Perdido
Anarquia
A distração faz-me perder o foco da ansiedade, para produzir êxtase em minha sanidade;
Uma anestesia capaz de enganar a aflição da minh'alma;
Ouço o gorjear da calmaria, sinto uma leve sensação de euforia;
São a partir desses momentos que questiono o meu sofrer, preso num quadrado onde tanto recebi prazer;
Agora volto a me coroer;
Com questionamentos sem nenhum proceder:
Por que a ansiedade cega a realidade?
São coisas que eu nunca irei saber.
Confusão
Devaneios noturnos, sempre me deixam confuso
Fico a imaginar como seria seu beijo ao me tocar
Viver nessas viagens imaginarias, me fazem padecer em solidão
Embora, eu esteja acostumado com tal situação
Mas, o sentimento de frustração consegue me assustar
Sempre me pergunto "será que essa é a forma certa de amar?"
Em seguida, fico à esperar de uma resposta do além, mesmo eu sabendo que só irei aguardar o que me convém.
Essa paixão conseguiu suprir sentimentos, nos quais há tempos não acalantara meu coração.
Não sei se o agradeço, ou solto de minha mão.
Estou tentado em: esquecê-lo e me criar em você.
És tão poesia, que escrevo sobre tu
És tão singular, que atrai-me a ti
És tão peculiar, que me encanto ao descrevê-lo
És tão adorável, que antes de dormir vou orar para um dia, Deus me trazer você.
A cozinha de um restaurante é um bom lugar para acolher quem anda meio carente, meio perdido, meio sozinho.
Somos vitimados pela superstição
e a ignorância.
Por um lado o medo e por outro o desconhecimento que o gera.
De fato inacabados e talvez fadados a nunca sermos.
Quem somos nós?
Escondo-me
Às noites , escondo-me de ti no sono.
Mas é ai aonde mais te encontro.
Permaneces o tempo todo ao meu lado,
e perdido de amor te quero ali, por toda
a vida.
Pela manhã não estás, fostes, ou nunca
ali estivestes.
Por todo o dia procuro-te e ai penso
quem sabe a noite voltes, me engano.
É bom viver a sensação de te esperar,
mesmo me ludibriando, sei que no sono vens.
Se um dia faltares, esperarei, sei que a mim
não queres enganar.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Ferrugem
A porta fechou,
Eu admirei as estrelas.
Em minha casa,
Que não tinha teto,
Os vagalumes iluminavam
A noite habitante dos cômodos.
Eu andei
Há dois passos de mim,
Meu corpo adormeceu.
Em minha casa,
Que não tinha teto,
A relva do sereno conserva
O orvalho das janelas,
Declinantes a crepúsculo.
O vento trouxe resquícios
Do tempo que vivido foi.
A matéria escura
Que em meus olhos viste,
O meu corpo dominava.
Há dois passos de mim,
Perece a'orta
Onde flores mortas
O sangue amargo regara.
Retorno à casa,
Que pintura falta,
Retorno à carne,
Onde acalento precisa,
Volto a vida que estéril corre
Nas mãos do relógio.
Volto a mim,
Em manutenção.
Dizem que ninguém separa quem a linha vermelha uniu, mas acho que esqueceram de colocar uma no meu pulso...
Sinto sua falta
Sinto sua presença em meu pensar... fantasio conversas nesse lugar
uma união sem preconceitos... abraços, beijos, afeto nesse contexto
sinto falta daquele olhar... que pedia ajuda e tentava me mostrar...
o qto queria ser resgatada... o qto desejava ser libertada...
mas a estabilidade falou mais alto... o castelo encantado é o seu fardo...
talvez a falta seja ilusória.... em outro mundo em outra hora... sinto sua falta e não sei explicar... apenas sinto e quero acreditar... estou de luto e espero o tempo... que vc suma do meu pensamento....
E aos poucos... nossas mentes se conectaram. E na tentativa de entender seus mundos, acabei me envolvendo e viajando naqueles terrenos desconhecidos.
Livro - PERFIL
Para aqueles que caminham na escuridão absoluta, um passo na direção correta vale mais que todos os livros e mapas do mundo.
Um ponto perdido
Surpreende-me você ainda não ter percebido
que em comparação ao Universo
você é apenas um ponto perdido
no meio de tudo...
um ponto e nada mais,
não sobra
nem falta não faz,
não é demais...
na verdade, tanto faz...
#VENENO
Ainda sou o mesmo aqui...
Apenas mais solto para sentir...
Perdido em algum lugar...
Pareço tão absurdo?
Cada palavra que falo
Te parece veneno?
Passou-se o tempo...
Com a qual sonhei um dia...
A dor que eu sentia...
Já não mais há de voltar...
E nos delírios mais loucos.
E daí?
Me encontro...
Agora quero voar...
No punhal atravessado...
Tantas vezes por ti declarado...
Em que o morto não matara...
Já não mais me encontrará...
Alimento minha alma com esperança...
Não me entregando mais às perfídias...
Germinando minha ânsia...
No transcorrer dos meus dias...
Em que não mais estará aqui...
Amo as estrelas pois estão longes de mim...
Sandro Paschoal Nogueira
#AS #FLORES #AZUIS
Em um jardim de flores azuis...
Que perdido me encontrei...
Enquanto por tortuosas veredas vaguei...
Você encontrei...
A manhã trazia o sol...
Dispersando a espessa bruma...
O céu tingindo-se de dourado, matizando o arrebol...
Sonora cotovia disputava com o rouxinol....
Tamanha beleza, acreditei por instantes, ser ilusão...
No espetáculo que eu vi...
Ao meu encontro uma borboleta de sete cores...
Dançando ao sabor da brisa...
Pousou sobre meu coração...
E sob um arco-íris silente...
Um tesouro escondido...
Foi revelado...
Amor florescido...
Cheio de cuidados...
Minha alma se confortou...
Na paixão a que tive que me entregar...
Barco à deriva em mar aberto...
Convite à aspiração do meu instinto...
Jardim das delícias descoberto...
Passeei meus sonhos no tempo...
E no vento galopante e sereno...
Roubei seu beijo...
Sem antes mesmo de me ofertar...
Viajando pelos poros, em arrepios como brasa...
Colho as flores azuis...
E entrego à minha amada...
Para além desse jardim que agora me vejo...
Não quero retornar...
Louco incêndio me arrasta...
Consome meu espírito por inteiro...
Em seu colo encontrei meu berço...
Meu amor perfeito...
Sandro Paschoal Nogueira