Pedras
No Cabaré-Verde
às cinco horas da tarde
Oito dias a pé, as botinas rasgadas
Nas pedras do caminho: em Charleroi arrio.
- No Cabaré-Verde: pedi umas torradas
Na manteiga e presunto, embora meio frio.
Reconfortado, estendo as pernas sob a mesa
Verde e me ponho a olhar os ingênuos motivos
De uma tapeçaria. - E, adorável surpresa,
Quando a moça de peito enorme e de olhos vivos
- Essa, não há de ser um beijo que a amedronte! -
Sorridente me trás as torradas e um monte
De presunto bem morno, em prato colorido;
Um presunto rosado e branco, a que perfuma
Um dente de alho, e um chope enorme, cuja espuma
Um raio vem doirar do sol amortecido.
às vezes sou
manancial entre pedras
e outras vezes uma árvore
com as últimas folhas
mas hoje me sinto apenas
como lagoa insone
como um porto
já sem embarcações
uma lagoa verde
imóvel e paciente
conformada com suas algas
seus musgos e seus peixes
sereno em minha confiança
acreditando que em uma tarde
te aproximes e te olhes
te olhes ao lhar-me.
Me Encanta o Farol
Por que me encanta o farol?
Será a altivez diante da imensidão do mar?
A firmeza com que recebe as ondas temperamentais?
Olho para ele e me pergunto.
Será que sente solidão em noite sem luar?
Tem medo quando a tempestade se aproxima?
Acredita que alcançou o céu em dia de nevoeiro?
Me mostra o segredo para permanecer em pé nas ventanias, manter a serenidade no meio das tormentas,
resistir às mudanças de tempo e o vai e vem das marés.
Ah! Farol.
Me ensina a ser luz
Quando tudo em volta for escuridão.
"Não esperaremos nada das estátuas senão a sua beleza.
Por muito triste que seja o nosso momento, não poderemos tirar delas uma lágrima para chorar nosso pranto. Pedras não aprenderam a ter sentimentos. Não é culpa delas ...é nossa, que não sabemos ser pedras"
Alguns sentimentos são como pedras, você pode construir lindos castelos ou atirar na cabeça da pessoa, aí depende!
Baú de recordações
Baú de espantos...
Baú de recordações...
Saudades de um passado sem volta
Resgate de um tempo perdido
Sem tristezas
Sem magoas
Pedras no caminho
Tropeços de um crescimento interior
Buscas externas
Procuras internas
Equilíbrio encontrado
Há muito tempo esquecido e adormecido...
Nem todas as pedras que encontramos pelo caminho são obstáculos... muitas vezes precisamos delas , como edificação,evolução e também para base do nosso crescimento espiritual.Use todas as pedrinhas que encontrar como apoio na sua subida!
Descubra o baú de pedras preciosas escondido em seu interior e estará expondo o que há de mais belo em você.
Eu conheci você em um domingo
Era doce e fresco...
Era novo...
Era interessante...
Eu deixei você entrar e fazer de mim sua casa
Era reconfortante...
Era apaixonante...
Era afrodisíaco...
Éramos dois nadas
Que se encontrar pela casualidade do tempo
E juntamos esses nossos nadas
E de repente, tinhamos um tudo
A matemática de nós dois era estranha
Incomum
Inigualável
Imensurável
Porem, Eu queria acreditar que você precisa de mim
O mesmo que eu precisava de você
Então, o doce e fresco de lugar ao amargo
O novo era mais do mesmo
E o interessante virou entediante
O meu ser que era sua morada
Tornou-se desconfortável para ambos
A paixão sumiu como uma miragem no deserto
E o cheiro de podridão corroía nossos narizes.
Havíamos nos enganados
Tolos... Éramos jovens na arte de amar
E perdemos o controle nesse sinuoso rio
E causamos um desastre
Tinhamos danificado um ao outro
Saímos dessa relação sem o "nada" que entramos
Quebramos...
Havíamos perdido nossa essência
É...
A relação tornou-nos pedras
Que jamais virariam rochas novamente.
O mundo continua dando voltas
e a terra treme e não está ficando
pedra sobre pedra; pedras estão rolando
e muitos agora estão temendo.
O que estava encoberto foi descoberto;
ganharam por um tempo os espertos
e o mundo está vendo a Vitória
do que é justo, do que é certo.
Virão outros fazer história;
que sejam eles os despertos!
Deixe-me que caia a cada esquina e estabane-me por caminhos falsos pisando pedras e espinhos; que voe céus de ilusão por anversos de mentiras...
Amor, tente me quebrar
Você não vai conseguir tão facilmente. Porque eu sou de diamante.
Eu não sou qualquer pedrinha ou bijuteria que você encontra por aí.
Você é comum.
Você é medíocre.
Você é desvalorizado.
Você é como aqueles pedaços de vidro encontrados em um beco, esquina, ou perto de um Bar.
Você não é importante. Mas você ainda brilha quando a luz te toca.
E seu brilho, não sei porquê, me chama atenção.
Minhas conquistas eu fiz por merecer.
Removi as pedras e plantei flores.
Delineei meu caminho.
Hoje posso falar da minha trajetória.
De muitas lutas, derrotas e vitórias.
É a pressão constante das ondas do mar sobre as pedras que às moldam, assim como somos moldados pelos desafios que enfrentamos em nossa vida.
As pedras são necessárias nas construções, nos cenários diários. Uma pedra em nosso caminho não significa que iremos tropeçar nela, podemos contorná-la ou simplesmente galgá-la e, do alto, termos uma vista ainda melhor do infinito.
Andarilhando pelas veredas da vida, fiz das pedras que encontrei, trilhas e sinais pelos caminhos que percorri; se algum dia precisar voltar e recomeçar minha caminhada saberei por onde andei e por onde tropecei.
Pedras no caminho? Pulo todas.
Ou você acha que eu vou ficar carregando peso e guardando tralha?
O meu negócio é seguir em frente.
"(...) E se não fosse uma raiz de mucunã arrancada aqui e além, ou alguma batata-branca que a seca ensina a comer, teriam ficado todos pelo caminho, nessas estradas de barro ruivo, semeado de pedras, por onde eles trotavam trôpegos se arrastando e gemendo”.
( in "O Quinze".)