Percurso
Exigir dos Outros
Exigir dos outros é como que forçar uma camisa S a encaixar num corpo XL. Não assenta...vai romper pois cada qual tem o seu percurso a fazer, o seu tempo, o seu espaço...
Exigir de nós mesmos é como que escolher minuciosamente as roupas que colocamos no nosso roupeiro. As que encaixam como uma luva, as que têm potencial (e por isso desejamos manter) e as que devemos encostar pois já não nos servem mais.
Desta forma não há como dizer que andamos com uma roupa que não nos assenta pois fomos nós que a escolhemos e não ela a nós.
Esta seleção tem a ver com identificação e bem estar e não com defeito na peça porque quem somos nós para julgar quem quer que seja...deveremos também ser roupa que não assenta a muita gente (e há que ter essa humildade presente em nós).
Daí que o nosso grau de liberdade e felicidade é diretamente proporcional à exigência em relação a nós mesmos e inversamente proporcional à nossa exigência em relação aos outros.
A vida é uma viagem de trem.
Não insista em ocupar um espaço que não lhe pertence. Confira sua passagem, ela terá a indicação do lugar exato onde deverá permanecer.
Aprenda a gostar do corredor se não lhe deram a vista da janela e não se vanglorie por ceder lugares que na verdade não eram seus.
Faça sua viagem de maneira suave e tranquila. Aprecie cada paisagem e cada obstáculo enquanto faz o percurso. O grande encanto acontece durante este caminho.
Sorria, cante, dance, faça tudo que a viagem lhe permite fazer, mas repouse sempre no lugar que lhe foi destinado. Ali estará sua paz, sua segurança, seu conforto.
Não desembarque antes! Persista! Sempre terá uma plataforma diferente, cheia de surpresas te esperando. Acredite nisso!
Viva o momento presente dessa viagem.Carregue das paradas anteriores apenas o necessário, afinal sempre haverá novidades para acrescentar nas malas.
Aproveite muito essa oportunidade. É uma viagem emocionante e nem todos conseguem fazê-la de maneira tranquila. Você pode!
Agradeça pela honra de embarcar, curta e lembre-se...
A chegada não é tão emocionante quanto o embarque.
O percurso é o que realmente vale a pena!
Enquanto houver gente que carrega semente de flor na bagagem não faltará caminhos floridos no nosso percurso pela vida.
A vida é bela
O difícil é aprender a viver.
O segredo para uma vida plena é saber vibrar no percurso
Na caminhada para o lugar que for sempre há emoções...
Encontre-as!
Feliz aniversário de namoro, amor! A cada mês que passa, tenho a certeza de que tomei a decisão certa, de que trilhar o belo percurso da vida ao seu lado é um grande privilégio. Te amo!
Não permaneça sempre na estrada principal, indo apenas onde os outros já foram, seguindo um atrás do outro como um rebanho de ovelhas. Ocasionalmente, deixe a trilha já traçada e mergulhe na floresta. Cada vez que você fizer isso, certamente encontrará algo que nunca viu antes.
O homem caminhou do recurso da dominação propriamente física para um segundo estágio: a ideologia. Esta última é a forma pela qual, no percurso da evolução, o homem sofisticou o modo como domina o outro.
A maior admiração de um artista não está no resultado final, está no momento de criar, em cada momento do percurso!
Vire à direita. Vire à esquerda. Siga em frente. Faça o retorno. Não há um melhor caminho. Apenas, o caminho em si. E onde quer que você vá ou chegue, não olhe para trás, pois aquele percurso já não existe mais.
“E você deixa pequenos fragmentos de si se perder ao longo do caminho, e não nota o quanto tornou-se irreconhecível...
Se o caminho que você percorreu te levou a você mesmo, então com todos os ajustes, obstáculos e incertezas, este caminho valeu à pena.
Créditos ao anonimato
Sou um poeta de poucos recursos.
De fato, de poucos méritos.
E apesar de todos os maus percursos.
Busco meus créditos.
Você jamais irá contemplar a beleza do vale, se não escalar a montanha, aproveite o aprendizado do percurso, lhe dará muita experiencias futuras. E quem tem a simplicidade de aprender, um dia poderá ensinar.
A vida que me guiou até aqui será a mesma que me guiará até o fim, não terá nada e nem ninguém que mudará o
percurso. Se Deus quiser...
O homem que não aprende a ouvir e respeitar a sua própria Consciência dificilmente entenderá o seu Caminho. A Consciência, elo entre Deus e o homem, é como uma bússola que nos orienta por onde seguir e nos revela que todo o percurso é indispensável para a dinâmica da Existência.
