Pensamento de Amor

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O amor vive do pormenor e procede microscopicamente.

No amor, a autoridade é por direito daquele que ama menos.

O nosso amor-próprio exalta-se mais na solidão: a sociedade reprime-o pelas contradições que lhe opõe.

Nada é mais potente contra o amor do que a impotência.

O amor é um egoísmo a dois.

O amor e a amizade são como o eco: dão tanto quanto recebem.

O amor do poeta é maior que o de nenhum homem; porque é imenso, como o ideal, que ele compreende, eterno, como o seu nome, que nunca perece.

A fome e o amor são os dois sexos do mundo. A humanidade gira toda sobre o amor e a fome.

Sem a alegria, a humanidade não compreende a simpatia nem o amor.

Sem o amor o homem é apenas um cadáver em férias.

O homem dá a vida pelo amor, e julga não ter dado nada.

O amor-próprio dos tolos desculpa o das pessoas inteligentes, mas não o justifica.

O mal nunca está no amor.

O amor é um poema essencialmente pessoal.

O amor é um som que reclama um eco.

O tempo, que fortalece as amizades, enfraquece o amor.

Até mesmo o Olimpo é um deserto se não existir amor.

O tempo, tudo o consome e apenas o amor o aproveita.

Sempre disse que uma mulher só se deve casar por amor - e continuar a casar-se até o encontrar.

O amor nascente é tão melindroso, pueril e tímido, que receia desagradar até com o pensamento ao ídolo da sua concentrada adoração.

Camilo Castelo Branco
BRANCO, C., Cenas da Foz, 1857