Pensadores Alemães
Um apaixonado pode cair no cômico tão bem como no trágico, porque, em ambos os casos, está nas mãos do gênio da espécie, que o domina ao ponto de o arrancar a si próprio; os seus atos não estão em proporção com o seu caráter.
O tempo é a forma graças à qual a vanidade das coisas aparece como a sua instabilidade, que reduz a nada todas as nossas satisfações e todas as nossas alegrias, enquanto nos perguntamos com surpresa para onde foram. Esse próprio nada é portanto o único elemento objectivo do tempo, ou seja, o que lhe responde na essência íntima das coisas, e assim a substância da qual ele é a expressão.
[Do livro Quando Nietzsche Chorou]
Casamento? Não, não para mim! Oh! Talvez um casamento de meio-expediente; isso poderia servir-me, mas nada que me prendesse demais.
Se as pessoas não sonharem mais, não criarem seu próprio mundo interior em contraste com a sua existência medíocre não conseguiram sobreviver.
Perdoar e esquecer equivale a jogar pela janela experiências adquiridas com muito custo. Se uma pessoa com quem temos ligação ou convívio nos faz algo de desagradável ou irritante, temos apenas de nos perguntar se ela nos é ou não valiosa o suficiente para aceitarmos que repita segunda vez e com frequência semelhante tratamento, e até de maneira mais grave. Em caso afirmativo, não há muito a dizer, porque falar ajuda pouco. Temos, portanto, de deixar passar essa ofensa, com ou sem reprimenda; todavia, devemos saber que agindo assim estaremos a expor-nos à sua repetição. Em caso negativo, temos de romper de modo imediato e definitivo com o valioso amigo ou, se for um servente, dispensá-lo. Pois, quando a situação se repetir, será inevitável que ele faça exactamente a mesma coisa, ou algo inteiramente análogo, apesar de, nesse momento, nos assegurar o contrário de modo profundo e sincero. Pode-se esquecer tudo, tudo, menos a si mesmo, menos o próprio ser, pois o carácter é absolutamente incorrigível e todas as acções humanas brotam de um princípio íntimo, em virtude do qual, o homem, em circunstâncias iguais, tem sempre de fazer o mesmo, e não o que é diferente. (...) Por conseguinte, reconciliarmo-nos com o amigo com quem rompemos relações é uma fraqueza pela qual se expiará quando, na primeira oportunidade, ele fizer exactamente a mesma coisa que produziu a ruptura, até com mais ousadia, munido da consciência secreta da sua imprescindibilidade.
Podemos comparar a sociedade a uma fogueira na qual o sábio se esquenta sem lhe por a mão, enquanto o néscio, depois de queimá-la, gemendo de dor, foge para a solidão...
Para Heidegger, aquele que se questiona, ou seja, que possui uma existência autêntica, mergulha de ponta na própria angústia do ser, que para ele é originária do dasein... originária em você. Para ele, você pode sufocar esta angústia, com chocolate, coca-cola, vídeo game ou séries de TV, mas ela está sempre lá. E o que faz essa angústia para esse filósofo alemão achar tão legal assim? Ela te faz experimentar o ser e o nada. Você vai além dos entes cotidianos, experimentados por todos, você, que se questiona, experimenta o que é o ser o que é o nada. Nisso consiste a tua angústia.