"A coisa mais importante num empreendimento não é necessariamente a linha de chegada, e sim usufruir da caminhada."
Tie-break
Chegamos ao destino já no final de um dia de muito calor. De cara já percebi certo aspecto medieval na região.
Maria Luiza que dominava espanhol e se aventurava no inglês se encarregava de pedir informações. De Francês nenhuma palavra. Nem ela nem eu.
A ideia era vencer o percurso em trinta dias. Mas já no primeiro dia de caminhada sentimos que seria preciso muita resistência para buscar este objetivo.
À medida que subíamos em relação ao nível do mar parecia que ficava mais cansativo.
Eu olhava para a Malu, e lembrava-me dela reclamando do ponto que eu perdi no tie-break da final do campeonato de vôlei da liga.
Há muito nos tornamos amigos.
E nesta condição viajamos juntos. Mas nunca deixei de ter uma forte atração por ela.
Morena alta, cabelos longos, olhos claros e com a pele bronzeada chamava ainda mais minha atenção.
Falávamos para todos que éramos irmãos para facilitar as coisas. E, convenientemente, nos comportávamos.
Encontramos, naturalmente, gente de todas as partes do mundo.
A cada um dávamos a atenção possível. Era meio desconfortável ver as insinuações e os olhares pra cima da Malu. Mas ela sempre foi desenvolta e tirava até uma onda com os mais abusados.
Mulher decidida, bem resolvida, sabia que estávamos ali para fazer o percurso que dois anos antes começamos a planejar. Jogávamos na mesma equipe e trabalhávamos na mesma empresa isso tornou possível este planejamento sem muitos atropelos. Negociamos férias no mesmo mês. Verdade que não foi fácil à negociação, pois o setor ficou meio desguarnecido nestes dias.
Agora ali, vendo as paisagens lindas, apoiado pelo cajado e suportando a mochila nas costas estávamos felizes. Nestas horas percebe-se que dá pra viver apenas com o essencial. Era o que carregávamos nas mochilas, pois quanto mais leves melhor se suporta. Questão de resistência mesmo.
Terrível são as bolhas que se formam nos pés. Tínhamos esta informação e tomamos todos os cuidados, mas ainda assim não conseguimos evitar. O jeito era medicar sempre que estávamos nos albergues. Aliás, ficávamos nos públicos por uma questão de custos. Ainda assim eram melhores do que se podia imaginar. A diversidade de cultura acaba ajudando na aceitação de situações diferentes a cada dia, a cada hospedagem, a cada conversa. Tudo muito diverso que chega a encantar. É preciso despir-se de valores preconcebidos para poder entender a grandeza deste momento que também é cultural.
Tinha dias que eu via a Malu meio cansada. Olhar contemplativo. Olheiras enormes, contudo sempre bem humorada. Ela conseguia me manter equilibrado emocionalmente. Um feito para poucos em situações assim.
O mais interessante é que a cada momento eu me sentia mais atraído por ela. Às vezes parecia que ela também estava gostando um pouco mais do que só estar comigo e da minha companhia. Por outro lado a insegurança me impedia de tentar qualquer aproximação amorosa. Afinal éramos amigos que agora se apresentavam como irmãos. Uma coisa meio embaraçosa.
No final do primeiro dia, em St Jean Pied e Poit, ainda na França, ela tinha me dado um beijo no rosto que me marcou muito. Era um agradecimento por estarmos ali. Uma retribuição pelo carinho e atenção que eu dedicava a ela nesta viagem.
Mas confesso: Não esqueci o beijo.
O perfume dela me enchia de desejos. Mas nunca externei. Melhor não colocar em risco tudo o que projetamos curtir.
Trinta e cinco dias e oitocentos quilômetros depois, emagrecidos e meio exausto, finalmente avistamos a chegada. A ansiedade que aumentava a cada dia ficou ainda maior.
Foram incontáveis passos irmanados nestes dias. Visivelmente emocionada, Malu se aproximou e estendeu-me os braços e eu perguntei a ela com lágrimas nos olhos e voz embargada:
Quanto vale a realização deste sonho?
Chorando ela me abraçou e respondeu:
- Não sei, mas muito mais do que o ponto que você desperdiçou no tie-break.
Risos e choros se misturaram. Ela me apertava cada vez mais forte e gostosamente senti um arrepio percorrendo o meu corpo todo.
Inesperadamente beijou-me a boca.
Foi apenas o primeiro, mas entendi que valeu a pena cada metro feito no cansativo caminho de Santiago de Compostela.