insiste em jamais vir.
Não quero padecer nesse pequeno paraíso sem você para me fazer feliz e não desejo permanecer nesse imenso mundo sem os seus doces sorrisos;
Pois me sinto amedrontado por ser cercado pela falta da inocência que em tristeza se esconde na esperança de ser encontrada;
É algo parecido com o fim da linha quando você não quer permanecer acordada, mas também não pode dormir, porque os sonhos são sempre generosos demais e nunca são bons se a gente acorda no final.
Posso soltar-me o pelo
abandonar-me em vós
Permanecer quieta.
Desordenar o sol em nossa casa
virar sobre mim mesma
E encontrar-te.
Deixar a bagagem,
deleitar-te:
minha terra prometida são tuas mãos.
O que fazer com esse amor tão grande, que insiste em permanecer vivo, quando tantas vezes tentei matá-lo. Amor absurdo, insano, que me faz mal, que me deprecia e deprime, que faz com que eu saia de mim, para viver em você....
Prefiro permanecer na escuridão a ter de ver toda a injustiça banhada pela luz sem que nada possa ser feito...
Depois de um tempo você percebe que chorar não muda as coisas. Percebe que permanecer trancada no quarto, encarando o teto e esperando as coisas melhorarem, não faz com que os ponteiros do relógio parem ou se movam para trás. Percebe que noites em claro não são a solução para se livrar de sonhos ou pesadelos, pois estes te perseguem mesmo quando está de olhos abertos. Depois de um tempo você percebe que cortes no pulso não tornam o dia mais bonito ou mais claro, e que giletes não servem como antibióticos-contra-dor-interna. Percebe que a indiferença dói, mas não mata. Que um coração partido, nunca volta a ser o mesmo de antes, e que uma vez quebrada, a confiança não se regenera. Um dia você entende que chega uma hora na qual lutar se converte em sua própria derrota. Uma hora em que desistir, deixar partir, fugir, é a única alternativa. Você percebe que há momentos que duram uma fração de segundos, mas podem causar danos que durarão décadas. Depois de um tempo você entende que a palavra desistir é relativa, que o verbo esquecer é involuntário, e que amor nem sempre é plural, e que quando singular, dói. Você então percebe que a mês após mês, dia após dia, hora após hora… Você percebe que o tempo não é constante. Percebe que ele muda, que ele passa depressa, e que vai eternizando momentos, arrastando lembranças, sequestrando pessoas. Você percebe que mesmo sem viver, você sobrevive… Mesmo sem querer, você segue. Então percebe que quando esse “depois de um tempo” chega, você não sabe o que fazer. Percebe que talvez, nunca saberá.
A vontade de se afastar de tudo coincide com a vontade de permanecer mais um pouco, por pura teimosia.