Pensadores Iluministas
Deixemos que discutam esses problemas o homens justos, que jamais pecaram e que nunca necessitaram para si mesmos de perdão.
No estado natural, onde tudo é comum, nada devo aqueles a quem nada prometi. Só reconheço como sendo de outrem o que me é inútil. Isso não ocorre no estado civil, onde todos os direitos são fixados pela lei.
Eu chamo de república, todo estado regido por leis, independente da forma de administração que possa ter. Porque então somente o interesse público governa, e a coisa pública algo representa.
A educação vem da natureza, do homem ou das coisas. O desenvolvimento interno das nossas faculdades e órgãos é a educação da natureza; o uso que nos ensinam a fazer desse desenvolvimento é a educação do homem; e o ganho da nossa própria experiência sobre os objetos que nos afetam é a educação das coisas. O aluno em que as lições desses mestres se contrariam é mal educado; aquele em quem todas visam os mesmos fins, esse é bem educado.
Junto do estado civil vem a liberdade moral, a única que torna o homem verdadeiramente dono de si, já que obedecer apenas aos desejos é escravidão, e a obediência à lei é a liberdade.
Os escravos perdem tudo ao serem acorrentados – até mesmo o direito de se libertar dos grilhões; amam a escravidão tanto quanto os companheiros de Ulisses amavam seu embrutecimento. Portanto, se existem escravos por natureza, é porque existem escravos contra a natureza. A força fez os primeiros escravos, a covardia os eterniza.
A respeito de tudo isso, haveria muitas observações particulares e reflexões que fazer, mas não há aqui lugar para isso e me basta haver mostrado, nesta pequena parte, o sistema mais geral da natureza, sistema que fornece uma nova razão de tirar o homem da classe dos carnívoros e de o colocar entre as espécies frugívoras.
O primeiro que, tendo cercado um terreno, arriscou-se a dizer: “isso é meu”, e encontrou pessoas bastante simples para acreditar nele, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil.
Um autor é um tonto que, não contente em aborrecer aqueles com os quais vive, insiste em aborrecer as gerações futuras...
O mais forte nunca é forte demais para ser sempre o senhor, se não transformar a força em direito, e a obediência , em dever.
Se, quando o povo suficientemente informado delibera, os cidadãos não tivessem nenhuma comunicação entre si, do grande número de pequenas diferenças resultaria sempre a vontade geral, e a deliberação seria sempre boa. Mas, quando se formam facções, associações parciais à custa de toda a sociedade, a vontade de cada uma dessas associações se torna geral em relação a seus membros e particular em relação ao Estado; pode-se então dizer que não há tantos eleitores quanto homens, mas apenas tantos eleitores quanto associações. As diferenças se tornam menos numerosas e produzem um resultado menos geral. Finalmente, quando uma dessas associações torna-se tão grande que prevalece sobre todas as outras , não se tem mais por resultado uma soma de pequenas diferenças, mas uma diferença única; então, não há mais vontade geral, e a opinião que prevalece não é mais que uma opinião particular.
É importante, portanto, para exprimir corretamente a vontade geral, que não haja facções no Estado, e que cada cidadão apenas expresse a própria opinião.