Pensamentos sobre o Mar
Quando a intensidade da culpa e o prazer são proporcionais, a consciência demora tomar providências.
A disponibilidade não é atraente. Se entregar ao outro paradoxalmente é o que o vai repelir. A descoberta é inimiga da conquista. Ter alguém é, ao mesmo tempo, deixar de querer.
Pressentimentos não pedem licença. Vêm de mãos dadas com o ciúme, invadem, arrombam o coração e roubam a confiança.
Mas não importa o quão rápido o nosso mundo gira. Uma pessoa parada, com os olhos fixos em nós, consegue ver perfeitamente o que se passa conosco de forma nítida.
Geralmente quando devemos alguma coisa costumamos oferecer boas propostas como pagamento. Mas esse é o preço que nós colocamos. Nunca será percebido como suficiente pela pessoa que recebe.
A paixão não mede consequências e os perigos até atingir o seu clímax. A partir daí ela retorna do céu olhando por ande pisa.
A paixão é mimada, não aceita ter o espaço dividido dentro do coração. Invade, cega, ilude, constrói sua fortaleza e expulsa qualquer intenção de desviar atenções.
Quanto mais somos responsáveis pelas nossas escolhas, maior é o efeito do arrependimento. Por isso sempre procuramos alguém para nos dizer o que fazer.
Porque temos de confessar somente os nossos erros? Poderíamos ter a possibilidade de poder confessar também os nossos acertos, não acha?
É muito comum colocarmos a culpa em outros ou em algo sobrenatural para explicar as tragédias e dificuldades da vida. Mas a verdade é que nós mesmos somos sempre os responsáveis por elas. Nós somos os culpados. Somos nós que escolhemos.