Peão
"A arrogancia e a superioridade nada vale
Pois e como um jogo do xadrez no fim
O Peão e o Rei vão para mesma caixa .
significa que todos no final vamos parar ao mesmo sitio"
O ódio é um boi de Barretos e aquele que odeia é um peão que luta bravamente para permanecer no jogo de odiar.
O faz tudo é capacho, peão, ajudante, empregado, puxa-saco... Têm de tudo. Esse tipo de pessoa, inveja quem é melhor do que ele. E na ânsia de ser o que ele não é, acaba atropelando a tudo e a todos pelo caminho.
O faz tudo se cansa. E no seu cansaço, culpa outros pelo seu cansaço e por sua incapacidade de progresso. Seu próprio progresso religioso é falso, pois vive dentro da religiosidade, sendo incapaz no mundo secular, de ser alguém com grau acadêmico, sua saída é o mundo religioso, onde se sente dominador, ditador e opressor, dos fracos, doentes e oprimidos!
O POETA (II)
O poeta é um peão...
É vaqueiro incansável na lida do gado;
Com laço, chapéu, calça de couro e gibão.
Com letras,escrita e imaginação
Tece a sua arte
Como um artesão.
Mas...
Enfrenta a caatinga da incompreensão,
Da solidão e da conspiração...
Tudo conspira contra quem quer,
Por no papel seu pensamento,
Suas ideias... sua ilusão.
O poeta é um jardineiro que chora...
Um pensador que implora
Pela inspiração.
Do seu labor, remove espinhos
Oferta suas rosas...seu carinho.
O poeta é um atleta dos gramados:
Mantém a cabeça no jogo
O coração na ponta da chuteira,
E as mãos no arado...
Com um pé no chão e outro na bola,
Persegue o gol o tempo inteiro;
Não chuta pra fora
Pois, seu chute é certeiro.
Como um pássaro que escapa da gaiola:
Comemora com cânticos,a liberdade;
Em voos mirabolantes,...
Vive emoções de verdade.
Tira da sua cartola
Tesouros pra dar,
Que muito consola,
A quem aceitar.
Se expressa com palavras emotivas
É caprichoso no seu ofício de versar;
Não leva a vida tão a sério:
Mas, na esportiva,
Para não se estressar.
É um amante das frases, dos textos,
Dos versos, dos poemas; da poesia...
O poeta é um nômande...
Não têm lugar certo pra morar,
Pois, no mundo das imagens,
Vive em busca de um lar (03.03.17).
BOM PEÃO.
Quero ver o boi correr
entre o mato se adentrando
quero sair galopando
só pro mode de se aquecer
onde quiser se esconder
pelo faro vou seguindo
e o clarão segue surgindo
entre o verde tão escasso
bom peão não tem fracasso
corre campo sem ter medo
quando é de manhã bem cedo
vem trazendo o boi no laço.
No fim do jogo, o rei e o peão vão para a mesma caixa.
No fim da vida, o pobre e o rico vão para o caixa.
O peão é a peça mais suave e mais poderosa do jogo. Ele é o único que pode vir a ser rainha. No xadrez vence quem protege seus peões e permite a coroação.
"CORAÇÃO DE UM PEÃO"
Do olhar da terra,eu jejo as alturas
Azul e verde do mar,eu vejo as ondas
Olhar vermelho do céu,eu vejo o sol
Sorrir louco e sem bombas,eu vejo a prudencia
Posso tocar no silêncio do dia,e ofuscar o brilho da noite
Voando e mudando meus sonhos,nem nehuma esperança
Vou indo como pássaros sem gaiolas,preso nos seus seios
Dia comum caminho com outras pernas lentamente
Onde estou parece o céu que não conheço,mas posso toca-lo.
Me sinto feliz como estrada sem curvas,e sem ribançeiras
Um cão sem coleira, dedo sem anel,uma noiva sem véu
Posso pegar a felicidade nas mãos,e coloca-la,em meu coração
E durmo na linha das águas,desertas só na escuridão
Limpo meus pensamentos com meus desejos
Com o repuxo do vento em te anseio os meus desejos
E isto basta,isso não basta,quero tocar em você,nem que seja apenas toca-la com as pontas dos dedos,e fraguimentar-me no seu amor,te amor
e ser seu possuidor,te fazer gemer sem sentir dor,me ama! me chama!!!
Diz o meu nome ao seu coração,embebeda-me,no teus amor,saceia minha paixão.,numa-te,permita-me,feirir o coração desse peão.
