Pedras
A vida é um caminho de muitas pedras e barreiras e, quando não for possível transpô-las, podemos transformá-las: são elas que nos esmeram no aprendizado da arte de viver.
Acreditamos muitas vezes que com força e vontade remove as pedras do nosso caminho, abaixamos a cabeça damos nosso suposto melhor. Esquecemos que a inteligência da ação é mais importante que a força que imprimimos. Podemos esperar a hora certa, construir ferramentas, dar a volta por outro caminho e isso tudo consumindo menos de nós. Isso é deixar de lutar? Não, é vencer sem se desgastar.
Hoje todo dia me reinvento, me adapto, sigo o exemplo da água, que sempre flui nem que seja por outro caminho. Pedras sempre serão pedras e nunca deixaram de existir, ou convivemos com isso ou padecemos sem realmente ter vivido, aproveitado e apreciado todo caminho. O sol continua brilhando, podemos agradecer pela luz ou reclamar do calor. Escolha a paz dentro de você em vez da insatisfação para te levar a frente.
No rio da existência, enquanto as águas passam, muitas pedras ficam estacionadas nas profundezas, mas jogue uma pedra de gelo e ela flutuará, seguirá a fluência e dissolver-se-á para fazer parte da correnteza.
Quando te jogarem pedras ,atire flores .
Pedras acumuladas formam muralhas
Flores deixam perfume e sementes
Pense nisso !
A paz começa em cada um de nós .
Vivemos numa selva pedras,
Somos heróis a cada momento que chegamos vivos em casa,
Envolta de tiros perdidos, heróis,
Sobrevivemos dia apos a cada batalha de um dia de trabalho,
Balas determinam cada destino, como dia que vivemos
Diante da morte que nos espera, num caminho de gloria
A vida termina e ninguém se importa,
Mais machete para olhares atentos,ao tentar salvar alguém
Num jogo sem perdão, sorrir e fechar os olhos,
Mais um herói que morreu num país de leis brandas,
Os maiores culpados estão no poder,
Cretinos que vem as lagrimas nada fazem...
Somente os pesares do sangue derramado sobre a bandeira.
Se há pedras no caminho? Não me importa, será mais fácil passar por elas do que não passar a lugar algum.
Talvez encontro novidades pelo caminho e vou deixando as pedras a cada passo!
Shirlei Miriam de Souza
.A estrada de pedras.
.A passagem por essa estrada me causou dores .Mas sabia que seria difícil,mesmo assim minha alma lutava .Ela queria passar por ali e eu fui,chegando próximo de filete de rio,sentei e descansei um pouco ,bebi goles d'água enchi meu cantil,e prossegui.As intempéries do clima me castigava,meu pensamento é que me conduzia.O destino,era encontrar àquela que procuro.Que está com meu amor nas mãos.Feliz estou pois a encontrei tão linda como esperava ser.
O CAMINHO
No caminho
Encontrei pedras
Bichos peçonhentos
Bichos nojentos.
À estrada
Foi me fazendo
E eu fui fazendo ela.
Engoli goela adentro
Os restos
E as sobras.
Fui o prato principal
Na mesa de gente do mal
Fui sendo comida
Pelas beiradas.
Hoje beirando os quarenta
Pareço uma senhora de noventa
Sou uma velha marrenta
Somente quem me ama
Me aguenta.
"Eu descobri que em meu caminho, se eu olhar para baixo, verei as pedras que me machucam os pés. Se eu olhar para os lados, verei as belas e sortidas flores que o cercam. Se eu olhar para frente, verei a Cristo sendo meu guia. Então entendi que o caminho sempre será o mesmo, a diferença está na direção do meu olhar".
"E chegou um ponto da caminhada que eu aprendi a ignorar as pedras da estrada e apreciar as flores de suas margens."
VOO DE SILÊNCIO
Fico a pensar
e tudo ecoa em pedras
Pedras que são poesia
sólidas, de líquida dureza.
Então o amor
derrete em duro líquido.
Minha mão não traça
mais versos de amor,
que antes vazavam do peito
e tomavam tua alma,
tua alma com letras tristes.
Hoje, embora tristes
Não vibram para alcançar
teus ouvidos
que eram violados e possuídos
pela minha língua,
antes de possuir teu corpo
A flor nasceu sem perfumes,
Pois foi picada por répteis
com asas feitas de pedaços
de pântanos.
Suas pétalas caem
em pó que cobre meu rosto
e cega meus olhos.
Vivo na sombra
que me produz em gesso.
A tenho moldada na brisa
da manhã do orvalho frio
onde a relva benze meus pés,
pés que comem as distâncias.
Busco teu rosto
na distância dos trovões
que pousam nos campos
agarrados ao vento
tocando o lábio da noite.
Os gritos da escuridão
estremecem o cheiro
úmido do chão,
mas a morte persiste
transpassando os dias.
Minha língua
não tem paladar e a tristeza
é não poder mostrar-te o campo
após a chuva cálida
mas apenas dar-te a dor
de um punhado de argila
para dissolver n`água.
Colheria areia do céu
Para escorrer entre teus dedos.
O clarão ao iluminá-la
Não diminui minha tristeza.
Escuto as fontes frescas
que cantam moldando
sua passagem
entre canteiros de margaridas.
Os pombos brancos
Perdidos entre nuvens
Num lençol tingido de vermelho.
Aqui está a mão lançada
no crepúsculo
Não consigo alcança-la
Tarde! Tarde eterna!
Sem revoada de pardais,
sem o sol se por,
sem luz e sem sombra.
O tempo acabou
e a espera continua
acreditando poder
enfeitá-la de amor.
Um amor que insiste
em perfumar a eternidade.
Não sofra se minhas lágrimas
deitar sobre teus seios.
É assim que nós dois
fizemos nossos caminhos
por entre pedras e flores.
Hoje resolvi busca-la,
não para aproximar-me
do teu corpo,
mas para percebê-la
no pulsar dos corações
que habitam num único peito.
Aprender a lição de pouco
chorar e muito sofrer.
Um voo de silêncio
levando-me em passeio
pelo mundo de sonho,
um sonho de corpos,
entrelaçando de imensidão.
Desejos diversos,
desejo que não acabam
e existem nas lembranças
do teu corpo entregue
as minhas mãos imundas
que tingem de pardo
a brancura do teu ventre.
Mas o sono desfez-se
E restam os fantasmas.
Vejo que os sonhos
não são meus,
porque a noite os levam
os dissolvem e os destroem.
Uma estrela acaba
de deixar o firmamento
e a escuridão se faz maior
como um imenso sepulcro.
Eu sou pedaço
Para estar aqui e ali,
Tenho salvação dividido.
Estou livre e preso
E vou esquecendo do nome,
Atravessando o jardim
Repleto de suas flores.
Quantos caminhos percorri!
Os de pedras que feriram os meus pés;
os de relva úmida que os refrescaram;
os de pétalas aveludadas
que tornaram a caminhada inesquecível;
os difíceis e os agradáveis,
os belos e os nem tanto.
Foram as minhas veredas
e nelas ninguém além de mim
poderia transitar, faziam parte
dos meus rumos.
Cika Parolin