Pedras
Faz-se ciência com fatos, como se faz uma casa com pedras;
mas uma acumulação de fatos não é uma ciência, assim como
um montão de pedras não é uma casa.
Não é Fácil Ser Bom...
Não é fácil ser bom...
Ser justo e "perfeito".
As pedras estão aí,
Espalhadas na trilha.
As facilidades, idem.
Atalhos atraentes e,
Às vezes, incertos...
Raramente, corretos.
Quem segue a trilha
É chamado de tolo...
E se todos o fossem?
Que mundo "tolamente"
Feliz e tranquilo seria!
Tolice é não ser bom...
sem as pedras não ficaria tão lindo....
ficaria reto e liso,
faltando contornos e quedas
dando relevos a vida...
e ao olhar então...
nem se fala...
os passarinhos não
cantariam tanto
dando coro
a enxurrada
e a mata embaçaria
o verde das folhas
a deslizar sobre
as águas...
O Menino Gigante
O Sol racha as pedras do caminho,
Mas é esse caminho que faz da vida do menino um sonho,
Sonho que brota a esperança de uma vida para o pequenino menino,
Porém, o Sol em sua sina arrebenta as rochas nos locais onde ardomece,
E a Água que antes era maravilha,
Faz das rochas duras e secas
Cascalhos pedregosos na vida de sonho desse menino.
Cascalhos pedregosos que fazem do caminho do menino
Um longo e árduo percurso a ser vivido,
E uma vida eqüidistante do rio do Severino.
O menino, porém, no sonho sonha com a esperança,
A esperança de um dia ser um menino Gigante,
Ser um menino Letrado!
Um menino Homem, que faça das letras, das palavras, das frases...
Um Porrete que espanca os males,
Uma Identidade de punhos-cerrados,
Um Guarda-Sol que o protege do Sol rachador de pedras,
Um Guarda-Chuva que sirva contra as Águas que fazem das pedras
[do caminho do menino
Simples sonhos com cascalhos e sem sorriso.
O Sol continuará com seu trabalho e a Água também,
E o menino Gigante
Irá sempre cantar na esperança de um dia ver o mundo escutar
As melodias dos seus sonhos,
E o bater das pedras do seu caminho.
O menino sonha!
...
E como Sonha!
...
O menino é Gigante!
Filipe II
tinha um colar de oiro
tinha um colar de oiro
com pedras rubis.
Cingia a cintura
com cinto de coiro,
com fivela de oiro,
olho de perdiz
Comia num prato
de prata lavrada
girafa trufada,
rissóis de serpente.
O copo era um gomo
que em flor desabrocha,
de cristal de rocha
do mais transparente.
Andava nas salas
forradas de Arrás,
com panos por cima,
pela frente e por trás.
Tapetes flamengos,
combates de galos,
alões e podengos,
falcões e cavalos.
Dormia na cama
de prata maciça
com dossel de lhama
de franja roliça.
Na mesa do canto
vermelho damasco
a tíbia de um santo
guardada num frasco.
Foi dono da terra,
foi senhor do mundo,
nada lhe faltava,
Filipe Segundo.
Tinha oiro e prata,
pedras nunca vistas,
safira, topázios,
rubis, ametistas.
Tinha tudo, tudo
sem peso nem conta,
bragas de veludo,
peliças de lontra.
Um homem tão grande
tem tudo o que quer.
O que ele não tinha
era um fecho éclair.
Se entre duas pedras pode nascer uma flor.Por que se entre dois amigos não pode nascer um amor?
Diga adeus a todas as pedras que você consegue pular no seu caminho, e diga olá àquelas que fazem você cair. Ser polido, pular, ser pulado, cair ou provocar uma queda nunca foram uma questão de escolha...
Semeando a favor dos ventos, em meio pedras e secas, pois sei q o amor é capaz de fertilizar qualquer terra infértil.
Cansei de varrer as pedras que aparecem em meu caminho, pois realmente já varri muitas e nunca cheguei a lugar nenhum, elas apenas dificultaram o alcance até meu objetivo , me derrubava, me deixando cada vez mais sucumbido para conseguir levantar.