Pensamentos de Friedrich Nietzsche
Sim! Eu sei muito bem de onde venho!
Insaciável como a chama no lenho
Eu me inflamo e me consumo.
Tudo que eu toco vira luz,
Tudo que eu deixo, carvão e fumo.
Chama eu sou, sem dúvida.
Deve-se falar somente quando não se pode calar e falar somente do que se superou: tudo o mais é tagarelice, literatura, falta de disciplina.
Que é que destrói mais rapidamente do que trabalhar, pensar, sentir, sem uma necessidade interior, sem uma escolha profundamente pessoal, sem prazer?
Matrimônio: chamo assim a vontade de dois criarem um que seja mais do que aqueles que o criaram. O matrimônio é o respeito recíproco: respeito recíproco dos que coincidem em tal vontade.
O mais corajoso dentre nós dispõe apenas raramente da coragem de afirmar aquilo que sabe verdadeiramente...
Olhai-os, os crentes de todas as fés! A quem odeiam mais que todos? Àquele que parte suas tábuas de valores, o destruidor, o criminoso; mas esse é o criador. (Assim falou Zaratustra. p. 39)
A mulher, quanto mais mulher é, tanto mais se defende com as mãos e com os pés contra tudo o que for direito: o estado de natureza, a eterna guerra entre os sexos, lhe dá há muito o primeiro lugar.
Da escola de guerra da vida: o que não me mata, torna-me mais forte.
Sempre que um homem se dispôs a afastar-se e a isolar-se para se bastar a si mesmo, a filosofia esteve sempre pronta para isolá-lo ainda mais e destruí-lo por meio desse mesmo isolamento.
Eu procurava homens grandes, nunca encontrei mais do que «macacos de imitação» do seu próprio ideal.
Retribui-se mal um mestre quando se permanece sempre e somente discípulo.
Quando imagino uma espécie de homem que repugna a todos os meus instintos, o resultado é sempre um alemão.
Cansado de esperanças
persigo realidades.
Quando o vento contrário
aumenta em seus embates,
navego a qualquer vento
em minha ligeira embarcação.