Não há homem que tenha espírito suficiente para não ser nunca enfadonho.
A maledicência é uma ocupação e lenitivo para os descontentes.
As virtudes se harmonizam, os vícios discordam sempre entre si.
O espírito vive de ficções, como o corpo se nutre de alimentos.
A glória é um luto ostentoso da felicidade.
Em tese geral não há homem feliz sem mérito, nem desgraçado sem culpa.
Os pobres divertem-se com pouco dinheiro, os ricos enojam-se com muita despesa.
O sábio que não fala nem escreve é pior que o avarento que não despende.
Um grande mérito força o respeito, e afugenta a adulação.
Quem não espera na vida futura, desespera na presente.
A honra é a poesia do dever.
O poder repartido por muitos não é eficaz em nenhum.
O molho dos contos é a propriedade da linguagem.
Os governos fracos fazem fortes os ambiciosos e insurgentes.
A razão engana-nos mais frequentemente que a natureza.
A virtude é comunicável, mas o vício contagioso.
A virtude remoça os velhos, o vício envelhece os moços.
Os sábios falam pouco e dizem muito, generalizando e abstraindo resumem tudo.
O avarento é o mais leal e fiel depositário dos bens dos seus herdeiros.
A virtude encerra todas as coisas, e todas as coisas faltam a quem não a tem.