Pequenos Recadinhos para o Coração

O coração do sábio, tal como o espelho, deve a tudo refletir, sem todavia macular-se.

Ao coração que sofre, separado
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.

Não me basta saber que sou amado,
Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura de teu beijo.

E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a terra pelo céu trocar;

E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar na terra e humanamente amar.

Não há nada que esteja menos sob o nosso domínio que o coração, e, longe de podermos comandá-lo, somos forçados a obedecer-lhe.

Não basta termos um bom espírito, o mais importante é aplicá-lo bem.

Tudo o que a sua mão encontrar para fazer, faça-o com todo o seu coração.

É o coração que sente Deus e não a razão.

O espírito enriquece-se com o que recebe; o coração com o que dá.

Os olhos são os intérpretes do coração, mas só os interessados entendem essa linguagem.

Uma vez que o meu coração está morto, vivi mais que o suficiente.

Cada qual mente ao seu próximo, falando com lábios fluentes e duplo coração.

Sua tarefa é descobrir o seu trabalho e, então, com todo o coração, dedicar-se a ele.

A distância mais longa é aquela entre a cabeça e o coração.

O coração tem razões que a própria razão desconhece.

A verdadeira amizade significa unir muitos corações e corpos num coração e num espírito.

Mesmo a mulher mais sincera esconde algum segredo no fundo do seu coração.

Sua visão se tornará clara somente quando você olhar para dentro do seu coração. Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, acorda.

É preciso que o discípulo da sabedoria tenha o coração grande e corajoso. O fardo é pesado e a viagem longa.

Solidão é quando o coração, se não está vazio, sobra lugar nele que não acaba mais.

Quem abre o coração à ambição, fecha-o à tranquilidade.

A religião é o suspiro da criança acabrunhada, o coração de um mundo sem coração, assim como também o espírito de uma época sem espírito. Ela é o ópio do povo.