Sou peão, sou matuto.
Conheço o sertão
Trabalho, estudo
Sou empresário do meu próprio pão
Pensar em ir as grandes metrópoles
Isso não,
Moro na roça sou o meu patrão.
Não sou mandado porque conheço
Conheço o meu pedaço de chão
Na cidade não,
vou ser empregado, vou ter um patrão.
Nordestino sim senhor
do arreio e do gibão
do vaqueiro aboiador
do roceiro e do peão
sou mais um agricultor
sou da paz do interior
que só existe no sertão.
Nem por ouro, nem por Gloria, apenas um Peão de sacrifico, para Gloria do meu Rei !
é preciso compreender o significado do verdadeiro Rei, pois sirvo a ele como sacrifício vivo e agradável, não que tenha me imposto, mais sim por escolha, O Pai e O Filho.
e a Eternidade, é preciso que eu diminua para que ele cresça.
Quando vejo meu irmão, vejo nela a imagem e semelhança do meu criador!
Carol e Rouxinol
Lá pras bandas de Gardênia tenho muito que contar,
De um peão de rodeio que na arena era exemplar.
Seu nome era Rouxinol, seu prazer era montar,
Carol, moça bonita, fez o moço apaixonar.
Filha nobre de pai fazendeiro,
Dono de fazendas tinha muito dinheiro.
Na cidade era coronel,
Era ele na terra e Deus no céu.
Não permitia o namoro,
Ela rica, ele pobre, um desaforo.
Tempos passaram e as paixões só aumentaram,
Por todo esse tempo pouco se falaram.
Escondida do pai alguns rodeios assistia,
Apenas sua avó o namoro permitia.
Para ver Rouxinol tudo fazia,
Casar com ele era o que pretendia.
Namoravam pouco e sempre escondidos,
Só beijos e abraços eram concedidos.
Nunca desanimou. Ele sempre acreditou,
Do amor daquela moça ele nunca duvidou.
Era linda, era faceira, era vaidosa,
Das flores do jardim era a mais formosa.
À noite em oração, pedia por proteção,
Pra cuidar de Rouxinol e de seu sofrido coração.
Estava chegando a hora da maior competição,
E todos já comentavam quem seria o campeão.
Vinte de agosto era a final,
Maior rodeio da história, ele era especial.
Arena lotada, muita gente de pé. Só faltava Carol,
O público ansioso queria aplaudir Rouxinol.
Todos já sabiam de seu amor por Carol,
Sempre bem alinhado vestia um cachecol.
Carol já estava na estrada,
Gardênia era a parada.
Cidade progressista era a rainha do rodeio,
Rouxinol só perguntava por que seu amor não veio.
Inicia-se o rodeio, o locutor faz a chamada,
Os peões em fileira, Nossa Senhora era aclamada.
Em oração pediam proteção,
Para saúde do touro e a vida do peão.
Pulos e tombos era a alegria da moçada,
Carol na beira da cerca já estava apavorada.
Todos esperavam por Rouxinol. Ele era a sensação,
Logo apareceu montado no touro malhação.
Lua brilhante e céu estrelado,
Em cima do arreio ele era iluminado.
Mais uma vitória, classificado pra final,
Venceu mais uma etapa no lombo desse animal.
Os dez classificados num canto em oração,
Era pura adrenalina e muita emoção.
Malhação volta pra pista e derruba Genebaldo,
Rouxinol estava calado e se mostrava preocupado.
Rouxinol já se prepara para o touro mais atrevido,
É hora de enfrentar o bravo touro bandido.
Peão e touro tinham muita harmonia,
A arena era o palco dessa linda sinfonia.
Rufam-se os tambores, O DJ já se prepara,
Pra entoar bem alto o hino da vitória.
A emoção toma conta num silêncio magistral,
Chegou a hora de rever esse encontro maioral.
Abrem a porteira...
No lombo do animal segura firme nosso peão,
Bandido pula forte e levanta a multidão.
Num golpe certeiro leva Rouxinol ao chão,
Seu chifre feito ferrão quase atinge o coração.
O público cala...
Carol entra na pista pra salvar sua paixão,
Leva uma rosa vermelha e entrega ao campeão.
A rosa se misturava com o sangue do peão,
Beijos e abraços selam a paz no coração.
Era chegada a hora da esperada declaração,
Que marcou Gardênia e calou a narração.
Esta é a historia de Rouxinol e Maria Carolina,
Agora tornou mulher e deixou de ser menina.
Élcio José Martins.