Pequeno
Fogo cruzado
Anoiteceu
E na boca da favela
O pequeno grupo dos moleques se reúnem
Mães dobram os joelhos
Diante da imagem do santo
Invoca o nome do Deus Pai
Aguardando a volta
Do filósofo do morro
O bagulho na boca
Os olhos fixos na outra dimensão
Pra fugir da realidade desse mundo cão
A metralhadora na mão
Daquele que não parcela no cartão
O filho da mãe
Pede perdão
E um outro bagulho na mão
Não paga a dívida não
Eles querem reembolso
Do bagulho que venderam
Na bocada do Mato Grosso
E tem Pedro de 14
Tem João de 16
Os menor não trabalha não,
Aprenderam desde cedo
Que o sistema não é esse não.
Não quis enriquecer os truta de terno
Ajudou o irmão lá dentro do inferno
Pra ser apunhalado sem dó nem piedade
E ele morreu dizendo: - "eu faria tudo outra vez pra não viver essa dura realidade. Mãe, fé em Deus".
Quando Deus nos concede uma graça, uma oportunidade, um pequeno gesto que seja, Ele não nos pede nada em troca. Mas cabe a nós, honrar o amor e a proteção desse Pai maravilhoso e incansável em nossas vidas. Deus quer apenas que sejamos confiantes e que tenhamos um coração grato por tudo, independente das circunstâncias. Que sejamos participantes e praticantes do bem... De todo bem que houver.
Nosso brilho não é pequeno perante essa imensa escuridão, não somos os únicos a girar, logo, não somos os únicos a existir e procurar.
Vejo meu anjo da guarda desde pequeno. Ele me acompanha, me instrui, atua como um coordenador na minha vida.
Eu sempre tive, desde pequeno a feliz oportunidade de acordar pela manhã todos os dias, crendo que existem soluções e ações simples, diretas e baratas para melhorar o mundo, semear a paz, diminuir o fundamentalismo crescente um abismo entre os homens, acabar com a fome e começar a me reinventar como um ser vivo mais digno, bom e bem melhor, que sou.
Pela internet o mundo se torna pequeno demais. Mas cuidado, de pequenos grupos surgem grandes mentiras.
Dois Desenhos
Guardo dentro de mim um reflexo pequeno e outro grande. Duas sombras. Dois desenhos.
Quando amor eu sou gigante!
Se desilusão, nossa, sou tão insignificante... Minúscula escalo as pedras e, em meio ao percurso sinuoso, falo de tantas coisas: do olhar que vejo além daqui, do horizonte que se estende ali, de um tal de desamor, do brusco desencontro, da face frustrante que oferece a realidade naquele instante. Mas gosto mesmo é de vencer os obstáculos e sou maior quando alcanço a planície.
Aí reencontro o amor, faço as pazes com meus sonhos, retomo a coragem e serena vou admirar. Admirar o céu de tarde: o brilho das cores pinceladas que despertam quando o sol se prepara para dormir. Admirar o céu de noite: pontilhado de estrelas ou claro de lua cheia. De manhã: acordo em expectativa. Admiro o céu luminoso do dia, cobrindo meus passos na terra fresca e macia da estrada. A estrada que me fala de caminhos. Linda em pensamento, guarda além das margens, lembranças e acontecimentos. E o melhor, nela está não só o que já foi, mas o que ainda pode ser.
Não tenho saudade de nada
Já andei por muitos lugares
Neste mundo pequeno
É um vai e vem sem sentido
Achar é difícil perder é quero ver
Cansei de colecionar cansei de procurar
Agora só se o mundo me encontrar
Porque eu não procuro mais
E não adianta me procurar
Não estou mais aqui
Não sou daqui
Sou lá de fora
Acima do infinito
Não vais me achar
Chorar por você eu já chorei demais, agora quero ver você aparecer em um pequeno barco vindo em minha direção pelo grande rio de lágrimas quer criei
Olhe os meus olhos refletindo você
Agora entende porque brilham ao te ver?
Cada detalhe e pequenos gestos
Despertam meus sorrisos mais sinceros