Pedra
Sou a pedra no seu sapato.
Talvez me chame de filho ingrato,
Que ordens não acato,
Mas é que ainda falta comida no meu prato,
E da grande multidão.
Acuado, não morro e não mato.
Isso é fato.
De obrigações eu to farto,
Seguir normas que não estão no contrato da vida.
Indevida constituição.
Serviço obrigatório
Bem parece um sanatório,
Ou melhor dizendo: - "Sedatório".
Um corpo, pra não chamar porco em decomposição.
Essa história de guerra não me convence,
A verdadeira paz nunca vence.
Sobre honrar a pátria, pense:
Amor é via dupla não contra-mão.
Jogou pedra na cruz
Palavras ao vento,
Olhares vazios.
Trocou a roupa
Escolheu os sapatos,
Enfeitou as palavras.
A melhor marca, o melhor sonho,
A unica forma individual de viver.
O coração blindado
O sentimento escondido,
Para dar valor a insignificâncias.
Apagou a luz, deitou e dormiu,
Mais um dia perdido, obsoleto e vazio,
Escolheu ser mais um retrato na parede
Do que uma cor perdida, que pinta alegrias,
Na paisagem cinza da vida.
Chamei todos e atirei uma pedra para o alto.
Todos olharam e viram que era apenas uma pedra que foi ao alto e caiu no chão, simples não é?
Mas acredite, aquilo gerou opiniões diferentes que derrubou uma montanha.
Concreto, fé e suor!
Sonhos de uma selva,
Humanamente de pedra.
Do pó as muralhas
Que protegem, cercam e separam,
Aniquilando liberdade e sonhos.
Reféns da própria ganancia!
Amarrados pela fome do luxo!
Aonde o chão é feito de concreto
Lagrima alguma pode tocar,
Não se permite fazer a vida
Ou a esperança brotar.
Existem homens que possuem a serenidade e a sensibilidade de uma pedra, pois perdidos estão em suas trevas de ignorâncias e arrogância. Mas até as Pedras Racham perante o Poder do Vento.
…deitado na pedra gelada, no vale da morte, rodeado de cães zumbis que aguardavam ansiosos para devorar-lhe a carne, estava o caçador, deitado em posição fetal à espera da morte…
Com uma pequena pedra foi acordado do sono da morte, pela pequena e curiosa lebre, sem agradecer, ele prontamente levantou-se e instintivamente se pôs a caçar, perseguiu a pequenina lebre que do sono mortal o salvou...
As luzes da ponte refletindo na água
Fazem pilares pratas que sustentam as pedra afogadas no mar ...
O rochedo infértil deixou brotar o arbusto vistoso e verde
As ondas vão e vem
Como os porteiros do relógio da catedral que precisam do sol para existir
A lua ousadamente refletia no vidro quebrado da janela onde uma senhora observava o movimento das folhas
O jovens passam em todas as direções indo para nenhum lugar
Andava em círculos
Seria tão bom se tocassem piano depois que a lua se fosse
Daria ao black tie da noite um ar menos bassê
O que faria sentido para o pequeno cão que procurava comida nas latas de lixo fazendo do seu abandono um jantar de gala
As lâmpadas das janelas estavam apagadas mas os televisores faziam um show pirotécnico remontando algum réveillon passado
Parei de pensar ...
Vi uma tartaruga passando no mar ...
Ela parecia disposta
Pensando bem ...
Não vi pássaros na noite
Nem peixes no mar
Mas tartaruga foi um show a parte
Recebi um mensagem
Fiquei feliz ...
Perdi a tartaruga mas ela deve ter ido a algum lugar melhor
Como seria bom um café ...
Tenho um bala no bolso
Vai servir ...
Vi uma placa que dizia que no terceiro domingo terá missa estão todos convidados poucos virão e talvez ninguém preste atenção...
O cachorro se foi também
Por que ainda estou vendo o mar ...
Na selva de pedra
Os animais odiavam outros animais de mesma proposita
Vão esta no poder e acabar a selva
"Renato observou, sem sorrir, a imponência do Pão de Açúcar. A pedra continuava lá, no mesmo lugar onde sempre estivera. Por uma fração de segundo, questionou se tudo aquilo que o cercava se tratava, verdadeiramente, de realidade.
“A dúvida nos possibilita um conhecimento mais seguro das coisas e de nós mesmos” - Ele pensou"
A Mão, Rafael Padilha
A utilidade das coisas inúteis... A inutilidade das coisas úteis.
Qual a utilidade de uma pedra? Sim, de uma pedrinha na imensidão de pedras em uma enorme pedreira?
Qual a utilidade de uma estrela na imensidão do Universo, no meio de uma infinidade de estrelas irmãs?
Qual a utilidade de uma folha no meio de tantas folhas nas cerradas florestas por este mundo afora?
Qual a utilidade de uma gota de água do imenso oceano? Nos rios, nos lagos e lagoas... córregos e riachinhos pequenininhos?
Qual a utilidade de um pequenino peixinho em um cardume de milhares de milhares?
Qual a utilidade de um grão de areia... de uma abelha... de um pássaro... de uma formiguinha... de um grãozinho de pólen...
Qual a utilidade do milésimo de segundo que está passando agora enquanto você lê esta palavra?
Qual a utilidade de uma vida inteira que acaba invariavelmente em morte?
Seria menos uma... você pode me dizer. Sim e daí? Utilis inutilis.... mas isso são apenas divagações inúteis...
Ignore o que escrevi. É tudo inútil.
Tudo é inútil. Inútil até é eu mandar você ignorar.
Quando Alguém coloca uma pedra no seu caminho, a vida coloca um muro na frente desta pessoa. Assim é o sabor do pecado.
Ei, não é Deus! Deus não castiga ninguém!
Apenas a vida devolvendo aquilo que você plantou. 🍃🍃🍃
Ilha de pedra
Desesperou-se em fuga e remou forte, com muito peso de bagagem em tempestade naufragou
Flutuava sobre as águas inconstantes, adormeceu, o que sonhava em paz por instantes acordou
Não sabia onde estava, era frio incessante, doía nos ossos, sua alma amedrontou
O nascer do sol levava calor, sede, fome e esperança a quem se perguntava “quem sou?”
Não cessou seu inferno solitário, era muito quente, sua intensidade rugia e se desfazia
Não se pode ficar tanto tempo exposto ao sol, garganta seca, pouco gritava, pouco dizia
Neste mar de pedra não há abrigo que resfria, que agonia
Ali adiante haviam as águas e um vasto precipício de onde saltar
O medo das pedras afiadas exaltavam o grande risco de se detonar, machucar
O quão profundo e seguro seriam aquelas águas pra se mergulhar?
Quanto tempo sobreviveria ao sol a desidratar e queimar?
O impiedoso tempo indagava e obrigava uma escolha sábia tomar
Não se sabe como partiu
No fim desta história sabe-se apenas que foi o sol ou mar
O meu coração virou uma pedra
Ficou no meio do meu caminho
No meio do caminho ficou meu coração
Ele não sente dor, nem amor, nem ódio
Se por acaso alguém nele pisar
Nada mais sentirá, não bate, nem chora
O meu coração é uma pedra agora
Jorge Cosendey