Pedras
Sigo minha vida em zigue-zague.
Colecionando as pedras em meu caminho.
Descansando somente ao término de cada ladeira.
Sempre contra o vento.
De onde muitos estão a fugir.
Eu estou a atacar.
A caminho das tempestades...
"Reme"
Desagarre-se,desfaz o nó,rafaça o caminho e tire do chão as pedras que te fazem tropeçar
Se a sua luz está ficando ofuscada a cada dia que se passa,se reconstrua mais uma vez
Na confusão da sua fragilidade tenha força de dar o último fôlego e construa mais uma vez as suas cinzas,seus ossos podem voltar a ficar saudáveis,não importa o quanto esteja cansado não perca de vista as condições do seu coração
Reme contra a maré
Vá para onde o terremoto não possa te levar
Crie laços fortes de amizade com a realidade a sua volta
O tempo pode nos trazer de volta a vida
O amor pode ser a cura de todas as nossas doenças
Saía da zona de conforto e saiba a hora certa de fechar um ciclo, reconheça o momento certo de abrir as portas para um novo ciclo,se permita mais uma vez
O vento é um arquiteto renomado,no silêncio da madrugada ele pode derrubar a folhagem mais bonita de uma árvore e levá-la para cobrir o seu jardim e trazer de volta luz ao seu mundo sem fim
Reme contra a maré, não importa o quanto esteja cansado,não perca de vista as condições do seu coração
"A história está ai pra nos mostrar que quanto mais pedras carregamos para atirar ao próximo, mais terremotos ocorrem em nossas vidas".
Pedras de solidão...
correntes amargas
no sangue apenas...
a dor e saudade...
lembras fragmentadas...
por sentimento passados,
por aonde esteve,
as portas estão abertas
quedas de águas...
inundações,
créditos de uma noite
apenas o desespero...
a luz definha em revolta.
até quando vou relaxar,
nessa morte súbita...
compromissos desdem falsos pretextos,
a depressão tem muitas desculpas...
mais um gole apaguem por um estante...
sonhos feitos de farpas...
uma foto diz quem é...
mais profunda tristeza.
EXISTEM OUTRAS PEDRAS POR AÍ
Um poeta no meio do caminho
com uma pedra enorme na cabeça
que de tão pesada lhe faz sentar.
Atrás do poeta anda um filósofo
que tenta ajudar o poeta
a carregar seu fardo
o poeta, contudo, reluta
não aceita a razão nem a lógica
e permanece rígido, inflexível,
avesso à retórica
a pedra é imensa,
maior que a consciência do filósofo,
que perde o fôlego e o argumento...
O poeta e sua pedra,
continuam no caminho
a pedra, que de tão grande
poderia ser repartida em mil pedaços
a pedra, se dividida entre mil poetas
saciaria a fome de todos eles
a pedra é a poesia,
e se fosse compartilhada
poderia amenizar as dores do mundo.
Evan do Carmo
Talvez encontro novidades pelo caminho e vou deixando as pedras a cada passo!
Shirlei Miriam de Souza
.A estrada de pedras.
.A passagem por essa estrada me causou dores .Mas sabia que seria difícil,mesmo assim minha alma lutava .Ela queria passar por ali e eu fui,chegando próximo de filete de rio,sentei e descansei um pouco ,bebi goles d'água enchi meu cantil,e prossegui.As intempéries do clima me castigava,meu pensamento é que me conduzia.O destino,era encontrar àquela que procuro.Que está com meu amor nas mãos.Feliz estou pois a encontrei tão linda como esperava ser.
O CAMINHO
No caminho
Encontrei pedras
Bichos peçonhentos
Bichos nojentos.
À estrada
Foi me fazendo
E eu fui fazendo ela.
Engoli goela adentro
Os restos
E as sobras.
Fui o prato principal
Na mesa de gente do mal
Fui sendo comida
Pelas beiradas.
Hoje beirando os quarenta
Pareço uma senhora de noventa
Sou uma velha marrenta
Somente quem me ama
Me aguenta.
"Eu descobri que em meu caminho, se eu olhar para baixo, verei as pedras que me machucam os pés. Se eu olhar para os lados, verei as belas e sortidas flores que o cercam. Se eu olhar para frente, verei a Cristo sendo meu guia. Então entendi que o caminho sempre será o mesmo, a diferença está na direção do meu olhar".
"E chegou um ponto da caminhada que eu aprendi a ignorar as pedras da estrada e apreciar as flores de suas margens."
VOO DE SILÊNCIO
Fico a pensar
e tudo ecoa em pedras
Pedras que são poesia
sólidas, de líquida dureza.
Então o amor
derrete em duro líquido.
Minha mão não traça
mais versos de amor,
que antes vazavam do peito
e tomavam tua alma,
tua alma com letras tristes.
Hoje, embora tristes
Não vibram para alcançar
teus ouvidos
que eram violados e possuídos
pela minha língua,
antes de possuir teu corpo
A flor nasceu sem perfumes,
Pois foi picada por répteis
com asas feitas de pedaços
de pântanos.
Suas pétalas caem
em pó que cobre meu rosto
e cega meus olhos.
Vivo na sombra
que me produz em gesso.
A tenho moldada na brisa
da manhã do orvalho frio
onde a relva benze meus pés,
pés que comem as distâncias.
Busco teu rosto
na distância dos trovões
que pousam nos campos
agarrados ao vento
tocando o lábio da noite.
Os gritos da escuridão
estremecem o cheiro
úmido do chão,
mas a morte persiste
transpassando os dias.
Minha língua
não tem paladar e a tristeza
é não poder mostrar-te o campo
após a chuva cálida
mas apenas dar-te a dor
de um punhado de argila
para dissolver n`água.
Colheria areia do céu
Para escorrer entre teus dedos.
O clarão ao iluminá-la
Não diminui minha tristeza.
Escuto as fontes frescas
que cantam moldando
sua passagem
entre canteiros de margaridas.
Os pombos brancos
Perdidos entre nuvens
Num lençol tingido de vermelho.
Aqui está a mão lançada
no crepúsculo
Não consigo alcança-la
Tarde! Tarde eterna!
Sem revoada de pardais,
sem o sol se por,
sem luz e sem sombra.
O tempo acabou
e a espera continua
acreditando poder
enfeitá-la de amor.
Um amor que insiste
em perfumar a eternidade.
Não sofra se minhas lágrimas
deitar sobre teus seios.
É assim que nós dois
fizemos nossos caminhos
por entre pedras e flores.
Hoje resolvi busca-la,
não para aproximar-me
do teu corpo,
mas para percebê-la
no pulsar dos corações
que habitam num único peito.
Aprender a lição de pouco
chorar e muito sofrer.
Um voo de silêncio
levando-me em passeio
pelo mundo de sonho,
um sonho de corpos,
entrelaçando de imensidão.
Desejos diversos,
desejo que não acabam
e existem nas lembranças
do teu corpo entregue
as minhas mãos imundas
que tingem de pardo
a brancura do teu ventre.
Mas o sono desfez-se
E restam os fantasmas.
Vejo que os sonhos
não são meus,
porque a noite os levam
os dissolvem e os destroem.
Uma estrela acaba
de deixar o firmamento
e a escuridão se faz maior
como um imenso sepulcro.
Eu sou pedaço
Para estar aqui e ali,
Tenho salvação dividido.
Estou livre e preso
E vou esquecendo do nome,
Atravessando o jardim
Repleto de suas flores.