Pensamentos de Michel de Montaigne

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Não podendo regularizar os outros, regularizo-me a mim mesmo.

A morte é de fato o fim, no entanto não é a finalidade da vida.

O nosso maior prazer neste mundo são os pensamentos agradáveis.

Odeio esse acidental arrependimento que vem com a idade.

Se eu fosse um fabricante de livros, faria um registo comentado das diversas mortes. Quem ensinasse os homens a morrer, ensiná-los-ia a viver.

O arqueiro que ultrapassa o alvo falha tanto como aquele que não o alcança.

Nada há de mais belo e legítimo do que o homem fazer o bem e como deve ser, nem ciência tão difícil do que saber viver esta vida bem e naturalmente; e, de todas as nossas doenças, a mais terrível é desprezar o próprio ser.

Uma das maiores subtilezas da arte militar é nunca levar o inimigo ao desespero.

Para os cristãos, encontrar algo inacreditável é uma bela ocasião para acreditar.

Quando me contrariam, despertam-me a atenção, não a cólera: aproximo-me de quem me contradiz e instrui.

A velhice faz-nos mais rugas no espírito do que na cara.

As mulheres coram por ouvirem falar daquilo que não receiam de modo algum fazer.

Temos na filosofia uma medicina muito agradável, pois, nas outras, sentimos o bem-estar apenas depois da cura; esta faz bem e cura ao mesmo tempo.

A alma que abriga a filosofia deve, para a sua saúde, tornar o corpo são.

Nunca devemos dizer tudo, pois seria tolice; mas é indispensável que aquilo que se diz corresponda ao nosso pensamento; de contrário, é maldade.

Poucos homens foram admirados pelos seus criados.

Não deves contar ao teu amigo que foste chifrado. Mesmo que não se ria de ti pode aproveitar a informação.

Uma fealdade e uma velhice confessada são, a meu ver, menos velhas e menos feias do que outras disfarçadas e esticadas.

Saber de cor não é saber: é conservar aquilo que se deu a guardar à memória.

Todos os dias vão em direção à morte, o último chega a ela.