Paz e Perdão

Pessoas que vivem em relações pela metade, receberão a parte inteira de indiferença da metade que se sente incompleta.

A melancolia - quando é menos tristeza que melancolia; menos melancolia que angústia e menos angústia que vontade -, pode servir à arte.

Quem tem que escrever sem erros é o revisor. O papel do escritor é o de inventar, inclusive palavras.

Quando eu crescer quero ser igual ao meu filho.

Pessoas sem segredos são cofres vazios. Que graça tem abrir cofres vazios?

O primeiro verso eu nunca publico, prefiro que fique somente para mim.

Escrita é estrada longa, não atalho.

Se a vida fosse música ou dança, diria que a gratidão é a solista do caráter.

Poetas são seres de cultivo ao inútil, a beleza presente no inútil. Os que se sentem importantes não deveriam se dizer poetas; melhor que se autodenominem impostores.

A vida não é para sempre, mas as amizades gostaria que fossem.

Quanto ao uso da língua portuguesa no meio digital, os brasileiros podem ser classificados em dois tipos: os que escrevem errado e os que escrevem errado, mas põem a culpa no corretor ortográfico. Certo mesmo ninguém escreve.

Depois do advento das redes sociais, acho que as relações afetivas mudaram bastante. É intensa e efêmera; num dia 'love, noutro 'block'. Conhece-se pelas redes - cai na rede de um, depois cai na rede de outro... A internet abriu pro beijo e fechou pro abraço.

Dessa vida a gente leva justamente o que se deixa.

Nada de latitude. Indiferença nem pensar; nada de longitude, dessa coisa bem longe do abraço. O amor precisa de atitude.

O ser humano não pode aceitar ser coadjuvante da sua própria vida.

Pensar não tem prazo de validade. Acovardar-se é que tem de vencimento.

Quero rever para saber olhar sem poder mais ver o que antes era cego em mim.

Quando um 'ninguém' deseja que o outro seja 'alguém', ele deixou de ser 'qualquer um'.

Tem pessoas que conseguem viver sem respirar. São as mesmas que sufocam os sonhos alheios.

Não há nada mais violento e fundador que a inteligência. Sobre a ignorância (ou preconceito), não se conhece nada mais totalitário e brutal.