Pensamentos sobre Mim

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Tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Fernando Pessoa

Nota: Trecho do poema Tabacaria de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa.

Quero para mim o espírito desta frase, transformada a forma para a casar com o que eu sou: viver não é necessário, o que é necessário é criar.

Fernando Pessoa

Nota: Trecho adaptado do poema "Navegar é preciso", de Fernando Pessoa.

Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim.

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Álvaro de Campos
Pessoa, F. Poemas Escolhidos de Álvaro de Campos. Lisboa: Assírio & Alvim. 2013

Nota: Trecho do poema "Tabacaria"

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Nasci para satisfazer a grande necessidade que eu tinha de mim mesmo.

Amo-me a mim próprio demasiado para poder odiar seja o que for.

Perguntas-me qual foi o meu progresso? Comecei a ser amigo de mim mesmo.

sem saudade de você
sem saudade de mim
o passado passou enfim

Eu odiava cada minuto dos treinos, mas dizia para mim mesmo: Não desista! Sofra agora e viva o resto de sua vida como um campeão.

Tenho de proclamar a minha incredulidade. Para mim não há nada de mais elevado que a ideia da inexistência de Deus. O homem inventou Deus para poder viver sem se matar.

Posso ser uma pessoa desprezível, mas quando a verdade fala em mim, sou invencível.

Fazes-me falta, estou ausente de mim própria.

Entre muitas outras coisas, tu eras para mim uma janela através da qual podia ver as ruas. Sozinho não o podia fazer.

Nunca resisto às tentações, porque eu descobri que coisas que são ruins para mim não me tentam.

Quanto mais diferente de mim alguém é, mais real me parece, porque menos depende da minha subjetividade.

Quando procuro o que há de fundamental em mim, é o gosto da felicidade que eu encontro.

Se me apetece rir de um louco, não preciso de ir procurar muito longe; rio de mim mesmo.

Por mim, creio que estamos mortos há muito tempo: morremos no exato momento em que deixamos de ser úteis.

Jean-Paul Sartre
Mortos Sem Sepultura, 1946

Arte pra mim não é produto de mercado. Podem me chamar de romântico. Arte pra mim é missão, vocação e festa.

Dentro de mim há dois cachorros: um deles é cruel e mau; o outro é muito bom. Os dois estão sempre brigando. O que ganha a briga é aquele que eu alimento mais frequentemente.