Perigo
Depois de umas três cervejas, os pensamentos fluem com mais leveza e estar sozinho se torna ainda mais interessante, para não dizer perigoso. Pensamentos vêm e vão como o vento e às vezes me fogem do controle. Começo a pensar mais profundamente sobre tudo o que aconteceu nos últimos meses. Vou tomar mais umas três...
Para acompanhar, um calmante para apagar talvez me caia bem;
não aguento tanto pensamento vindo ao mesmo tempo. Como um furacão, quer me engolir. Flertar com o perigo me excita e me deixa com medo ao mesmo tempo. Cerveja e calmante freiam os devaneios, mas será que vou conseguir acordar amanhã? Se algo acontecer, pelo menos vai ser dormindo...
Se eu acordar, com certeza será com uma ressaca cheia de tristeza e arrependimentos, mas que no final do dia vou querer mais desse doce flerte com o perigo.
ALVORADA
Lá vem mais uma madrugada
E tu onde andas amigo?
Sempre sinueleiro do dia
Se faz Luz para as alvoradas
A ti cada vez mais bendigo
Exemplo de vida sadia
Parceiro em qualquer empreitada
Que não foge nem do perigo
Em inabalável porfia.
Hoje acordei para mais um dia aonde tenho a responsabilidade de transformá-lo num dia criativo, satisfatório, abençoado... É óbvio que esse dia chegou também perigoso, por causa de multidões que dominam a natureza e a tecnologia, mas não aprenderam a dominar a si mesmas e querem envenenar meu dia, presenteado pelo ETERNO... Mas eu sou o senhor do meu destino e escolhi, com ELE, viver esse dia com entusiasmo e determinação, como um dos melhores de minha vida... É agora o momento favorável... Eu faço essa opção... #2Co6.2b
Seu abraço veste tão bem
Que dá até vontade de te raptar
Guardar você num potinho, num esconderijo
Pra não ter perigo de alguém te roubar
Achei uns pedacinhos de mim em você
Exatamente os que faltavam pra me preencher
Meu campo florido...
iluminado de sol,
trazes com teus aromas e leveza
as cores da vida.
Alegra-me vi(ver) - te
Contagia-me em cores e odores
que enebriam os meus sentidos.
Nas rosas, o amor
quente e vibrante...
destes de perder a noção de perigo...
mas, também, suavidade
do namoro,
da conquista,
do romance...
Se nesta primavera
não vieres,
dá-me, por favor, outra chance!
Decepção é o castelo de areia
feito em mansa praia a espera
da maré alta , que destrói esta
frágil construção,
mas a areia continua ali e
a maré vira novamente.
Então coloques outros ingredientes
na areia e construa-o longe do perigo.
Pois nada melhor que a sabedoria
do tempo para sanar as dores
que tais decepções nos causam.
TUBARÃO
Se for visitar Recife,
tenha muita atenção.
Se quiser banhar no mar,
cuidado com o tubarão.
Tem um tal cabeça-chata,
e do tigre não escapa,
ele é bom de natação.
MALDITA SEJA!
Depois de um dia cansativo, eu já estava deitada.
Senti a presença dela, meus olhos estatelados.
Ela, não sei como, conseguiu as chaves das minhas portas.
Eu já não aguentava mais trocar os cadeados e os segredos.
Andou visguenta e ardilosa até a beira da minha cama…
Eu não podia acreditar naquela visita, já madrugada.
Sentou-se na beirada, esticou sua mão e tocou meu corpo.
Estremeci, sentindo o seu toque aveludado e perturbador.
Ela fazia a minha cabeça girar, abarrotada de pensamentos.
Virei para o outro lado tentando ignorá-la.
Ela, não se dando por vencida, aproximou-se ainda mais.
Deitou-se ao meu lado e abraçou-me com toda força.
Quase sufocou-me com os seus longos braços e pernas.
Imobilizada, mal conseguia raciocinar; sentia o hálito quente.
Rememorei os remédios que tomei para livrar-me dela.
Com todo o esforço, consegui me mexer: tudo doía.
De um lado, para outro, e ela ali, feito parasita.
Alcancei o controle e liguei o televisor.
Ela queria atenção e começou a pular na frente da tela.
Levantei-me atordoada e circulei pelos espaços.
Ela ao meu lado, matreira, imitava os meus passos…
Abri a geladeira, peguei algo branco para beber.
E ela ali, sorrisinho sarcástico, não queria ir embora.
Decidi fazer funcionar o chuveiro na água morna.
Despi a minha roupa e senti aquela líquida carícia..
Ela avizinhou-se na porta de vidro e espreitou-me.
Então, trajei uma roupa bem mais confortável…
Toquei os lençóis do leito para ver se ela postulava.
Acendi um incenso forte para ver se ela enjoava.
Peguei o celular e ela, egoísta, o derrubou no chão.
O meu corpo pequeno e moído, eu não consegui mais lutar.
Asfixiada, abri todas as janelas para entrar o ar…
Mas ela sacudia as cortinas, sem parar, sem parar…
Abri um livro grosso, história fastienta, letras bem miúdas.
E ela se acomodou pegajosa no meu colo para ler junto.
Já era tão tarde, e eu tão cansada, madrugada adentro…
Eu não poderia ceder aos seus desencantos.
Tentei concentrar-me nos sons das ruas… Ela sibilava.
Liguei uma música baixinho, e ela tamborilou forte os dedos.
Eu quis morrer só um pouquinho naquele momento…
Juntei as forças que eu tinha e a joguei contra a parede!
Mas ela se levantou imperiosa como se nada tivesse acontecido.
Olhei para a janela e o sol, mansinho, já dizia “bom dia”.
E ela foi-se arrastando, de volta às profundezas das trevas…
Chorei, debatendo-me, abraçada aos travesseiros.
Gritei com todos os meus pulmões: MALDITA SEJA!
– Vá embora da minha vida, maldita INSÔNIA!
Certo dia, um homem fugindo de um leão, subiu em uma árvore e aliviado falou " eu te repreendo leão e creio em nome de Deus que você não sobe nesta árvore". Após 2 minutos o leão subiu e comeu o pobre Homem.
Resumo: Não acreditar, não significa que não exista ou que não está exposto ao perigo. Usar o nome de Deus em frases de efeito não te livra do perigo que seus atos lhe expuseram!