Pensamentos de Carlos Drummond de Andrade

Cerca de 31 pensamentos de Carlos Drummond de Andrade

Há certo gosto em pensar sozinho. É ato individual, como nascer e morrer.

Carlos Drummond de Andrade
"Passeios na ilha: divagações sobre a vida literária e outras matérias"‎. Livraria J. Olympio Editora. 1975
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O cofre do banco contém apenas dinheiro; frusta-se quem pensar que lá encontrará riqueza.

Carlos Drummond de Andrade
O avesso das coisas: aforismos. Rio de Janeiro: Record, 1990.

Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chega a apertar o coração: é o amor!

O chão é cama

O chão é cama para o amor urgente,
amor que não espera ir para a cama.
Sobre o tapete ou duro piso, a gente
compõe de corpo e corpo a úmida trama.

E para repousar do amor, vamos à cama.

Carlos Drummond de Andrade
ANDRADE, C. D. O Amor Natural. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.

Carlos Drummond de Andrade
Alguma poesia. Belo Horizonte: Edições Pindorama, 1930.

Não há vivos, há os que morreram e os que esperam a vez.

O que muda na mudança,
se tudo em volta é uma dança
no trajeto da esperança,
junto ao que nunca se alcança?

"Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado: é o amor que chegou na sua vida"

Palavras, palavras, se me desafias, aceito o combate".

Perdi o bonde e a esperança
Volto pálido para casa

Depois, cantou “se mil vezes você me deixar e voltar, eu aceito”.

Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade.

Carlos Drummond de Andrade
"Avesso das Coisas. Aforismos". Editora Record. 2.ª Edição. 1990

Os homens distinguem-se pelo que fazem; as mulheres, pelo que levam os homens a fazer.

Carlos Drummond de Andrade
"O Avesso das Coisas: Aforismos". Rio de Janeiro: Editora Record, 1990.

Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons.

Carlos Drummond de Andrade

Nota: Trecho adaptado do livro "O Avesso das Coisas", de Carlos Drummond de Andrade.

Há muitas razões para duvidar e uma só para crer.

Carlos Drummond de Andrade
"O Avesso das Coisas. Aforismos". Editora Record. 2ª Edição. 1990

Há livros escritos para evitar espaços vazios na estante.

Carlos Drummond de Andrade
"O Avesso das Coisas. Aforismos". Editora Record. 2ª Edição. 1990.

Eterno é tudo aquilo que vive uma fração de segundo mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força o resgata.

Carlos Drummond de Andrade
"Fazendeiro do Ar". 1.ª ed. São Paulo: Companhia das Letras. 2012

O ser busca o outro ser, e ao conhecê-lo acha a razão de ser, já dividido. São dois em um: amor, sublime selo que à vida imprime cor, graça e sentido.

Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
(...)
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
"Trouxeste a chave?"

Como viver o mundo em termo de esperança, que palavra é essa que a gente não alcança.