Pensamentos sobre música
Ausência quer me sufocar
Saudade é privilégio teu
E eu canto pra aliviar
O pranto que ameaça
Difícil é ver que tu não há
Em canto algum eu posso ver
Nem telhado, nem sala de estar
Rodei tudo, não achei você
Quantas vezes eu chorei mesmo sem ter feito nada?
Mas de uma coisa eu sei: aqui se faz, aqui se paga
Sinto que o karma é forte mas minha fé não se apaga
É preciso a tempestade pra lavar, pra levar o que sempre agarra
A rosa é linda
Mas tem espinhos, Abel é bom
Mas tem Caim
Será que sempre vai ser assim?
Me dê sua mão, estou sozinha
Será o perfume que é de jasmim?
O cheiro é bom, vem até mim
Será que estou perto do fim?
É da terra
Ela tem um olhar de cigana
Sabor da fruta, pimenta baiana
Tempero da festa de Obá
É do mar, ele é filho de Iemanjá
O olhar que reflete a luz do luar
Pele queimada, Odoiá
E foi assim que o santo bateu
E quando anoiteceu
Ainda estavam lá
É quando você me desmonta
Que eu saio do meu faz de conta
E volto pro meu dia a dia
Meu dia a dia
E quando você me dispara
Naquele instante tudo para
Só pra você poder ver
Me diz o que se faz por amor
O que se faz quando a dor
Chega e só quer nos machucar
Eu reparo quando você
Olha desse jeito pra mim
Na palma da mão lê-se o destino
Ao coração, disse o menino
Quer se casar com amor sincero
Traz Iansã, abre o caminho
Faz enxergar, venha sorrindo
Pede pro meu orixá
Eu estava sozinho na paz de Oxalá
Não queria um amor para me ocupar
Mas não pude evitar olhar o seu olhar
Parou a minha vida inteira
Para abraçar o Sol
E fechar os olhos
Para falar de amor
Deitar em seu colo
Vim de outra cidade
Eu sou da estrada, sou rosa
Rosa no céu azul
Te beijei os ombros
Você que me contou
Sobre os seus assombros
Assombros de amor
De lá do fundo do seu mar
Sempre que eu pensar no meu bem
Vou colorir o dia
Eu faço o céu de rosa
E ninguém vai duvidar da vida