Pequenas reflexões
Nosso tempo aqui é breve demais pra desperdiçar com coisas pequenas. No fundo é só mesmo o amor q importa. Só o amor. E eu amei.. fui feliz.
DIVAGAÇÕES NA BOCA DA URNA (Pequenas Epifanias)
Política é exercício de poder, poder é o exercício do desprezível. Desprezível é tudo aquilo que não colabora para o enriquecimento do humano, mas para a sua (ainda) maior degradação. Como se fosse possível. Pior é que sempre é.
Ah, a grande náusea desses jeitos errados que os homens inventaram para distrair-se da medonha ideia insuportável de que vão morrer, de que Deus talvez não exista, de que procura-se o amor da mesma forma que Aguirre procurava o Eldorado: inutilmente.
Porque você no fundo sabe tão bem quanto eu que, enquanto a jangada precária gira no redemoinho, invadida pelos macacos enlouquecidos, e você gira sozinho dentro da jangada, ao lado da filha morta com quem daria início à primeira dinastia — mesmo assim: com a mão estendida sobre o rio, você julgará ver refletido no lodo das águas o brilho mentiroso das torres de Eldorado. E há também aquela outra política que os homens exercitam entre si. Uma outra espécie de política ainda menor, ainda mais suja, quando o ego de um tenta sobrepor-se ao ego do outro. Quando o último argumento desse um contra aquele outro é: sou eu que mando aqui.
Ah, a grande náusea por esses pequenos poderosos, que ferem e traem e mentem em nome da manutenção de seu ego imensamente medíocre. Porque sem ferir, nem trair, nem mentir, tudo cairia por terra num estalar de dedos. Eu faço assim — clack! — e você desmonta. Eu faço assim — clack! — e você desaparece. Mas você não desmonta nem desaparece: você é que manda, essa ilusão de poder te mantém. Só que você não existe, como não existe nem importa esse mundo onde você se julga senhor, O outro lado, o outro papo, o outro nível — esses, meu caro, você nunca vai saber sequer que existem. Essa a nossa vingança, sem o menor esforço.
Mais nítido, no entanto, que as ruas sujas de cartazes e panfletos, resta um hexagrama das cores do arco-íris suspenso no centro daquele céu ao fundo da rua que vai dar no mar.
É o único rosto vivo em volta, nunca me engano. Chega devagar, pede licença, sorri, pergunta: “E você acha que aqui também é um deserto de almas?” Não preciso nem olhar em volta para dizer que sim, aqui também. E os desertos, você sabe — sabe? — não param nunca de crescer.
Ah, esses vastos desertos em torno das margens do rio lodoso e tão árido que é incapaz de fertilizá-las. Da barca girando no centro do redemoinho, se você estender a mão sobre as águas escuras e erguer bem a cabeça para olhar ao longe, julgará ver as árvores, além do deserto que circunda o rio.
Entre os galhos dessas árvores, macacos tão enlouquecidos quanto aqueles que invadem tua precária jangada, pobre Aguirre, batem-se os humanos perdidos em seus pequenos jogos que supõem grandes. Para sobrepor-se ao ego dos outros, para repetir: sou eu que mando aqui. Para fingir que a morte não existe, e Deus e o amor sim. Pulando de galho em galho, com seus gestos obscenos e gritinhos histéricos, querendo que enlouqueças também. Os dentes arreganhados, os macacos exercitam o poder. Exercitam o desprezível nos escombros da jangada que gira e gira e gira em torno de si mesma, sempre no mesmo ponto inútil, em direção a coisa alguma, enquanto o tempo passa e tudo vira nada.
Do meu apartamento no milésimo andar, bem no centro da ilha de Java, levanto ao máximo o volume do som para que o agudo solo da guitarra mais heavy arrebente todos os tímpanos, inclusive os meus.
TROCANDO PIMENTAS POR CAQUIS (Ou pequenas metáforas de perda ou passagem)
Não quero mais os líquidos ardentes que me fazem fogueira, mas depois se acabam e deixam somente a seca sede do pós-chama. Quero, sim, as águas do rio que lavam, nutrem e acalantam, e quando seguem, carregam a poeira e me ajudam a seguir. Não quero mais os adereços que perfuram minha pele e ao serem retirados, espalham vãos pelo meu corpo. Quero, sim, as flores que acolho em minha orelha e, ao murcharem, ainda deixam seu perfume em meus cabelos. Não quero mais os contratos de imóveis que, ao serem destruídos, me deixam perdida e sem teto. Quero, sim, as areias da praia que não me preocupo em chamar de minhas, mas que dedicam caminho e carinho para os meus pés...
Eu não quero sentir falta.
Quero, sim, sentir saudade.
Apago dez fogueiras pequenas, que o mínimo vento apagaria por mim. Reúno gravetos, quero uma fogueira que o vento espalhe.
Muitas Pessoas á observar as estrelas ignoram as pequenas estrelas, e exaltam aquelas mais brilhantes, mas não observam que isso é questão de distancia, mas não de capacidade. Na realidade essas estralas são aquelas pessoas tímidas, que não expõem as suas qualidades, mas não deixa de telas, ao contrario das grandes estrelas que se esbanjam suas qualidades mais as vezes não por telas, mas por dizer que ás tem.
Castelos e sonhos construídos em pessoas pequenas demais. Não direi adeus aos meus sonhos, porque sei que serei feliz. Porque ter esta certeza? Não sei. Não sou muito religiosa, mas tenho fé que Deus não se esqueceu de mim. Lágrimas do presente se forem sorrisos do futuro… Serei feliz.
A filosofia por vezes é eterna, é profunda. Mas quem escreve precisa saber tocar nos corações das almas perdidas que precisam de ser guiadas. Eu fui guiada. Agora, espero conseguir fazer o mesmo. Talvez conseguir guiar alguém, uma cidade, um país. Sonhos.
Tenho dito, que desde que vivo me renovo. Pequenas fases de mim mesma me fazem evoluir. E vai ser sempre assim, entre gestos e mais gestos, demonstrando meus afetos pra quem quer me ver sorrir.
Pequenas doses de egoísmo são bem-vindas e essenciais para a sobrevivência. Mas não dá pra se embriagar: tudo que é demais faz mal.
Com apenas um toque de simplicidade e dando atenção as pequenas coisas, é que temos a chance de transformar nossas vidas e fazer a diferença.
Sera que as pessoas ,que pensamos serem pequenas ... são mesmo pequenas, ou nosso modo de ver ,e sentir que são pequenos?
Ha grandes homens, que vivem coisas pequenas, e ha pequenos homens , que ao enxergarem-se pequenos , se tornam grandes !
Pequenas frases podem estragar seu dia, mas três palavras, com apenas sete letras, vindas de alguém importante, podem melhora-lo completamente.
- eu.te.amo -
Ilumina-me Senhor, para que eu possa enxergar além do óbvio. Ensina-me a valorizar as pequenas coisas e a buscar a paz interior em meio ao caos do mundo. Faça com que eu seja uma luz na vida daqueles ao meu redor, transmitindo amor e compaixão em cada gesto e palavra proferida...
- Edna Andrade