Pequenos versos de Manuel Bandeira

Cerca de 63 pequenos versos de Manuel Bandeira

Se beijar fosse crime e amar fosse pecado o céu estaria vazio e o inferno estaria lotado.

Manuel Bandeira

Nota: Autoria não confirmada

O Machado era de Assis, a Rosa do Guimarães, a Bandeira do Manuel. Mas feliz mesmo era o Jorge, que era Amado.

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

Aquieta-se o silêncio na tarde.
A noite, às portas, chega sem alarde.
O entardecer suave de mais um dia...
Calmaria... calmaria.

Dia feito!
Perfeito.
Desabita-me.
Apaga-se...
Foi-se mais um dia.

“O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)”
É mágico ver o dia nos braços da noite morrer.

A vida inteira que podia ter sido e que não foi.

Manuel Bandeira
BANDEIRA, M., Estrela da Vida Inteira, Poesias Reunidas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973

Os anjos não compreendem os homens.

Manuel Bandeira

Nota: Trecho do poema "Belo Belo"

vou me embora para passagarda

Não aprofundes o teu tédio, não te entregues à mágoa vã.

Manuel Bandeira
BANDEIRA, M. A Cinza das Horas, 1917

Nota: Trecho do poema "A Sombra das Araucárias"

...Mais

sou um poeta
sem eira nem beira

ninguém me chama
Manuel Bandeira

⁠Manuel Bandeira
Foi minha primeira namorada!

Quanta honra ouvir Manuel Bandeira
Ensina pela nostalgia
Propõe-se com singeleza
Os jovens não escutam Manuel Bandeira
Não sei se já sabia
Ele escreve como ser na vida
E inspirou-nos a revermos o dia
Assim foi Manuel Bandeira.

Inserida por gnpoesia

Não sou Mário Quintana
Piorou ser Manuel Bandeira
Agora não sei quem vai escrever
O poema de minha vida inteira

Inserida por Adalbernardes

⁠De origem jornalística

À Manuel Bandeira e seu
personagem “João Gostoso”.

Zé Negão, ajudante de pedreiro,
Andava na madrugada de sábado,
Na saída do baile pela polícia foi abordado,
Revistado
Interrogado
Surrado
Seu corpo foi encontrado
Pelas crianças
Que brincavam no terreno ao lado
Cheio de mato
Próximo à avenida do Estado,
num terreno abandonado.

Inserida por ademiro_alves

⁠A todo momento o vejo...
Teu corpo... a única ilha
No oceano do meu desejo...

Teu corpo é tudo o que brilha,
Teu corpo é tudo o que cheira...
Rosa, flor de laranjeira...

Manuel Bandeira
Manuel Bandeira: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985.

Nota: Trecho de Poemeto erótico.

...Mais

Cria, e terás com que exaltar-te
No mais nobre e maior prazer.
A afeiçoar teu sonho de arte,
Sentir-te-ás convalescer

Inserida por rodkalenninfe

⁠O pardalzinho nasceu
Livre. Quebraram-lhe a asa.
Sacha lhe deu uma casa,
Água, comida e carinhos.
Foram cuidados em vão:
A casa era uma prisão,
O pardalzinho morreu.
O corpo Sacha enterrou
No jardim; a alma, essa voou
Para o céu dos passarinhos!

Inserida por Tayrinefidelis

⁠Poema de Finados

Amanhã que é dia dos mortos
Vai ao cemitério. Vai
E procura entre as sepulturas
A sepultura de meu pai.

Leva três rosas bem bonitas.
Ajoelha e reza uma oração.
Não pelo pai, mas pelo filho:
O filho tem mais precisão.

O que resta de mim na vida
É a amargura do que sofri.
Pois nada quero, nada espero.
E em verdade estou morto ali.

Manuel Bandeira
Melhores poemas: Manuel Bandeira. São Paulo: Global, 2020.
Inserida por pensador

⁠Criou-me, desde eu menino,
Para arquiteto meu pai.
Foi-se-me um dia a saúde...
Fiz-me arquiteto? Não pude!

Inserida por filip413

⁠Primeiro lugar

Como eu gostaria de subir no pódio.
Assim que fosse a sensação de ser considerado o melhor
Assim que fosse a gratificação por todo o esforço no passado
Assim que fosse tudo o que tive que passar
Logo agradecer a todos que me deram o apoio
Logo chegar e falar que eu consegui àqueles que duvidaram.

Inserida por DiasWFolinha

⁠AMIGO DO REI
E foi assim sem eira nem beira
Que nesta terra alvissareira
Mangue na astúcia do caranguejo
Preciso nas garras do desejo
Pensando já estar tudo no papo
A coaxar a mulher do sapo
Muito cuidado em Pernambuco
Onde a pexeira te faz defunto
Antes de deitar em cova rasa
Segue teu rumo noutra Pasárgada!

Inserida por alfredo_bochi_brum