Pensamentos de Agostinho de Hipona
O que é o tempo? Quando quero explicá-lo não acho explicação. Se o passado é o que eu, do presente, lembro, e o futuro é o que eu, do presente, antecipo, não seria mais certo dizer que o tempo é só o presente? Mas quanto dura o presente?
....Ó Beleza tão antiga e tão nova, quão tarde Te amei...
O viver em plena felicidade não é próprio desta vida mortal. Só o será quando aparecer a imortalidade... Sem a Imortalidade não existe Felicidade.
“Diante de Deus, está sempre a descoberto o abismo da consciência humana: que poderia haver de oculto em mim para Deus, por mais que eu não quisesse dizer a verdade? Conseguiria apenas ocultar Deus aos meus olhos, mas não poderia ocultar-me dos seus”.
Agostinho
A eternidade, assim, não é tempo infinitamente prolongado, mas uma existência sem nenhum limite, ao contrário de, por exemplo, a existência humana que é uma distensão, cujas fronteiras são o nascimento e a morte.
“É impróprio afirmar que os tempos são três: pretérito, presente e futuro. Mas talvez fosse próprio dizer que os tempos são três: presente das coisas passadas, presente das presentes, presente das futuras. Existem, pois, estes três tempos na minha mente que não vejo em outra parte: lembrança presente das coisas passadas, visão presente das coisas presentes e esperança presente das coisas futuras.”
"Certamente estamos em uma categoria comum com as bestas; toda ação da vida animal diz respeito a buscar o prazer e evitar a dor."
Porque a verdade gera o ódio? Por que é que os homens têm como inimigo aquele que prega a verdade, se amam a vida feliz, que não é mais que a alegria vinda da verdade (gaudium de veritate)? Talvez por amarem de tal modo a verdade que todos os que amam outra coisa querem que o que amam sejam verdade. Como não querem ser enganados, não se querem convencer de que estão no erro. Assim, odeiam a verdade, por causa daquilo que amam em vez da verdade. Amam-na quando os ilumina, e odeiam-na quando os repreende.