Pensamentos sobre o Mar
Presença
Entra-me em casa o murmúrio do mar
e ao fim da tarde assoma na janela
uma gaivota que me vem deixar
a mensagem mais simples, mais singela,
que podia na vida desejar:
esta certeza de que estás comigo
mesmo quando te ausentas e eu invento
mil e uma formas de escutar no vento
o eco das palavras que te digo.
Espanto
Vive ignorante da própria beleza
como se no olhar
não transportasse o verde-azul do mar
e em seu redor a natureza
não corasse de espanto ao ver passar
quem assim tem cabelos de luar.
E porque a sua fala é um violino
ecoando na lonjura
entreguei-lhe o meu destino
e morro aos poucos de ternura.
Na esquina potiguar contemplo mar e imensidão, uma linda exuberância ao som de uma canção, desde o Forte dos Reis Magos ao Teatro Alberto Maranhão. Sou da Londres Nordestina, olimpo tropical, ambiente acolhedor, belas praias de Natal. Um peixinho, camarão, uma rede de pescar, esse é o paraíso da terrinha potiguar.
"Banhe-se dessa manhã marinha
Como se apenas do mar estivesses vestida.
E o sal do teu corpo pousasse
No oceano da minha língua"
A Praia
Quando o mar da minha boca
chega à foz da tua pele.
Nas falésias da tua cama
bebemos os suculentos poentes.
Posicionamo-nos em todas as marés
e à beira-mar dos nossos corpos
explodimos, simultaneamente,
os luarentos e estrelados orgasmos.
Te amo
Te amo
Te clamo
Te procuro
Te chamo
Te vejo
Te desejo
Te quero....
Tudo no mais puro amor
No mais intenso de tudo
Nada muda
Tudo fortalece
Tudo quer...
Você!
Hoje
Amanhã
Sempre
Sempre voce!
Em minha vida
Voce junto a minha alma
Nada vai mudar
Apenas vai aumentar
O amor
A saudade
O desejo
De ter você!
Que possamos caprichar
no empenho para ver as pessoas como janela aberta
trazendo cores diferentes para nossa visão
não olharmos como que buscando um espelho...
#11;Cada um escuta, vê, luta da maneira que pode
que sabe, que suporta administrar...
#11;Respeito - aceitação - convivência - paciência e tudo vai dar certo
Pode ser o seu tamanho
Ou o jeito que você erra
No momento em que eu te ganho
Ou no barco que te leva
Pode ser o que você quer
Ou o que eu tenho pra te dar
Uma vida inteira pra viver
Ou um só segundo pra lembrar
Um dia eu vou ficar bem
Só pra te querer mais
Onde quer que eu ande bem
Domingo é pra te dar paz
Preciso de um tempo, é preciso estar só, preciso apenas estar entre o real e o irreal, sentir minha carne e meu espírito. Preciso encontrar as respostas para tantas perguntas e unificar os momentos que flutuam sobre essa minha alma inconstante, voltar ao mar sentir o sal em meus pés, preciso de mim, preciso de você, preciso sim, eu preciso de mim...
O peso de uma lágrima equivale à mais de uma tonelada, o tempo passa rápido e eu me sinto totalmente escanteada, longe de tudo vivendo no meu escuro mundo, sigo meu caminho levando comigo meu coração vagabundo, sem um destino ou rotas à traçar o meu grande medo é me afogar no meu próprio mar.
Entrei com meu barquinho no mar do teu mundo, misterioso e tão profundo, navego sem saber para onde vou, sorte que a lua iluminou, olhei para o cruzeiro do sul e o caminho ele me mostrou, e se meu barquinho não suportar e nas ondas do teu mar ele naufragar, chegarei no teu cás nem que eu tenha que nadar...
Ando a ver. O caracol sai ao arrebol. A cobra se concebe curva. O mar barulha de ira e de noite. Temo igualmente angústias e delícias. Nunca entendi o bocejo e o pôr-do-sol. Por absurdo que pareça, a gente nasce, vive, morre. Tudo se finge, primeiro; germina autêntico é depois. Um escrito, será que basta? Meu duvidar é uma petição de mais certeza.
Somos seres que desejam mesmo sabendo que esse desejo pode nos matar. Resistir é diminuir, com alguma desculpa sem muito sentido, as implicações aparentemente incontroláveis desse desejo. Desejar, portanto, será sempre arriscar-se. Negar-se ao risco ou a entregar-se em algum momento, é tentar controlar o incontrolável.
Melhor o provisório completo do que o permanente vazio. Melhor o merecer do que o aceitar. Melhor o caminho descoberto do que a trajetória imposta. Melhor o lado de dentro do que ir e não querer voltar. Melhor o pouco com brilho e verdade do que o muito que é fosco e mentiroso. Melhor a antipatia do que obviedades.
Na onda da maré cheia
é o mar que te enleia,
minha amiga, quase sereia.
Na praia do sol que amola,
a areia é calor de pura marola,
em teu decote sem gola,
em tuas coxas de gala.
A onda rola, enrola, roda
um baile em sala aberta,
e você toda se evola
na canga de voil ou cambraia,
na luz que estala solar,
você é a rainha da praia!
Fui preparado para nadar contra a corrente e não há quem me faça desistir de ir rio acima. Não quero escorrer pro mar. Quero conhecer a perfeição da nascente. Quero ver o sopro das gotas d'água, que se transformam na imensidão fluente aqui em baixo.
Eu não nasci para ser industrializado; eu sou da terra, sou pó, sou artesanal.
"Não tem jeito, sou mar. Profundo, intenso, com infinitas espécies de sentimentos.
Uns nebulosos, turvos, outros cristalinos, puros.
Sou mar, nasci pra ser. Não consigo ser poça, rasa, simplória. Se eu pudesse escolher, seria rocha.
Inabalável, firme, segura e fria, mas nasci mar e as vezes me afogo em mim mesma."
Iasmin Borges
Três pessoas,
Duas à beira mar,
Uma ausente prolixa,
Outra a responder "hum-rum"
A que fala, por minutos, sem parar.
Eu querendo apenas ouvir,
Contigo, o barulho do mar.
Duas perdendo o espetáculo
Gratuito da mãe da natureza,
Por causa do tal do celular.
- Tu, tu, tu, tu...
Me lanço ao mar.
Sinto o vento tocar meu rosto,
a água subir pelo corpo,
conforme avanço contra as ondas.
O sol na pele, o suor, o rubor.
O calor transborda,
até a água me abraçar.
Sempre quando estou no mar,
eu me torno natureza.
Me torno beleza
Me torno parte do azul do teu olhar.
Penso em ti penso em nós
No teu corpo como queria tocar
Todo ele eu afagar
Como amo nos desejar
Num louco amor te excitar
Mergulhar no teu mar
Com as minhas mãos te acariciar
Ter-te todo meu
Pra sempre vivermos a nos amar
Sentir o nosso amor nos molhar
Nos teus gemidos me afogar
Até nosso corpo flutuar.